sábado, 27 de agosto de 2016

Praia da Patacão

Por: António Centeio
Esqueço por momentos as “Barracas 
    dos Pescadores” do Patacão.

Todos sabemos que é uma pura mentira (e das grandes) que os políticos nos pregam na época das eleições autárquicas  quando nos “garantem” que vão arranjar as "Barracas dos Pescadores e até  nos dizem  haver  investidores que estão dispostos a   arranjar as "Barracas" para depois explorarem  a área de lazer que se chama “Praia do Patacão” em cujas estradas nacionais a sinalética nos indica o caminho a seguir.

É tudo (mais) uma treta dos políticos do burgo!

Mas não esqueço de forma alguma a incapacidade dos políticos candidatos a presidente da Câmara de Alpiarça e  o actual executivo da CDU que não são capazes de activar a “Praia Fluvial do Patacão” mais conhecida pelo “Patacão".

O rio Tejo que banha o areal do Patacão tem uma optima paisagem,  um enorme espaço verde e um arvoredo de fazer inveja a muitas autarquias.

Uma “praia” muito mal tratada e sem qualquer apoio da autarquia que teima em não explorar esta “instância” como praticamente ignora a sua existência.

Em tempos foi uma praia de excelência mas o tempo fez com que os nossos eleitos continuem a ignorar as poucas riquezas que a natureza nos prendou.



Hoje o património local e turístico do Alpiarça está entregue ao abandono que  segundo os responsáveis:  "por falta de verbas e de pessoal”

Tudo uma treta!

O que há é falta de imaginação e de não se saber explorar (e usar) a “prata da casa”.


Vejamos o que os dois concelhos que rodeiam a nossa terra já fizeram e continuam a fazer para chegarmos facilmente  à conclusão que a “Praia do Patacão” está mais bem entregue à autarquia da Chamusca do que ao concelho a que pertence. 

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

PROGRAMA COMPLETO DA ALPIAGRA

ALPIAGRA
34.ª FEIRA AGRÍCOLA E COMERCIAL DE ALPIARÇA
3 A 11 DE SETEMBRO DE 2016

PROGRAMA OFICIAL



Sábado - 3 de setembro

17h00 Inauguração oficial do certame pelo Dr. Dominique Adenot, Presidente de Champigny-SurMarne, cidade francesa geminada com Alpiarça

Com a participação da Banda da Sociedade Filarmónica Alpiarcense 1.º de dezembro, do Rancho Folclórico da Casa do Povo de Alpiarça e do Grupo Etnográfico de Danças e Cantares de Alpiarça

17h30 Show Cooking - Pavilhão Comercial - Chefe Daniel Monteiro do Restaurante TASCÁ 
Santarém

17h30 Show Drinking - Pavilhão Comercial - Pela Casa Agrícola Paciência    

20h00 Danças Sevilhanas no Espaço Restauração.
Org: Clube Desportivo "Os Águias"

21h00 Palestra de Desenvolvimento pessoal "O sucesso aqui e agora" por Fernanda Martins - Vip
Sucesso — Espaço Artesanato

22h30 David Carreira no Palco ALPIAGRA

00h30 Fora D'Horas

Domingo - 4 de setembro

08h00 Concurso de Pesca Desportiva na Albufeira dos Patudos.
Org: Secção de Pesca do Clube Desportivo "Os Águias"

09h30 Super Especial Rally na Pista dos Patudos Org: Alpi Racing Team

09h30 Torneio de Petanca Org: Real Clube de Petanca de Alpiarça 10h00 Caminhada das Vindimas

10h30 Convívio de Vespas Org. Vespáguias do Clube Desportivo "Os Águias"

15h00 Pinturas Faciais no Espaço CCBR

18h00 Desfile e Tarde de Folclore — Espaço Restauração - Rancho Folclórico Unidos do
Pinheirinho — Pombal Rancho Folclórico "Ceifeiras de Porto de Muge" - Cartaxo ALBANDEIO — Grupo Etnográfico de Danças e Cantares de Alpiarça Org: ALBANDEIO

19h00 Show Cooking - Pavilhão Comercial. Pelo Chef Rodrigo Castelo da Taberna Ó Balcão - Santarém

19h00 ShowDrinking - Pavilhão Comercial Pela Adega ARDUS

20h00 Entrega de prémios da prova "Super Especial Rally" No Pavilhão Automóvel.
Org: Alpi Racing Team

