segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

ARTIGO DE OPINIÃO: Traição e nada mais

Por:
Rodolfo Colhe
Presidente da Juventude Socialista
de
Alpiarça


Traição e nada mais

A política é, sem sombra de dúvida, um campo minado onde é preciso saber bem onde se coloca os pés, o cacique, os lóbis e as facções estão sempre presentes, quer se goste ou não.
Se no caso do cacique ele é comum em todos os partidos e fações dos mesmos já os lóbis apesar de presentes em todos, a relação com todos não é igual. Mas é nas facções e num caso concreto que me irei focar. As facções existem dentro de todos os partidos, “cavaquistas”, “sampaístas”, “passistas” e “costistas” há de tudo dentro dos partidos onde apenas o PCP tem uma forma diferente de agir. Estas fações fazem parte da política e contribuem para a democracia interna dos partidos, sem elas os líderes rodeavam-se apenas de pessoas próximas levando, por vezes, a desvirtuar aquilo que é realmente o pensamento do partido. As fações devem por isso ser olhadas como algo bom no geral.
O problema é que nem sempre essas fações colocam o bem do partido e do país à frente do bem pessoal, tornando-se por vezes exclusivamente sugadores de poder e de lugares, tornando-se em guias de marcha para o insucesso desse partido. Já muitas vezes disse que há boas pessoas e más dentro de todos os partidos, e que para mim nem todos são camaradas, mas afirmo com a mesma força que considero a maioria como camaradas e gosto de o dizer tanto como gosto da palavra. É essa camaradagem e partilha de ideais que forma os partidos e os torna grandes. Infelizmente para a democracia assistimos nos últimos dias a uma situação em que a falta de camaradagem foi tal que apenas se pode qualificar como traição. Como é óbvio falo da eleição do líder de bancada parlamentar do PSD. Provavelmente, por eu ser ainda orgulhosamente jovem não tenho grande opinião formada sobre Fernando Negrão, mas a traição que lhe foi feita é mais do que vil e reflete o grupo de pessoas que estava em representação do PSD. Parece-me que o facto de nem todos os membros da lista terem votado em Fernando Negrão é uma grave traição que mina de tal forma a confiança da nova liderança nos deputados que me parece que iremos ouvir o PSD a duas vozes.
Não tenho nenhuma simpatia pelo PSD como não tenho pela direita, mas um país sem oposição é um país onde a democracia não pode funcionar em todo o seu esplendor. O país precisa de um PSD longe do CDS e mais próximo do centro, veremos se é isso que irá acontecer.  

Sem comentários:

Enviar um comentário