sábado, 2 de setembro de 2017

ALPIAGRA ESTÁ DE VOLTA PARA UMA SEMANA INTEIRA DE FESTA E NEGÓCIOS


Com cerca de 140 expositores, a 35.ª Alpiagra – Feira Agrícola e Comercial de Alpiarça apresenta este ano uma mão cheia de novidades. O presidente da Câmara Mário Pereira afirma que “a grande festa deste concelho regressa para mais uma grande edição, com várias novidades, nomeadamente no que diz respeito ao layout do espaço, quer no exterior, quer no interior dos pavilhões que beneficiaram de várias remodelações para acolher novas atividades”.
Mário Pereira adianta que “estas alterações decorrem da vontade de continuar a inovar, modernizar e melhorar o espaço, quer para expositores, quer para quem nos visita. Assim, para além do pavilhão dedicado ao salão automóvel, que regressou em 2016 ao certame, este ano a Alpiagra vai dedicar um pavilhão ao vinho, um dos produtos de excelência de Alpiarça, e que vai contar com a participação de várias casas agrícolas da região e dos melhores vinhos do nosso Ribatejo”.
No pavilhão do vinho e da agricultura será possível ao visitante fazer provas, assim como adquirir os produtos, uma vez que passou a existir um espaço para efeito, dinamizado pelo Município em colaboração com as adegas e casas agrícolas. Este pavilhão será também uma mostra dos melhores produtos locais, além dos vinhos, haverá produtos agrícolas de excelente qualidade.
Também haverá espaços de petiscos, que se enquadram neste espaço de venda e exposição de vinhos, enchidos e queijos. “A doçaria faz parte da história deste concelho e nela continuamos a apostar e a valorizar como produto de grande potencial turístico, na vertente da gastronomia, concretizámos um espaço dedicado a estas iguarias, promovendo e valorizando assim estes produtos, mostrando a quem nos visita a riqueza da nossa doçaria”, adianta o autarca.
Ainda como forma de valorização dos produtos locais, o presidente da Câmara destaca o espaço de showcooking, dinamizado pelo Intermarché de Alpiarça, e que no sábado dia 2 de setembro pelas 21h00, irá acolher a cara conhecida da Tia Cátia, que todos os dias podemos ver no canal 24 kitchen, e que irá usar na base das suas receitas os produtos de Alpiarça, mostrando as melhores formas de os aproveitar e valorizar na cozinha.
“Com o foco na valorização e divulgação dos nossos produtos turísticos, com um reforço no polo de atração principal do concelho que a Casa Museu dos Patudos, vamos ter neste certame uma animação permanente que levará aos visitantes um pouco da história deste concelho e assim aguçar a vontade de regressar e descobrir este concelho”.
Para além destas alterações, este ano haverá ainda um novo pavilhão aberto ao público onde se concentrarão as diversas atividades económicas do concelho e da região, que ut6ilizam este certame para promoverem os seus negócios, procurando novos clientes. A exposição agrícola estará em destaque neste certame, ocupando um espaço central, juntamente com as estufas de um dos grandes produtores de flores do concelho, a AdoraFlor.
Quanto ao programa de animação, o presidente Mário pereira sublinha que persistiu a preocupação em construir um programa para todos, com uma oferta que agrade a crianças, jovens e população mais idosa.
«O Ribatejo»

A todos os nascidos em 1962 em Alpiarça



A todos os nascidos em 1962 em Alpiarça

Estamos a organizar nossa festa dos 55 anos!

E tem de ser mais uma festa rija, afinal temos a felicidade de já andar por cá há 55 anos!!

Será no dia 7 de Outubro, no Salão de Moinho de Vento.

