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| Por: Rodolfo Colhe Presidente da Comissão da Juventude Socialista Alpiarcense |
As festividades finais de 2016 e de entrada em 2017 acabaram e já voltamos ao mesmo. A senhora presidente do CDS com o seu estilo de oposição, entre o populismo extremo e a chico-espertice, o PSD a apanhar papéis e a deixar sair os “papões” que o seu líder tinha enterrado, Luís Filipe Menezes já anda aí por exemplo, mas candidatos a Lisboa ou ao Porto nem vê-los. Chego a questionar-me se o Dr. Pedro Passos Coelho não quer perder as eleições autárquicas para poder entregar a liderança e fugir do buraco que cavou, e já que falamos nisso, o PSD de Alpiarça também ainda não assumiu se tem candidato. Estará a decisão dependente da coligação nacional com o CDS? Está tudo tão baralhado que não tarda nada nem se conhecem os naipes das cartas, sendo que muitas vezes isso convém e até facilita algumas jogadas. Por terras Alpiarcenses, o ano acabou como começou, com muito lixo acumulado nos contentores e ao lado dos mesmos mas o dinheiro para festas e arraiais e não falta. Confesso que fico um bocado envergonhado quando amigos meus ao passarem por Alpiarça me enviam fotos dos contentores a transbordar de lixo. Quanto a festas e arraiais, aproxima-se o Carnaval e mais uma vez a CMA vai disponibilizar uma verba, na minha óptica exagerada, para a realização do evento. Ao mesmo tempo desmarca-se quase na totalidade da realização do mesmo, no fundo pagando para que outros organizem por eles, o que em certo ponto é uma atitude inteligente tendo em conta a péssima capacidade demonstrada para organizar eventos. Quanto à verba, é muito superior àquela que é disponibilizada por autarquias maiores e em melhor situação financeira assim como também retira o verdadeiro espírito de imaginação e improviso que o Carnaval deve ter. Na minha óptica, comemorações como a do Carnaval devem estar entregues a associações sem fins lucrativos criadas exclusivamente para esse fim ou novas secções dos clubes e associações já existentes (secções essas que teriam apenas a função de preparar o Carnaval) e que durante todo o ano através de actividades diversas tentam obter o fundo necessário à realização do Carnaval. Uma associação deste tipo não só daria outra vida ao Carnaval como quiçá até ajudaria a dinamizar Alpiarça, que bem precisa. Com isto não quero afirmar que a CMA não disponibilizasse uma verba a essa associação, muito menos que não disponibilizasse material que possuísse e não lhe fosse necessário ou até que usasse das suas facilidades enquanto autarquia para facilitar a aquisição de materiais. O Carnaval em Alpiarça, tal como já acontece em outras localidades, deve ter um fim solidário e existem diversas formas de o fazer, pois tanto poderia acontecer através da entrega de um bem alimentar na entrada das diferentes actividades desenvolvidas anualmente, inclusive no próprio corso carnavalesco, bem como através da aquisição de bens alimentares ou pagamento de, por exemplo, contas de farmácia caso existisse verba após a realização do evento, aliás o objectivo do evento deveria ser esse.
Mais uma vez e correndo o risco de me tornar repetitivo tenho de dizer que os exemplos devem vir de cima e neste caso devem vir de quem está no poder mas também de quem está à frente das outras forças vivas, que tendo pretensões eleitoralistas não criticam nada que possa ser bem visto por parte da população. Alpiarça necessita seriamente de voltar a ter espírito cívico e social e de deixar o “olho por olho, dente por dente” em que se vive.
P.S- Quando me preparava para dar por terminado este artigo chega a notícia da morte de Mário Soares, não sendo eu verdadeiramente desse tempo, sem dúvida que Soares é fixe, sem dúvida que é o grande líder político da história do nosso país e para mim um ídolo. Nunca o conheci mas nunca o vou esquecer.
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