21h00 Alunos de Canto do CCBR no Espaço Artesanato

22h00 Revista — "Bagunçada à Portuguesa" no Palco ALPIAGRA

00h00 Fora D'Horas


Segunda-Feira - 5 de setembro

20h00 Passeio mistério para crianças dos 6 aos 12 anos no Recinto da Feira

20h30 Animação - Espaço Restauração

20h30 Representações Teatrais no Recinto da Feira pelo grupo de teatro do CCBR

21h00 Espetáculo de acordeão no Espaço CCBR Músico convidado "São Pedro Acordeonista" e
alunos do CCBR

21h30 Passagem de modelos Infantojuvenil no Palco ALPIAGRA Benetton, Mapité e Casa Leonor ao som do DJ PANINHO com o apoio de Fátima Cabeleireira Equipa de dança do desporto escolar da Escola EB 2,3/s de José Relvas, Alpiarça e Danças de salão pelo grupo New Star Dance —clube, Santarém

00h00 Fora D'Horas

Terça-feira - 6 de setembro

15h00 Desfile de Aventais, pela Arpica e Fundação José Relvas Visita ao certame e convívio para idosos do concelho

20h00 Aula Aberta de ténis
Org..ETA/20kms Almeirim

20h30 Animação com São Pedro Acordeonista — Espaço Restauração

21h00 Show Cooking de Doçaria Tradicional de Alpiarça - Pavilhão Comercial.
Pelo Restaurante A Casa da Emília — Alpiarça

21h00 ShowDrinking - Pavilhão Comercial pela AgroAlpiarça

21h00 Música portuguesa - Alunos adultos do CCBR no Espaço CCBR

22h30 Casimira Alves "Cantigas de Outrora" no palco ALPIAGRA

00h00 Fora D'Horas

Quarta-feira - 7 de setembro

19h00 Jogos Tradicionais para todos no Espaço Artesanato

20h30 Animação — Espaço de Restauração

20h30 Alunos de guitarra, canto e piano do CCBR no Espaço CCBR

21h00 ShowDrinking no Pavilhão Comercial pela Casa Agrícola Paciência

22h30 SCALABITUNA no palco ALPIAGRA

00h00 Garraiada no Recinto da Picaria

01h00 Fora D'Horas

Quinta-feira - 8 de setembro

20h00 Demonstração de Karaté Amicale no Espaço Restauração Org: Secção de Karaté do Clube Desportivo "Os Águias"

21h00 ShowDrinking - Pavilhão Comercial Pela Coopvinhal — Adega Cooperativa de Alpiarça

22h30 David Antunes & The Midnight Band no Palco ALPIAGRA

00h30 Alpy Music no Palco ALPIAGRA 01h00 Fora D'Horas

Sexta-feira - 9 de setembro

19h00 Gincana de Bicicletas 20h30 Animação com São Pedro Acordeonista — Espaço Restauração

21h00 ShowDrinking - Pavilhão Comercial Pela Quinta da Lagoalva 21h30 Duo Musical Cláudio e Rita no Espaço CCBR

22h30 Luckie Duckies no Palco ALPIAGRA 00h00 Garraiada no Recinto da Picaria

01h00 Fora D'Horas

Sábado - 10 de setembro

09h00-19h30 Recolha de Sangue Org.: Grupo de Dadores Benévolos de Sangue do Concelho deAlpiarça Rastreio Visual Org: Instituto Óptico

12h00 Receção ao Passeio de Motas e Carros Clássicos Org. Associação do Secorio

15h00 Pinturas Faciais no Espaço CCBR

18h00 Badminton na Rua 18h00 Show Cooking - Pavilhão Comercial pelos formandos do IEFP - Serviço de Formação Profissional de Santarém

19h00 ShowDrinking - Pavilhão Comercial Pela Pinhal da Torre

19h00 Demonstração de Karaté UNK Org.: Sociedade Filarmónica Alpiarcense 1.º de Dezembro

20h00 Corrida Desportiva Nocturna POKEBOM Corrida por equipas Org: Clube Desportivo "Os
Águias"

20h00 Grupo de Amigos do CCBR ao vivo - Espaço Restauração 20h30 Banda da Sociedade Filarmónica Alpiarcense 1.º de Dezembro no palco ALPIAGRA