Para mais informações e inscrições consulte o blog: 




sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Troféu Yamaha 2017 prepara jornada de encerramento em Alpiarça



Alpiarça está já a postos para, no dia 3 de Setembro, receber a quinta e última jornada do 14º Troféu Yamaha. Disputada na pista apresentada pela primeira vez na temporada de 2017 deste troféu, esta derradeira etapa vai apresentar algumas novidades que vão contribuir para um encerramento com ‘chave de ouro’ de mais uma edição daquele que é o mais antigo troféu de todo-o-terreno realizado em Portugal.
A jornada de Alpiarça será realizada na pista que foi utilizada na segunda prova do Troféu – um terreno cedido pela Valgrupo – mas, para que o traçado apresente algumas diferenças e permita aumentar a competitividade, vão ser realizadas algumas alterações, não só ao nível das pistas, como também à zona de Paddock, que será aumentada, bem como nas zonas de estacionamento para o público.
Apesar de ainda faltar uma competição para o término do troféu já são conhecidos os campeões de algumas categorias.
* Iniciados Motos: 84 Afonso Fonseca
* Fun Bike TTR 125: 755 Pedro Barradas
* Clássicas Enduro: 801 Pedro Flores
* YZ250F: 256 Luís Cação
* Veteranos Moto 4: 467 Rui Sousa
* 700 Moto: 747 Nelson Raposo
* WR450F: 372 Duarte Pedroso

No entanto, a competitividade não vai faltar nesta jornada do Troféu Yamaha onde se espera, uma vez mais, uma grande festa do todo-o-terreno.
O formato desta quinta etapa do Troféu Yamaha será semelhante às anteriores jornadas: os treinos decorrem a partir das 9:30 da manhã e as corridas começam às 13:15. As grelhas de partida serão formadas ao estilo da MotoGP, ou seja, por ordem crescente dos tempos obtidos nos treinos cronometrados. Serão disponibilizadas três pistas para as diferentes classes.
O encerramento de mais uma edição deste Troféu Yamaha será realizado numa grande festa organizada pela marca nipónica, que no dia 9 de Setembro, pelas 18.00h, irá realizar uma festa de entrega de prémios que terá lugar no Pavilhão Multiusos de Rio Maior.
«md»

PRESIDENTE DA CÂMARA REÚNE COM A ADMINISTRAÇÃO DOS CTT/CORREIOS, EM LISBOA



Na manhã de hoje: reunião com a Administração dos CTT/Correios, em Lisboa. 
Para esclarecer legítimas preocupações da população e dos autarcas do concelho, por um lado, e para definir eventualmente uma linha de actuação perante a situação, solicitei esta reunião de hoje, na qual me foi reiterada a garantia dada em Março passado de que não existe qualquer intenção de encerramento da Estação dos Correios de Alpiarça por parte da empresa e que a abertura de uma nova loja/posto de Correios na vila tinha a ver com a estratégia da empresa de diversificar os serviços de atendimento e alargar o horário de funcionamento. 
Na reunião foram abordados ainda outros assuntos referentes ao serviço dos Correios, nomeadamente a nossa preocupação com o tempo de entrega da correspondência.
Como sempre, a Câmara Municipal continuará a acompanhar a situação, procurando salvaguardar e defender os interesses dos utentes e da nossa população.

«Texto e foto de Mário Pereira (em baixo)» 

