quarta-feira, 4 de julho de 2018

ARTIGO DE OPINIÃO: Não ao racismo

Por: Rodolfo Colhe


Não ao racismo

Para princípio de conversa posso dizer que adoro o meu país, desde a sua cultura e identidade, passando pelas suas praias, montanhas e vales bem como pela sua gastronomia pitoresca e bons vinhos e claro, as pessoas.

Mas há pessoas que não merecem de todo o meu respeito ou consideração, independentementedos seus medos ou dogmas adquiridos pelas comunicação social e redes sociais, e neste momento o grupo de pessoas, infelizmente grande, que tem usado as redes sociais e caixas de comentários de notícias para criticar com argumentos racistas e trogloditas o facto de Portugal se preparar para receber um grupo de refugiados que se encontram à vários dias no mar, não merecem de todo o meu respeito.

Olho para mim e sinto-me pateta com as minhas preocupações de poder viajar pelo mundo e ir aos restaurantes que me apetece com roupa das marcas que mais gosto, enquanto pessoas em alto mar apenas pedem para não morrerem afogados enquanto dormem. Em pleno século XXI este tipo de problemas não deveria existir, mas existe, e infelizmente o número de racistas já deveria ser quase nulo, mas é cada vez maior e não será fácil erradica-los, no entanto se os que têm opinião contrária demonstrarem com a mesma força o que pensam, certamente muita gente será positivamente influenciada. 

O nosso país apesar da ditadura e da fome porque passou nunca em toda a história moderna e contemporânea não viveu nada que se compare com aquilo que se vive hoje por exemplo na Síria, Somália e Sudão do Sul. Não há nada que se compare ao cenário de total desrespeito pelos princípios básicos dos direitos do Homem, como não ter respeito, pena e vontade de ajudar?

Felizmente, a inteligência e capacidade de argumentação não são as principais características dos racistas, que usam argumentos no mínimo ridículos, com base na islamofobia pregando que “são um conjunto de terroristas” como se esses não entrassem em primeira classe nos aeroportos e não tivessem já instalados e bem instalados nos países onde vão praticar tais atos. Mas vou mais longe,e se em 1000 refugiados 1 for um criminoso os outros 999 não interessam? Não estamos a condenar à pena de morte sem julgamento caso optemos por não dar assistência a estas pessoas?

Outro dos argumentos utilizados é o facto de Portugal ter emigrantes em dificuldades em alguns locais do globo, algo que sendo verdade não é de todo igual pois os portugueses a viver na Venezuela por exemplo tem uma vida nesse país que não é transferível nomeadamente bens como as suas casas ou carros (algo que a generalidade dos refugiados já não tem), pois caso seja sua vontade abandonar o país existem planos de contingência para isso, existem embaixadas a quem recorrer para além do facto de o estado português fazer um “controlo apertado” da vida dos seus emigrantes em países que se encontram em situações complicadas.

O Racismo em nada se diferencia do radicalismo religioso ou étnico, uns alimentam os outros e tanto uns como outros devem ser combatidos pelo poder político, mas também pelo cívico através das demonstrações de humanismo de todos nós.

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