21h30 34.º Festival de Folclore no Palco ALPIAGRA, Rancho Folclórico da Casa do Povo de Alpiarça Grupo Etnográfico "As Ceifeiras de Frende" - Baião Rancho Folclórico Rosas de Maio - Cantanhede Velha Guarda do Folclore da Nazaré Org: Rancho Folclórico da Casa do Povo de Alpiarça

01h00 Fora D'Horas

Domingo - 11 de setembro

08h00 II Circuito BTT dos Patudos na Albufeira dos Patudos Org: 100%TT

08h30 Passeio Lisboa — Alpiarça em Cicloturismo Partida do Parque Expo Org: NACA/CMA

10h00 Passeio de Carros antigos Org. Associação de Carros Antigos de Alpiarça Concentração: Junto aos Bombeiros Municipais de Alpiarça

15h00 Pinturas Faciais no Espaço CCBR

17h00 Corrida de Patins Org.: Sociedade Filarmónica Alpiarcense 1.º de Dezembro

17h00-21h00 Rastreio da Diabetes tipo II — Portugal Sem Diabetes —Pavilhão Comercial

19h00 - Show Cooking - Pavilhão Comercial pelo Chef Paulo da Taverna Petiscos da Moruças de Santarém

19h00 ShowDrinking - Pavilhão Comercial Pelos Vinhos Quinta da Lapa - Azambuja

20:30 Zumba pela Joana Pernas - Espaço Restauração 20h30 Be-King - Espaço CCBR

22h30 Quim Barreiros no Palco ALPIAGRA Espetáculo de Encerramento

VIAGEM À PRAIA


OTL / AAAF DE VERÃO 2016 EM ALPIARÇA 

VIAGEM À PRAIA 

«CMA»

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Casa dos Patudos: "ELEGANTE E MAJESTOSA"

Hoje apresentamos um pequeno vídeo do exterior da Casa dos Patudos. 

Elegante e majestosa, traçada pela mão de Raul Lino, no início do século. Aqui se conjugam vários estilos arquitectónicos. 

Espaço de Arte e Beleza
Aceite o nosso convite e faça-nos uma visita

«De: Nuno Prates»

Declaração da Comissária europeia Corina Crețu sobre os incêndios florestais em Portugal

«A tragédia dos recentes incêndios florestais em Portugal revelou como é importante a solidariedade da UE em tempos de crise. Tal como o meu colega Christos Stylianides, Comissário responsável pela Ajuda Humanitária e Gestão de Crises, declarou, a situação em Portugal é uma prioridade absoluta para a UE. A UE respondeu de forma imediata ao pedido das autoridades portuguesas, tendo contribuído para mobilizar assistência voluntária através do Mecanismo Europeu de Proteção Civil para apoiar os esforços nacionais durante a crise.
Atualmente, os portugueses estão confrontados com a destruição de muitas casas, infraestruturas e edifícios públicos, e a UE está pronta a ajudar, uma vez mais, para que possamos começar a reconstruir, em conjunto.
As autoridades portuguesas podem candidatar-se a apoio financeiro ao abrigo do Fundo de Solidariedade da UE. Na sequência de catástrofes naturais, o Fundo de Solidariedade da UE pode ajudar as comunidades a regressar à normalidade em toda a Europa. Desde que os danos causados por uma catástrofe excedam um determinado limiar, o Fundo pode contribuir para cobrir os custos dos serviços de emergência e das operações de limpeza, protegendo o património cultural e restabelecendo as infraestruturas e os serviços.
A Comissão está pronta a ajudar ao longo de cada etapa do processo de candidatura. Além disso, o Fundo de Solidariedade da UE foi reformado em 2014, a fim de tornar o processo de candidatura mais simples e permitir que a UE disponibilize dinheiro mais rapidamente, através da possibilidade de um adiantamento.
Uma catástrofe pode ocorrer a qualquer momento e quando menos se espera. Não podemos evitar que aconteça. Mas podemos preparar-nos e atenuar o seu impacto, reduzir os danos e, mais importante ainda, salvar vidas e proteger a saúde dos nossos cidadãos. Os Fundos Europeus Estruturais e de Investimento (FEEI) apoiam as medidas de prevenção de riscos e adaptação às alterações climáticas em toda a UE. Sempre que necessário, os programas dos Fundos FEEI podem igualmente ser alterados para responder a novas prioridades.»
Antecedentes
O Fundo de Solidariedade da UE foi criado para responder às graves inundações na Europa Central no verão de 2002. Complementa os esforços das despesas públicas dos Estados-Membros para financiar operações essenciais de emergência levadas a cabo pelas autoridades.
Portugal já beneficiou por duas vezes do Fundo de Solidariedade da UE desde a sua criação, em 2002: Em julho de 2003, na sequência de incêndios florestais, e em fevereiro de 2010, após as inundações e os deslizamentos de terras que afetaram a ilha da Madeira. No total, cerca de 80 milhões de euros foram disponibilizados para Portugal ao abrigo do Fundo de Solidariedade da UE.
A contribuição financeira do Fundo pode ser concedida após pedido das autoridades nacionais e desde que os danos causados pela catástrofe excedam um determinado limiar específico de cada Estado‑Membro e de cada região. Para mais informações, consultar oRegulamento do Fundo de Solidariedade da UE e o sítio Web InfoRegio.