Mais de 210 mil têm de pagar Adicional ao IMI até ao final de setembro


Mais de 210 mil contribuintes vão ter de pagar até ao final de setembro o novo Adicional ao Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), que será cobrado aos particulares que detenham património que valha mais de 600 mil euro
É a primeira vez que o Adicional ao IMI é exigido aos contribuintes, que têm de o pagar de uma vez durante o mês de setembro, tendo por referência as liquidações realizadas pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) em junho.
Segundo números enviados pelo Ministério das Finanças à agência Lusa em agosto, um total de 211.690 contribuintes terá de pagar este novo imposto: 56.412 empresas, 15.873 particulares e 2.004 são heranças indivisas.
Os restantes dizem respeito a um número significativo de matrizes prediais antigas, que dizem respeito a património que está registado, mas cujos dados estão incompletos ou desatualizados, segundo explicaram as Finanças ao DN/Dinheiro Vivo.
O novo Adicional ao Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) incide sobre a soma do Valor Patrimonial Tributário (VPT) dos prédios urbanos situados em território português, ficando excluídos os imóveis afetos a atividades económicas (comerciais, industriais ou para serviços).
No caso dos contribuintes singulares, o Adicional é devido apenas quando os imóveis para habitação têm um valor superior a 600 mil euros: nesse caso e até um milhão de euros é aplicada uma taxa de 0,7% sobre o valor excedente à dedução; quando o VPT é superior a um milhão de euros, a taxa é de 1% sobre o remanescente.
Isto significa que, por exemplo, um contribuinte singular proprietário de imóveis com VPT de 750.000 euros pagará 1.050 euros de adicional de IMI, segundo simulações feitas para a agência Lusa pela consultora Deloitte.
Estas taxas aplicam-se também às heranças indivisas.
Já um contribuinte singular que possua um imóvel (ou conjunto de imóveis) com VPT de 1,2 milhões de euros pagará 4.800 euros de Adicional de IMI.
O Orçamento do Estado para 2017 (OE2017), que criou o Adicional ao IMI, previa que este novo imposto incidisse sobre a globalidade do VPT dos imóveis de cada proprietário quando este fosse superior a 600 mil euros para solteiros e superior a 1,2 milhões de euros no caso dos casados.
No entanto, para duplicarem o valor da isenção, os contribuintes casados tinham de declarar entre abril e maio a opção pela tributação conjunta, mas so que não o fizeram foram notificados pelo Fisco para pagar o adicional, quando julgavam estar abrangidos pela isenção.
Na altura, o Ministério das Finanças disse que as eventuais reclamações dos contribuintes nesta matéria seriam analisadas pela AT, recordando que o prazo para apresentação da declaração "foi fixado por lei aprovada pela Assembleia da República" e que "a opção pela tributação conjunta efetuada na declaração de IRS apenas pode legalmente relevar para efeitos daquele imposto", o que significa que não tem qualquer efeito em sede de AIMI.
Já as empresas que detêm imóveis para habitação também têm de pagar o adicional ao IMI, sendo que é aplicada uma taxa de 0,4% sobre a totalidade do VPT (sem a dedução de 600 mil euros) ou de 7,5%, caso as empresas tenham sede em paraísos fiscais.
Isto leva a que uma empresa que detenha um imóvel para habitação com VPT de 750 mil euros tenha de pagar 3.000 euros de adicional ao IMI e caso o valor do imóvel valha 1,2 milhões terá de pagar 4.800 euros, segundo as mesmas simulações.
Este adicional ao IMI vem substituir o Imposto de Selo, que aplicava uma taxa de 1% a cada imóvel (e não à totalidade dos imóveis) que valesse mais de um milhão de euros.

O Governo estima que o adicional ao IMI signifique uma receita de 130 milhões de euros este ano, uma verba que será integralmente afeta ao Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social.
«NM»

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

OU A ‘ÁGUAS DO RIBATEJO’ ANDA DE “CANDEIAS ÀS AVESSAS” COM A CÂMARA OU…


A Câmara não se entende com a ‘Águas do Ribatejo’ de maneira alguma quanto ao tapar o buraco na Rua António da Silva Patrício.
Não é por nada mas daqui a pouco caminha-se para os três ano,o tempo que o famoso buraco está por arranjar.

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

CANDIDATURA DE REQUALIFICAÇÃO DO MERCADO MUNICIPAL DE ALPIARÇA




A candidatura do projecto de Requalificação do Edifício do Mercado Municipal de Alpiarça a financiamento do POR Alentejo 2020, no âmbito da regeneração urbana, foi já apresentada pela Câmara Municipal de Alpiarça durante o mês de julho.
Da concretização deste projecto espera-se a possibilidade de recuperar o edifício do Mercado (bem como a requalificação parcial do largo Dr José António Simões), proprcionando melhores condições a vendedores, lojistas e clientes daquele espaço comercial, apoiando o comércio e a actividade económica do concelho, melhorando a imagem urbana da vila.



O Mercado recuperado estará também em condições de garantir uma maior polivalência na utilização do espaço para eventos culturais e para a diversificação das actividades económicas e associativas complementares à sua utilização comercial.
«CMA«

PAULO SARDINHEIRO UM “ESTRANGEIRO” NA SUA PRÓPRIA TERRA


Por: V. Vidigal

Paulo Sardinheiro, candidato do PSD a presidente da Câmara Municipal de Alpiarça ainda não se convenceu que em termos políticos é um autêntico estrangeiro na sua própria terra.

