segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

GELO DESTRÓI MAIS DE 700 CONTADORES DE ÁGUA NO RIBATEJO


As temperaturas negativas que desde quinta-feira atingem a região continuam a congelar a água e a destruir canos e contadores no Ribatejo. Desde o dia 19 de janeiro registaram-se mais de 700 pedidos só nos sete concelhos do universo da empresa municipal AGUAS DO RIBATEJO.
O concelho de Coruche foi o mais fustigado, com cerca de 270 ocorrências, mas há situações em Almeirim, Alpiarça, Chamusca, Torres Novas, Salvaterra de Magos e Benavente.
Francisco Oliveira, Presidente da Águas do Ribatejo e da Câmara Municipal de Coruche explicou que não há memória de cenário idêntico desde que surgiu a empresa há oito anos. “Recordo-me de haver rebentamento de contadores mas eram situações esporádicas, com esta dimensão não há registo”, explicou. O administrador e autarca revelou que as equipas de canalizadores, operadores e técnicos estão a trabalhar em regime de permanência desde quinta -feira. “Tem sido uma maratona, quase sem descanso”, atira. “Reconhecemos publicamente o grande esforço de todos os envolvidos que nos deixa tranquilos em relação à capacidade de resposta em cenários de crise”
Amilcar Branco, é um dos canalizadores que não tem tido mãos a medir. Enquanto substitui mais um contador no Biscainho, Coruche,diz que já perdeu a conta aos contadores substituídos.  No curso da reparação, uma idosa que esteve privada de água durante a noite e manhã revela que não tem memória de tanto frio no Biscainho. “Eu trabalhei toda a vida no campo, dormia no campo e havia invernos ruins, mas este gelo até fere os ossos”, conta Maria Palmira, com quase 80 anos. A octogenária está preocupada com a próxima fatura da água, mas não há razão para ter receio porque a empresa garante que irá ter em conta a existência de rotura e não será faturada a água perdida.
Francisco Oliveira conta que a maioria dos casos de roturas e rebentamento de contadores acontece nas zonas rurais onde os mecanismos e os tubos estão menos protegidos. “Estamos a instalar novos contadores que também são mais resistentes a estes fenómenos e iremos reforçar a proteção dos contadores e das tubagens nas novas instalações. Teremos de criar abrigos para os contadores, porque esta situação será cada vez mais frequente”, adinta. Sem quantificar custos, o líder da AR realça o enorme custo da aquisição de contadores, equipamentos e acessórios e da mão de obra.
Para além dos colaboradores da AR a empresa recorreu a empresas prestadoras de serviços para reduzir os tempos de ausência de água para os consumidores afetados. “A prioridade é restabelecer a normalidade, o mais depressa possível. Depois iremos quantificar o valor dos danos”, disse.  
Se as temperaturas negativas persistirem, é previsível o aumento do número de casos. A AR está preparada para continuar esta operação em regime intensivo, esperando repor a normalidade logo que o frio dê tréguas.



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