domingo, 13 de agosto de 2017

ARTIGO DE OPINIÃO: O cerne da questão

Por: Rodolfo Colhe
Presidente da Juventude Socialista 
de Alpiarça

O cerne da questão
Às vezes tenho alguma dificuldade em perceber determinadas formas de analisar certas situações, na minha opinião há uma certa falta de concentração naquilo que é o cerne das questões. Já há muitos e bons anos que todas as pessoas se sentem capacitadas para opinar sobre determinadas profissões com grande veemência, temos por exemplo, médicos de café e treinadores de bancada entre muitos outros por este país fora. No fundo, acho que faz parte da nossa forma desenrascada de estar na vida.  Mas nos últimos anos a tendência tem se alterado e já temos tantos juízes sem toga como treinadores de bancada. Já toda a gente prendeu ou soltou o Eng. José Sócrates (não vou falar sobre este tema porque nem um milhão de caracteres chegariam), toda a gente condena e deixa de condenar muitas vezes sem o mínimo conhecimento. O direito a opinião é algo que é sagrado, mas quando falamos de justiça acho que devemos, pelo menos, ter o cuidado de reforçar que estamos a dar uma opinião e não a dizer “que é assim”. A culpa, em grande parte, é dos meios de comunicação que nos dão dezenas de provas por provar com várias análises e pontos de vista de mil e uma pessoas menos, está claro, de quem sabe da poda, não esqueçamos que uma mentira dita mil vezes passa a ser verdade para muitos. O último grande exemplo é a impugnação da candidatura do suposto independente Isaltino Morais, que pelos vistos não cumpriu todos os preceitos na sua candidatura. Já li dezenas de notícias e centenas de comentários, uns a defender o candidato a candidato, os outros a ataca-lo, outros a atacar o juiz e diga-se que o juiz poderia ter evitado toda esta situação podendo até dizer-se que se pôs a jeito. No entanto, poucas ou nenhumas pessoas vi irem até ao cerne da questão, as listas estavam irregulares? Se estavam irregulares qual a razão do erro? Caso se venha a provar que não existiam erros nas listas nesse caso deverá averiguar-se o porquê de terem sido rejeitadas, doa a quem doer, mas antes disso parece-me ser precipitado tantos juízos de valor. Estas eleições estão a ser marcadas por vários queixas sobre as candidaturas, sendo que o PSD tem feito disso arma, são os tribunais que devem decidir o que é ou não legal e os eleitores no fim a decidirem o sentido do seu voto. Felizmente, por agora, em Alpiarça esse tipo de problemas e espero, sinceramente, que não se passem mesmo que isso pudesse beneficiar o meu partido, gosto da legalidade e acho que as populações precisam de ter no poder pessoas que ganham dentro de campo, quem perder que assuma a derrota e não procure nem fantasmas nem bode expiatório para justificar os erros.
Aproveito para enviar um forte abraço e desejar que dentro de tanto horror tudo corra pelo melhor as gentes das terras atingidas pelos fogos. Tenho amigos em muitos dos locais atingidos e doí-me bastante ver uma coisa como esta.

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