Também não se convenceu de que não tem a mínima hipótese de vencer as eleições em Alpiarça.

Ele sabe, eu sei e todos sabemos que a hipótese do PSD ganhar as eleições em 1 de Outubro é “uma em mil”.

Se é bairrista como diz ser se quer o bem de Alpiarça como diz querer que tenha o bom senso de desistir.


Paulo Sardinheiro

Sabendo  que não vai ganhar sabendo todos nós que vai perder os poucos votos que possivelmente vai obter poderão ser úteis aos outros dois candidatos.

Mantendo a sua candidatura está a dispersar votos e a prejudicar Alpiarça.

Aconselho Paulo Sardinheiro a reflectir profundamente no seu futuro politico e no bem da sua terra.

Continuar com a sua cegueira de querer aquilo que não está ao seu alcance é fazer mal a Alpiarça.


Alpiarça não merece ser maltratada pelos seus filhos

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

ALPIAGRA 2017




A Alpiagra 2017 vai tornando forma, resultado do trabalho do pessoal da Câmara Municipal de Alpiarça.


A partir do próximo Sábado, dia 2 de Setembro, e durante 9 dias, até 10, Alpiarça voltará a estar em festa com a sua 35a Feira Agrícola e Comercia, trazendo novidades e surpresas, até mesmo ao nível da organização dos espaços.
«MP»

ARTIGO DE OPINIÃO: Bons ventos de mudanças e outros que nem por isso

Por:
Rodolfo Colhe
Presidente da Juventude Socialista de
Alpiarça


Tenho muita vontade que chegue setembro, uma vez que agosto tem sido um mês de muitos acontecimentos negativos, mas eis que uma lufada de ar fresco nos chegou durante esta semana e falo, como deveria ser óbvio, da entrevista da Secretária de Estado da Modernização Administrativa, Graça Fonseca. E antes de falar da entrevista em si, é interessante recordar a vinda desta senhora a Alpiarça, onde exibiu um grau de proximidade com as pessoas fantástico. Demonstrou estar preocupada com o porquê das coisas e com a parte operacional de tudo e muito menos interesse com o protocolo. Mas falando da entrevista e do ponto que ressaltou à vista de todos, o facto de ter assumido a sua homossexualidade, e começo por dizer que cada vez mais me sinto feliz com este governo que possui pessoas como a camarada Graça Fonseca. Não só achei fantástica a revelação como achei de uma frontalidade fenomenal o facto de ter assumido que a opção era política. De facto, não só com alterações de leis se muda o mundo, é necessário também alterar a mentalidades através dos comportamentos e como sempre a iniciativa deve vir de cima como foi este o caso, e como também, infelizmente, ainda é normal de cima também vêm péssimos exemplos como foi o caso das declarações do vice-presidente do grupo parlamentar do PSD, Carlos Abreu Amorim, que não só desvalorizou a situação como ainda tentou colocar em causa o trabalho político da Secretária de Estado. É certo que a maioria sabe que pessoas como este indivíduo raramente pensam o que dizem, mas convínhamos que basta fixarmo-nos no Simplex para concluirmos que trabalho e temas para abordar não faltariam à Secretária de Estado. As minhas palavras pouco ou nenhum valor têm, mas da minha parte muitos parabéns, que atos como este ajudem pelo menos a reduzir o número de pessoas que sofre por ter uma opção sexual que não é a da maioria e que essas pessoas deixem de ter de se desviar dos obstáculos que essa opção ainda hoje lhes cria.