Leonel Coutinho

De: Joaquim José Duarte Garrido
Nos anos da década de oitenta, apareceu no quarteirão seguinte à sua casa, uma pequena tipografia, com tipos de letra umas em chumbo e outras de madeira e gravuras de zinco. Quem o conheceu, rápidamente consegue ver a sua imagem entrar por aquela casa de artes, a querer ver tudo e tudo perguntar.
Rápidamente o ver tudo, passou a ser, mexer em tudo que à arte dizia respeito.
Este quadro é Arte dele feito com tintas tipográficas.
Com quase trinta anos, aqui está esta pintura a fazer-me lembrar o seu ar critico, desafiador, provocador e inteligente a acreditar e a fazer acreditar que era bom Alpiarça ter a sua tipografia.
Hoje, a vida mostrou-me que temos muitas vidas, numa só vida, e uma após outra se extinguem, como a luz do dia é chicoteada pelos ponteiros de um relógio, fazendo-nos aproximar do escuro que nos há-de guardar.

Será Alpiarça uma Vila suja?

Por: V.R.V.
Nem sempre a recolha do lixo é feitas nas melhores condições conforme tem sido demonstrado nos últimos dias por via de fotos publicadas que ninguém pode desmentir e que demonstram bem o desleixo que há por parte da autarquia.
Um desleixo completo agravando-se com o espaço de dias que existe entre as recolhas já que nos Frades os moradores queixam-se que só é feita uma vez por semana (ler comentários).
Com este calor às vezes é insuportável passar junto de alguns contentores.
Restos de comidas e outras “porcarias” que deveriam ser adequadamente armazenados por quem os coloca no interior dos contentores mas que pouco se importam.
Afinal se a Câmara não faz a recolha do lixo nas devidas condições mas que nos cobra uma taxa diária como o fazendo porque razão devo eu ter cuidado em armazenar o lixo?” comentou-nos um utilizador.
E assim vamos assistindo ao mau cheiro que exala do interior dos contentores porque a autarquia para exigir dos munícipes deve ser a primeira a dar o exemplo
Compreendo a falta de consciencialização de algumas pessoas que colocam o lixo de qualquer maneira para dentro dos contentores mas como pode o cidadão se importar com tal coisa diariamente se depara com contentores cheios de lixo e em nada incomoda os eleitos que supostamente circulam pelas ruas de Alpiarça.
Como nenhuma entidade parece incomodada com a sujidade que por aqui transborda e muito menos toma medidas para que a recolha seja feita diariamente porque carga de água tenho que ser eu a dar o exemplo ou que moral tem uma camara para pedir aos seus munícipes para fazerem aquilo que ela própria não faz?

Deixo-vos estas fotos bem ilustrativas da situação que nos afecta a todos.


quarta-feira, 24 de agosto de 2016

PORTUGUESES QUE ESCOLHERAM VIVER EM SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

MAIS UM ALPIARCENSE EM DESTAQUE



Trajectos, histórias e alguns sustos de quatro portugueses que, ao longo das últimas décadas, se foram fixando em São Tomé e Príncipe e não querem deixar o arquipélago lusófono, perdido no tempo, junto às costas da África ocidental.

