Por:
Rodolfo Colhe
Presidente da Juventude Socialista
de Alpiarça
Na minha humilde opinião, todos
temos um pouco a responsabilidade de ser força motriz da sociedade, sendo que
os exemplos devem vir de cima. No meu
caso tento fazer aquilo que peço aos outros para fazer e tal como muitos outros
jovens que lhes viram serem fechadas as portas do mundo do trabalho em Alpiarça,
lá me fiz à vida e lá estou eu a trabalhar na capital, mas como o amor à terra
que me viu e vê crescer não esmorece, tento dar um pouco da minha terra a conhecer
aos meus colegas, maioritariamente, de grandes cidades. E se os vinhos foram a
primeira amostra, o melão veio a seguir. Desloquei-me ao Carril e eis que me
deparo com o mercado do melão num estado que, não só em nada o dignifica, como
num estado que prejudica a maioria em muito. Todos sabemos que hoje em dia o
que conta são os 3 dias de festival onde o que impera são os concertos e a
possibilidade de colocar algumas caras na Tv. Mas o melão de Alpiarça é bem
mais do que isso, é uma tradição com muitos e muitos anos, é ainda o ganha pão
de muitas pessoas e até de muitas famílias completas. Que não haja capacidade
para delinear um projeto de apoio aos pequenos produtores, não surpreende
ninguém, agora que sejam colocados panos, ainda por cima longe de estarem nas
melhores condições presos nas árvores a uns metros de altura de forma a guardar
lugares, parece-me no mínimo incrível não nos esqueçamos que estamos a falar de
espaço publico. Não creio que iniciativas deste tipo tenham partido da CMA, ou
pelo menos não quero crer. Mas afinal que controlo há sobre o parque do Carril?
Certo é que em outros anos essa zona até ficava de luzes apagadas enquanto
decorria o “Festival do Melão”. E que tal termos uma ideia altamente lunática e
passarmos a utilizar o “Festival do Melão” imagine-se para vender melão e o
melão? Era mesmo uma ideia lunática ou se calhar era, indiscutivelmente, aquilo
que devia ser feito. Mas para isso era necessário que muito atempadamente, talvez
até antes de estar a ser arrancado o plástico do ano anterior, já estivéssemos
a negociar contratos e/ou parcerias para vender o melão do ano seguinte. Mas
como é isso possível se nem conseguimos tornar um espaço naturalmente ótimo e aprazível
a vendedores e compradores? O que salva os melões, entenda-se melões e melancias
de Alpiarça, é a sua enorme qualidade que advém não só da qualidade superior
dos nossos solos como também da enorme experiência dos seareiros. Estaremos nós
condenados a ter um “Festival do Melão” já sem melão no concelho? Espero estar
só a ser exagerado e muito exigente.
Assim ninguém sai a ganhar
Possivelmente vou-me cansar de
bater neste tema e provavelmente vou deixar de falar nele mesmo que continue a
fazer sentido falar. Mas será que toda a campanha será marcada por ataques
pessoais e por ódios? Tento crer que não, mas não sei se acredito em mim mesmo
neste assunto. Atacar só por atacar e defender com mais um ataque não é de todo
aquilo que Alpiarça precisa nem pouco mais ou menos. Quando uma pequena imagem
provocatória dá origem a centenas de comentários e proposta eleitorais, meia
dúzia de likes, significa que o foco está errado.
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