Ao contrário da notícia acima abordada, nos últimos dias também se iniciou uma forte discussão sobre os manuais de exercícios da Porto Editora que produz um livro para meninos e outro para meninas. A situação a mim que já trabalhei com esta faixa etária (4 aos 6 anos) causa-me algum incômodo e parece-me que a opção é de todo disparatada, mas a minha opinião sobre editoras e principalmente sobre manuais escolares é no mínimo muito própria e muito controversa, mas voltando ao tema e por muito que alguns não queiram admitir não se justifica determinadas situações presentes naquele livro. Se a opção tivesse sido por dois livros idênticos um azul para meninos, outra rosa para meninas, eu percebia a finalidade comercial apesar de não fazer para mim muito sentido uma vez que estou  a escrever este artigo com uma camisa rosa vestida e  a última grande princesa da animação usava um vestido azul (aos mais desatentos falo da princesa Elsa do filme Frozen, já não é assim tão recente, eu sei). Para mim, e daquilo que li para além da diferença no grau de dificuldades dos exercícios, o mais grave são os estereótipos altamente desatualizados e sexistas onde os meninos estão a mexer em robôs e as meninas a preparar o lanche ou num outro exercício em que para as meninas aparecem alimentos e para os meninos aparecem árvores, baldes e pás. Se aos 4 anos estamos a tentar já delimitar as opções das crianças e a indicar-lhes o caminho que devem seguir, estamos completamente a matar-lhes a progressão e a formata-las, em pleno século XXI ainda formatarmos ao invés de formarmos, é de todo um crime civilizacional. No entanto, é das escolas e de dentro das próprias casas de habitação que se deve travar esses princípios errados, e já agora de preferência não comprando livros destes. Não acho que devamos fazer uma escandaleira com este tema nem com outros similares porque muitas vezes acabamos por descredibilizar a temática e pessoas com vontade de descredibilizar as questões da igualdade de género já são muitas. Não pintemos um cenário ainda mais negro do que ele é, no entanto não deixemos que ele seja pintado demasiado azul.

domingo, 27 de agosto de 2017

SÃO OS NOSSOS HERÓIS

«As fotos são do Paulo Lopes e Sara Fábio Dias»

A corrida ao "petróleo branco" português



É um tesouro escondido debaixo dos nossos pés e está a atrair várias empresas estrangeiras que o querem explorar. É que o mercado do lítio, mineral usado nas baterias dos carros elétricos, agigantou-se. Mas nada é fácil na sua extração. Fomos ver como se faz.

A corrida ao "petróleo branco" português© Lucilia Monteiro A corrida ao "petróleo branco" português.

Nos montes baldios da aldeia de Carvalhais, freguesia de Morgade, concelho de Montalegre, anda uma máquina perfuradora a fazer “buraquinhos” no chão. No mesmo dia em que espreitámos lá para dentro, o governo do novo presidente francês, Emmanuel Macron, fez um anúncio. E que têm os cerca de 30 habitantes de Carvalhais a ver com isso? Tudo.

Diz a França que, daqui a 23 anos, não quer veículos a gasóleo ou a gasolina a circular no país. “Anunciamos o fim da venda de veículos a gasolina e diesel até 2040”, disse o ministro do Ambiente, Nicolas Hulot. “É uma verdadeira revolução, mas as condições estão reunidas”, acrescentou.

E quando falamos de França estamos a falar da Renault, da Peugeot e da Citroën. Um dia antes, a Volvo anunciara que todos os seus modelos terão motores elétricos já a partir de 2019. A marca, que já foi sueca e agora é chinesa, garante que vai vender um milhão de carros elétricos até 2025.

A China, aliás, lidera esta revolução, sendo o país com mais veículos elétricos em circulação (e na construção, detém 40% da quota mundial). Mas até 2020 todos os grandes fabricantes de automóveis prometem novos modelos elétricos, cuja produção poderá ser superior à dos veículos com motores tradicionais.

É uma corrida à escala mundial da qual José Medeiros, 70 anos, parece alheado, enquanto desce do trator para se abrigar da chuva no estábulo das vacas. O tempo está parado nos Carvalhais, no dia do grande temporal que este verão fez cair granizo no distrito de Vila Real, e não se vê vivalma nas ruas.

Só por aparência estas casas de pedra e estes tanques comunitários, bebedouros para os animais, nos levam para um século que já passou. Porque José está bem ciente do século XXI que andam a esgravatar nos baldios. “Dizem que é o futuro e não nos incomoda porque aqui está tudo emigrado, tenho duas filhas e netos no Porto, tudo foge para a cidade”, vai dizendo, enquanto sonha: “Na aldeia somos 20 ou 30, já nem chegamos para um baile. Agora dizem que vão empregar ali 200 pessoas. Se eu fosse mais jovem abria um restaurante para dar de comer a essa gente”.