Ana Paula Antunes
«Consegui vencer sozinha»

Aos 13 anos foi viver com os tios na Suíça, para estudar e trabalhar: «tomava conta de crianças», recorda Ana Paula Antunes, filha mais velha numa família afetada pelo 25 de abril. Estávamos em 1977 e permaneceria em Genebra até ao início dos anos 1990. Foi então que conheceu o futuro marido, a viver no arquipélago desde 1980. «A minha prima tinha casado com o irmão dele».
Da primeira vez que ouviu falar em São Tomé, «pensava que era lá para os lados do Sri Lanka», diz com um sorriso. De início, o marido tentou ir viver para Genebra, mas não gostou. Tinha nascido em Moçambique, era um africano. Não havia muitas alternativas e, em dezembro de 1992, a primeira vez que veio, foi para ficar. «Por amor», recorda. Casara em julho, em Lisboa, e o que a surpreendeu foi «o verde das montanhas, do mato, o clima de praia todo o ano, as pessoas muito afáveis». E a impressão de ter viajado no tempo. Sim, tinham-na preparado, tinham-lhe dito que em São Tomé não havia nada, que pouco mais era que duas pequenas quintas. Lembra-se de ter ido a uma farmácia para comprar uma chucha, um biberão, e as prateleiras vazias. «A pessoa ao balcão só me disse: já houve, já houve», conta.
O casal abriu uma lojinha no mercado velho, «a primeira loja aberta ao público em dobras». Foi quando lhes nasceu a primeira filha. O comércio privado dava os primeiros passos e Ana ficava na loja enquanto o marido «tratava de tudo o que era importação», produtos de Portugal e da Holanda. Tempos trabalhosos: na alfândega «era tudo muito pesado e burocrático».
A vida prosseguia até que um diferendo com o governo santomense sobre a comercialização de uma importante quantidade de arroz importada pelo marido veio mudar a vida do casal. «Não tivemos autorização para vender o nosso arroz enquanto não fosse escoado o arroz [proveniente do Japão e] controlado pelo governo», diz a portuguesa que tivera, entretanto, uma segunda criança.
«Isso arruinou-nos. O meu marido decidiu isolar-se numa linda roça, Monte Belo», no Príncipe. Hoje é um resort de luxo, operado por uma empresa do milionário sul-africano Mark Shuttleworth. O casal tentou criar um negócio de agro-turismo. De início, o cenário era animador. «Tentámos novas produções, como a baunilha e a pimenta; fazíamos aguardente de ananás, polpa de tomate e de fruta, fiambre. Já tínhamos turistas», mas novo revés espreitava. Ao fim de pouco tempo, os restantes sócios, portugueses, desistiram do investimento e a vida de Ana sofreu uma alteração a 180 graus. «Fiquei sozinha e não consegui manter a roça». Corria o ano de 2002 e as filhas tinham cinco e dez anos, respetivamente.
Foram momentos de provação. «Um dia vou para o emprego» – encontrara trabalho na representação da ONU – «e quando volto, ao final do dia, já não tenho casa». O ex-marido, que iniciara outra relação, movera-lhe uma ação de despejo. Valeu-lhe a solidariedade de portugueses e santomenses. Mas nunca considerou voltar para Portugal. «Fiz uma boa opção. Com duas crianças e sem emprego, que ia lá fazer? Aqui, fiz valer o meu francês». Está convencida de que «valeu a pena ir aos 13 anos para a Suíça», como valeu ficar em São Tomé. «Agarrei-me à terra, dei estabilidade e educação às minhas filhas e consegui vencer sozinha».
Vive hoje tranquila: «não gosto de inventar aquilo que não sou, que não tenho, que nunca terei. E não me imagino a sair daqui». Não acredita que algo grave possa suceder. Afinal, todos se conhecem e «até os golpes de Estado são diferentes».


