segunda-feira, 18 de setembro de 2017

ARTIGO DE OPINIÃO: Debates

Por:
Rodolfo Colhe
Presidente da Juventude Socialista
de Alpiarça


Debates


Apesar de me parecer que a nível nacional as campanhas não têm tido uma grande intensidade, exceptuando alguns concelhos onde a intensidade está a um nível, de todo exagerada, onde muitas vezes a ferocidade se sobrepõe à qualidade ficando alguém a rir-se. Geralmente, esse alguém ou é quem está no poder ou são aqueles que optam por tácticas bastante distintas. Para não ser mal interpretado explico que nem tudo é mau e que, pessoalmente, tenho gostado de acompanhar algumas campanhas, não só pela forma séria como têm sido conduzidas, como também tenho apreciado os designs escolhidos por muitas candidaturas. Mas como indivíduo prático que sou, o mais importante para mim são as ideias, o conteúdo e a aplicabilidade, e é aqui que começa o problema das campanhas porque no papel é muito fácil, explicar directamente à população é bem mais difícil mas pôr em prática ainda mais. Como para colocar em prática é preciso ganhar, resta explicar directamente à população e é aqui que entram os debates. Correndo o risco de estar errado, parece-me que nestas eleições, comparativamente às de 2013, o número de debates aumentou significativamente e que principalmente e por via das redes sociais, o número de pessoas a quem chegam esses mesmos debates é bastante superior. Confesso que adoro a ideia de debates e que gosto muito de os ver, principalmente, os disputados apenas entre dois candidatos. Mas para que um debate aconteça é necessário ultrapassar uma série de pressupostos tais como, alguém pedir esse debate, sejam os próprios partidos ou a comunicação social (na minha óptica era isso que deveria acontecer). É necessária vontade dos partidos em sujeitar-se a esse escrutínio e é depois preciso entendimento sobre a forma como esse ou esses debates se iriam realizar. Com a aproximação da data das eleições e intensificar das campanhas e do número de debates, tem sido questionada a não existência de debates autárquicos em Alpiarça. Se os pressupostos que apresentei estiverem certos, resta perceber qual deles não foi cumprido, ninguém propôs o debate? As forças não têm vontade de ir a debate? Ou simplesmente faltou acordo na forma de realização do debate? Se ninguém propôs é bastante estranho e demonstra pouca vontade, se alguém recusou deve vir a público quem o fez, e está claro que se o problema foi falta de acordo também deveria ser público quem impediu o barco de chegar a bom porto. Seria de todo interessante perceber pelo menos, nas áreas estruturantes do poder autárquico o que cada um dos candidatos tem para dizer, também seria interessante saber por exemplo em questões como as da barragem qual é a posição que cada um tem em relação ao tema, turismo, acção social, captação de investimento e emprego entre muitos outros temas teriam de ser debatidos. Provavelmente, já estamos muito em cima da data para que seja marcado um debate, mas ainda estamos a tempo de perceber o porquê de ele não se realizar. Alpiarça é a Vila onde nasci e onde escolhi morar, mas é preciso muito, mas muito mais para voltarmos a estar ao nível onde devemos estar.

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