As petalites barrosãs

Essa gente que anda em Carvalhais atrás do lítio são ainda meia dúzia – quatro geólogos, dois assistentes, mais os operadores da perfuradora, contratada a uma empresa espanhola. Esta fase da prospeção está a cargo da empresa australiana Dakota Minerals, que recentemente mudou o nome para Novo Lítio. Assim, em língua portuguesa, para mostrar a importância que o mineral luso tem na sua atividade, explica o presidente, David Frances, que se mudou com a família para Lisboa.

Também Francis Wedin, o diretor técnico da empresa, se mudou para Portugal, instalando a família em Braga. Encontramos os dois na freguesia de Morgade. Estamos em terras do Barroso e a sua riqueza em lítio não é, porventura, tão famosa quanto a sua abundância em costeletão – esse sim, um pilar da economia local, sem as incertezas das quimeras dos minerais.

Antigamente, havia ali perto as minas do Beça, de onde se extraía estanho. Esta onde estamos é a exploração de Sepeda (outra toponímia para Cepeda, uma das freguesias de Montalegre). É a segunda maior ocorrência de lítio da Europa, vai dizendo David Frances, neste género em que se encontra na natureza, ou seja, hospedado numa rocha a que se chama pegmatito e que se costuma encontrar próximo de granitos.

Os pegmatitos desta região são ricos em minerais como a espodumena e a petalite, sendo o caso de Carvalhais maioritariamente petalite, onde os geólogos podem encontrar concentrações até 4,5% de lítio. E depois de terem feito mais de 100 sondagens de prospeção geológica (vulgo buracos) nos matos cobertos de urze e de carqueja, a Novo Lítio concluiu que ali havia 10,3 milhões de toneladas de rocha, sendo que 1% dessa rocha corresponde a óxido de lítio (Li2O).

E agora? É fazer as contas. A prospeção pode estar a chegar ao fim e só um estudo mais apurado determinará a viabilidade económica da exploração. Porque o lítio português não jorra como o petróleo da Arábia Saudita; é uma riqueza que ali está de difícil alcance e de transformação dispendiosa. Para o que se encontra na América do Sul, basta uma salmoura (em grandes lagos salgados) e pouco mais para que o carbonato de lítio (Li2CO3) fique pronto a ser usado nas baterias de iões de lítio, cuja aplicação vai dos carros elétricos aos telemóveis.

É um mercado gigante dominado pelos fornecedores do Chile, da Argentina e da Bolívia. Mas separar o lítio da petalite é muito mais dispendioso e, com a tecnologia atual, não é fácil competir com os preços da América do Sul.

Reserva de lítio na Argentina, um dos maiores fornecedores deste metal precioso, a par dos vizinhos Chile e Bolívia.


Quanto vale uma pegada

Mas o lítio português tem as suas vantagens. “Está na Europa e os produtores de baterias estão interessados num fornecimento europeu, mesmo que fique um pouco mais caro”, explica David Frances, cuja empresa opera em Portugal e na Suécia.

É que o consumidor europeu compra um carro elétrico consciente das suas vantagens para o ambiente e vai gostar de saber que foi construído com uma pegada ecológica mais sustentável – trazer o lítio da América do Sul tem os seus custos. Além disso, a viabilidade da exploração de lítio na Europa permite reduzir a dependência em relação aos fornecedores sul-americanos.

“É uma corrida; precisamos chegar ao mercado antes dos outros e Portugal, nestas questões, é o seu pior inimigo – nada é feito com rapidez”, queixa-se o presidente da Novo Lítio.

O facto é que esta corrida está cheia de obstáculos. O último foi lançado pelas universidades do Texas e de Seúl, que descobriram uma alternativa muito mais barata para fazer baterias: o sódio. Esse mesmo, que simplesmente se retira da água do mar. “Embora as baterias de iões de sódio possam ser mais baratas do que as de lítio, o sódio consegue menos 20% de densidade energética”, disse Kyenongjae Cho, professor de ciência dos materiais. Apesar disso, os investigadores conseguiram fazer uma bateria usando sódio em vez de lítio e manganês em vez de cobalto e níquel.