António Cristóvão


«Só umas conservas para vender»

Quando chegou, ainda se morria de paludismo. A hipótese de voltar a Portugal pôs-se por mais de uma vez. Mas ficou. «Vinha com o objetivo de trabalhar, mais nada», diz António Cristóvão, nascido em Alpiarça em 1977, proprietário da Intermar, também conhecida como o «supermercado português», no centro da cidade de São Tomé. «Olhava-se em volta, via-se pessoas próximas doentes, havia muitas mortes», recorda. «Mas pensei sempre: se os outros não se vão embora, também não vou», ainda que, a princípio, a permanência fosse no condicional – «vim para ver como as coisas iriam correr».
António veio em novembro de 1997, seis meses depois de os pais comprarem a loja, que estava como que abandonada, «com muito pouca coisa, só umas conservas para vender e pouco mais, além de três empregados que estavam atrás do balcão sem nada para fazer».
O choque inicial não foi só devido ao paludismo. «Tinha 20 anos, vinha de uma realidade diferente. A mudança foi demasiado drástica: não havia, nem há, centros comerciais, cinemas. Às dez da noite, acabava a televisão». Começou por ajudar o pai e a mãe, como «fiel de armazém».
Então, como hoje, deitava-se «às 21h30 e às 5h00» estava a pé. O ritmo de trabalho é idêntico, o negócio é que «foi evoluindo». Explica: «Para ter uma ideia, se hoje fazemos um contentor com um único produto», nos primeiros anos, «era um único contentor com todos os produtos lá dentro, e em pequenas quantidades».
Nos 17 anos que leva em São Tomé, António nota diferenças, por exemplo nos hábitos alimentares: «passou-se do leite em pó para o UHT, não se consumia nem fiambre nem queijo, porque nem todos tinham capacidade para comprar um frigorífico».
O desafio inicial foi o de convencer «as pessoas a entrar no supermercado. Não vinham porque pensavam que era tudo muito caro». Foi preciso «mostrar que éramos honestos, que estávamos aqui para servir bem e para ficar». A loja acabou por ter sucesso. «Foi uma verdadeira pedrada no charco. Era muito diferente de tudo o que havia no final dos anos 1990 no arquipélago». Esta realidade está a mudar, com o aparecimento de um primeiro grande supermercado, das lojas de chineses e outras, «o que obriga a desenvolver a pôr a fasquia mais alto».
Casado desde 2000 e com um filho nascido em 2002, que frequenta o instituto diocesano, a mulher ajuda-o na loja, «trata de tudo o que tem a ver com o público, enquanto eu lido com a parte administrativa, informática, encomendas». António tem hoje sob sua responsabilidade 40 empregados fixos.
A hipótese de voltar a Portugal colocou-se uma segunda vez. Em julho de 2003, o filho não devia ter mais de um ano. «Deviam ser duas ou três da manhã quando vejo aparecer no nosso quintal um militar a disparar à toa com uma kalashnikov e começam os tiros também do outro lado do quintal», [onde morava a então a primeira-ministra Maria das Neves, alvo de uma tentativa de golpe de Estado]. «Não aconteceu nada a ninguém, mas as marcas ficaram». Ainda assim, manteve-se firme e, se algum dia regressar, deixará raízes: «Quero guardar aqui uma casa».

Inês Gonçalves
«São ilhas mágicas»

«Quando se volta do Príncipe para São Tomé, é como entrar em Nova Iorque. Até tenho medo de atravessar a rua por causa dos carros», diz Inês Gonçalves, fotógrafa e autora de vários documentários, alguns sobre a realidade santomense, seus ambientes e atmosferas, de que fala com entusiasmo. «Aqui damos mais atenção às coisas, temos mais tempo para olhar. Não há tanta pressão. As coisas são menos, mas mais intensas. Vive-se de outra forma». A fotografar desde os 20 anos, tendo passado pelo jornal Independente, a revista Kapa e as produções de moda, que continua a fazer, encontrou no arquipélago o ritmo perfeito para o seu dia a dia. «Faço muito mais coisas do que fazia em Lisboa». Inês considera que «há mais tempos para as coisas interiores, vive-se mais consigo próprio» e o ritmo específico do arquipélago, com a claridade às cinco da manhã e o anoitecer cedo, é o ideal.
A pequena ilha do Príncipe, com os seus cerca de oito mil habitantes e primeira reserva mundial da biosfera da UNESCO, é um universo de tranquilidade e beleza em comparação com a relativa agitação de São Tomé, mas ambas «são ilhas mágicas», diz a fotógrafa, nascida em 1964, em Málaga, de mãe espanhola e pai português.
O que a fascinou em São Tomé, onde chegou pela primeira vez em 2007, para fazer um trabalho para a V Bienal de Artes sobre o Tchiloli, peça de teatro tradicional, foi o de existir tanta coisa que queria fotografar, filmar. E uma realidade não imediata. «Há muitos mistérios em São Tomé, muitas camadas. Falamos de plantas, por exemplo, e todas elas têm histórias, qualidades místicas, lendas. Uma planta não é só uma planta. É muito mais». No arquipélago, Inês descobriu «uma vivência literária, como a construção de um universo» que se vai descobrindo. «Não é a luz que me inspira… são as pessoas, as histórias». Deste interesse, além do trabalho sobre o Tchiloli, nasceu Na Terra como no Céu e um documentário sobre os 25 anos da Declaração dos Direitos da Criança, centrado na realidade santomense.
Tendo acabado por se fixar no arquipélago em 2011, «por razões pessoais, de que não vale a pena a falar», não vê nenhuma razão para partir. Mantém que não houve um dia em que se tivesse arrependido. E sonha ir para o Príncipe ou passar lá mais tempo.
«Esta não é a minha cultura, não são as minhas raízes», concede a fotógrafa e cineasta, mas é o lugar «ideal» para o modo como gosta de trabalhar: «por vários meses, como se fosse uma investigação». Com uma certeza: no seu trabalho, há igualdade. «Quando fotografo, não olho para uma manequim e penso que é diferente de uma senhora do Tchiloli ou do presidente da república».

