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| Por: Rodolfo Colhe |
Com o avançar do mês de Setembro termina a época de maior concentração de festividades pelo país fora. Festas e actividades de Verão que dinamizam os municípios e ajudam a criar uma ligação entre as pessoas e a terra onde vivem ou a terra em que nasceram. Umas das imagens mais fortes relativas a este tema são os milhares de emigrantes que se deslocam às suas terras natais nessas épocas. Normalmente não são apenas as grandes festas (feiras, certames, romarias, etc.) a marcar as actividades de Verão, os famosos concertos nos parques, mostras gastronómicas, actividades infantis, actividades nas piscinas entre muitas outras são uma das muitas coisas boas que o Verão nos oferece. É certo que muitas vezes o investimento é da autarquia sem que daí advenha dividendos directos, no entanto os dividendos que as autarquias devem procurar com estas actividades não devem de todo ser directos, muito menos devem ser de votos. A dinâmica dos municípios e as actividades neles realizadas estão em muito interligados não só por levarem as pessoas que lá moram a participar, como trazem pessoas de outros municípios, que poderão não só conhecer como posteriormente divulgar o município e realizar consumo. Alpiarça, como todas as localidades tem as suas festividades sendo que a Alpiagra e o Festival do Melão são as que recebem verdadeira atenção por parte do executivo camarário. É impossível da minha parte, não lembrar que também já tivemos a grande Feira do Vinho de Alpiarça e do Ribatejo (e que saudades tenho eu dela). Mas assentando ideias e tendo já dado a minha opinião sobre a Alpiagra e sendo a minha opinião sobre a Festival do Melão igualmente pouco abonatória. Há, pois, que falar na pouca oferta cultural de Verão em Alpiarça e comecemos por falar nos concertos e actividades nocturnas ao ar livre, não digo que não aconteceu nenhuma em todo o Verão, mas será suficiente? E não estamos a falar de trazer artistas de gabarito mas sim de aproveitar o que há na nossa terra, não só com actividades musicais mas também actividades desportivas como poderia ser o caso de saraus de ginástica ou demonstrações de Karaté ao ar livre. E porque não actividades desportivas e artísticas ao mesmo tempo? E já que estamos a falar de actividades desportivas, quantos concelhos tem tão poucas organizações desportivas durante todo o Verão? Porque não uma actividade semanal para crianças e adultos aproveitando as zonas de lazer do concelho? Actividades essas para as quais o CMA tem funcionários suficientes. Mais triste é o facto de o nosso concelho possuir variadíssimos espaços de qualidade para a realização destas actividades. Fitness, caminhadas, cãominhadas, geocaching, passeios de bicicleta, as tão actuais color runs entre tantas outras actividades típicas do verão que poderiam e deveriam ser programadas pela autarquia. Um dos espaços de enorme qualidade do nosso concelho são as piscinas municipais, que durante o Verão têm, segundo me parece, uma taxa de utilização média, mas as piscinas não teriam de ser um espaço exclusivamente para uso balnear podendo ser também usadas para outras festividades ou actividades (já posso imaginar os I Jogos sem Fronteira de Alpiarça). A nível gastronómico, Alpiarça está longe de ser uma referência distrital apesar de possuir receitas muito próprias e de uma qualidade fenomenal. Então porque não somos uma referência gastronómica? Acho que a resposta é simples, porque em momento algum o município impulsiona essas mesmas iguarias do nosso concelho. Não estou a inventar a roda, basta olhar para o concelho vizinho com o Festival da Sopa da Pedra ou o Festival da Carne de Capado em Amiais de Baixo.
Tenho a certeza absoluta que até os eleitores assíduos da CDU já perceberam que por muito ferrenhos que sejam nas suas ideologias, não podem concordar com a actual falta de rumo e de ideias da CMA. A falta de ideias e de capacidade para as colocar em pé é gritante juntando isso à falta de bom senso para ouvir os outros. Quem ninguém ouve, acaba sempre sozinho e é assim que eu espero que este executivo acabe, sozinho e apenas com os votos deles próprios.
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