O relatório do grupo de trabalho do lítio, encomendado pelo Governo, foi publicado antes desta descoberta e fala em “oportunidades” trazidas pelo crescente interesse no lítio nacional. Só em 2016 deram entrada cerca de três dezenas de pedidos para prospeção e pesquisa, num total de 3,8 milhões de euros de investimento proposto, sendo que o maior interesse se situa nas Covas do Barroso. O relatório recomenda a criação de um cluster que inclua a industrialização (no processamento dos minérios) e a economia circular (na reciclagem de baterias).

Além disso, o relatório não descuida o uso que o lítio português tem tido até agora, antes do aparecimento da febre tecnológica: ele é usado na indústria do vidro e da cerâmica, além da indústria farmacêutica, uma vez que integra a composição de alguns medicamentos, nomeadamente antidepressivos.

Um sonho de juventude

Com as ações suspensas na bolsa australiana enquanto lida com divergências com a Lusorecursos, a empresa portuguesa que detém a propriedade das licenças de prospeção e do pedido de licença de exploração de Sepeda, a Novo Lítio continua a esburacar os montes de Carvalhais, pertencentes à população e geridos pelo conselho diretivo de baldios. Por enquanto não pagam renda, mas vão negociando com os habitantes algumas beneficiações da aldeia, nomeadamente uns desvios de água necessária para as hortas.

Os impactos ambientais da prospeção do lítio ainda não se notam. “O único contaminante usado aqui é o combustível das máquinas”, garante John Morris, 42 anos, geólogo e responsável de operações. Contaminante do ar e não dos solos, reforça. E não, John não é australiano. Filho de portugueses emigrados em Moçambique, foi nascer à África do Sul e aí ganhou o nome: John Morris Vale Pereira. Vive no Porto, mas conhece bem a zona, pois esteve mais de cinco anos a trabalhar com a empresa canadiana Medgold, nas minas de ouro de Boticas. Esses investiram três milhões de euros e chegaram à conclusão que a exploração não era viável. Foram-se embora, como acontece tantas vezes – umas porque o mineral encontrado não compensa os custos de exploração; outras porque a empresa não tem capacidade financeira.

John Morris e Romeu Vieira, também geólogo, mostram-nos o maior buraco que fizeram em Carvalhais: tem 545 metros de profundidade. Desses buracos retiram as carotes (amostras de pedra com 30 centímetros de diâmetro). O que vai para o laboratório é já um pó cinzento, que se armazena em sacos monte abaixo, naquele chão que cintila ao sol do meio-dia. “São filossilicatos, minerais no xisto que refletem a luz”, explicam.

Se os australianos conseguirão vingar ou não em Sepeda, Orlando Alves não sabe. Mas o presidente da Câmara de Montalegre tem uma certeza: “O nosso concelho tem uma grande riqueza em minérios”. E parte logo para a sua infância, quando as minas da Borralha ainda laboravam. Durante a II Guerra Mundial saiu dali muito volfrâmio, tanto para os alemães como para os americanos. “Até 1986, as minas davam emprego a 800 pessoas, que tinham casa, luz e água gratuitas. Já os administradores viviam em chalés alpinos”, continua recordando. Mas todos os dias tocava o sino porque “alguém tinha morrido com o mal da mina”, uma doença pulmonar chamada silicose.

O sonho de Orlando Alves é o repovoamento de Montalegre. “Vejo no lítio uma enorme oportunidade de trazer para aqui gente qualificada e fazer voltar os filhos da terra que se espalharam pelo mundo”, entusiasma-se. Para isso a mina não chega; é preciso “uma unidade de transformação do lítio – cláusula que deve estar no futuro contrato de exploração da jazida”, reclama.

Porque nos anos 60 Montalegre tinha 40 mil habitantes e agora são cerca de 12 mil. “E temos a área da ilha da Madeira, 808 quilómetros quadrados. Mas só há velhos”, vai lamentando, concluindo com um suspiro: “Estamos a trabalhar para o futuro nem sei de quem…”
«MSN»