João Cardoso
«Está decidido ficar cá»

Chegou em dezembro de 1979 para fazer uma obra subcontratada com uma empresa francesa, a Fillod. E tenciona ficar para sempre. Tinha então mais de uma década de experiência profissional na construção civil, em França, onde chegara em abril de 1964, aos «17 anos e meio». João Cardoso, nascido em 1946, em Cascais, foi para a região de Paris à procura de trabalho. Que não demorou a encontrar. A sua experiência nos armazéns Pinto Basto, no Cais Sodré, em Lisboa, abriu-lhe portas sem dificuldade. Passou por várias empresas, envolveu-se brevemente nos acontecimentos do Maio 68, mas a chegada da mãe nesse ano – «tive de alugar um apartamento e mudar do quarto onde estava com mais três portugueses» – e o ser pai aos 19 anos, «com uma retornada da Argélia», levaram-no a reconsiderar a vida.
«Comecei a trabalhar nas obras». E depressa chegou a chefe de equipa. «Era responsável por cerca de 20 pessoas». Aqui se definiu a vida deste jovem, que completara o curso comercial e «gostava de se divertir». A reputação que construiu tornaram-no colaborador importante para as construtoras francesas na época forte da cooperação gaulesa com o arquipélago de São Tomé. Hoje, passados 35 anos, não tem dúvidas. «Está decidido ficar cá», diz este pai de cinco filhos, um dos quais de mãe santomense. Houve um momento em que pensou voltar a Portugal… «há 20 anos». Agora, já não. As «raízes são demasiado importantes, profundas», diz. Recorda a primeira empresa que criou no arquipélago, sob a sigla francesa: EGM, em que EG significam Empresa Geral e o «M» é sinónimo de «minuserie» (carpintaria). Hoje, é proprietário de um universo de empresas, em que se destaca a Egecon, como sempre, na área da construção.
Para trás, ficou uma longa associação a construtoras francesas que o levaram até outros países africanos e ao Iraque, onde viveu momentos «complicados». Por exemplo, logo na sua primeira visita, em julho de 1979, quando chegou a Bagdad, vindo de Mossul com o ministro da Educação de São Tomé, que deveria ser colocado no aeroporto na manhã seguinte e, pelo caminho, foi preso por ser apoiante do presidente Hassan al-Bakr, que Saddam acabara de depor. Mas nem por isso deixou de voltar ao Iraque, onde alguns dos seus colaboradores foram presos quando a empresa francesa abriu falência e deixou por trrminar as salas de cinema nas bases da força aérea iraquiana, e onde viveria ainda um novo susto. Em junho de 1981, o empresário português estava em Bagdad quando Israel bombardeou a central nuclear de Osirak, um projeto de cooperação com a França, nas imediações da capital do Iraque, «um país violento e complicado». Ao contrário de São Tomé e Príncipe.
«Fonte: http://www.noticiasmagazine.pt/2014/portugueses-que-escolheram-viver-em-sao-tome-e-principe/

ALPIARÇA TEM TUDO MAS NÃO TEM NADA!


LA/NA

Realmente é verdade tudo o que aqui está escrito (ler: “Trilhos dos Patudos” entregues ao abandono). Infelizmente no tempo em que foram feitos nunca foram sinalizados e foram gastos milhares de euros em luminárias para permitirem caminhadas noturnas, mas que poucas vezes foram acesas e que em poucos meses foram completamente destruídas/vandalizadas, provavelmente por quem ali queria estar só durante a noite (só isso explica o vandalismo!). Bem sabemos que a câmara não tem dinheiro nem maquinaria suficiente, mas realmente o Complexo Turístico Recreativo dos Patudos merecia mais cuidados. 


A área é tão grande, mas tão desprezada que dá dó. Não se corta mato, não se cortam silvas, não se cortam ervas, mas há um encarregado de limpeza que está encostado todo o dia na ZI e outro no Museu. 



São 2 funcionários com vencimentos acima da média que poderiam fazer alguma coisa e libertar 2 postos de trabalho, pelo menos durante o verão para darem mais alguma beleza e cuidarem do local que é grande.


A Casa dos Patudos – Museu de Alpiarça lançou hoje um novo site



A Casa dos Patudos – Museu de Alpiarça lançou hoje, dia 19 de Agosto, um novo site.
Disponível em www.casadospatudos.com, o novo site apresenta um aspecto mais contemporâneo, sem perder a essência da Casa dos Patudos.
Os conteúdos do site foram também renovados, sendo dado um maior destaque à Casa e à sua Colecção. Desta forma, é possível que os visitantes do site descubram mais informações sobre a Casa dos Patudos, enquanto estão imersos no ambiente deste espaço.
Visite o novo site da Casa dos Patudos – Museu de Alpiarça em: http://www.casadospatudos.com/
Sejam sempre bem-vindos.

“Trilhos dos Patudos” entregues ao abandono

Trilhos em um bom estado de utilização mas entregues ao abandono e ao esquecimento



Daqui se encontrarem todos sujos como se comprova pelas fotografias publicadas mais abaixo.
Trilhos feitos para serem utilizados em passeios e visitas ao Complexo Turístico dos Patudos
Hoje, estes trilhos, que custaram milhares de euros raramente são utilizados ou de conhecimento  dos milhares de visitantes que frequentam anualmente a barragem porque não existe qualquer sinalética e os poucos à vista  assustam as pessoas pelo seu total abandono.
É de lamentar esta situação porque não é assim que se desenvolve o turismo local e muito menos o apregoado slogan de Alpiarça ser a Capital dos Eventos”.
Por mais publicidade que se possa fazer sobre a barragem e  espaços envolventes é tempo perdido e dinheiro mal gasto porque depois na prática tudo é diferente daquilo que é anunciado.
Por mais que os responsáveis queiram mostrar e apregoar que Alpiarça tem condições para ser uma zona turística o dia a dia  tem vindo a demonstrar que apenas mais não são do que promessas eleitorais ou de conveniência como são as “Barracas dos Pescadores” no Patacão que apenas servem para ocupar espaço nos programas eleitorais.
Na área do turismo Alpiarça, continua desde há uns bons anos, muito mal entregue e muito mal aproveitada porque falta sensibilidade e capacidade aos políticos para serem capazes de aproveitar ou rentabilizar o pouco que temos.
Esquecem-se estes que o turismo é muitas vezes um pilar da economia local que bem explorado pode ajudar um concelho a desenvolver-se porque permite  perceber a potencialidade da zona de lazer como é o caso  dos Patudos
É necessário ter sensibilidade para perceber a potencialidade do território e das pessoas.
Hoje, mais do que nunca, as pessoas fazem diariamente as suas caminhadas, quer por lazer quer por motivos de saúde e verem-se impedidas de utilizar os “Trilhos dos Patudos” por o estado dos mesmos serem assustadores em nada dignifica os políticos.
O “Complexo Turístico dos Patudos” não serve só para anunciar os trilhos de “marisqueiras” e  “churasqueiras”. 
Serve para muito mais assim queiram  e saibam os eleitos que gerem o destino do concelho.


O “Complexo Turístico dos Patudos” não deve servir só para anunciar os trilhos das “marisqueiras” e  “churasqueiras"

«Fotos de José Manuel Prudêncio»