Por: Rodolfo Colhe Presidente da Juventude Socialista de Alpiarça |
Debates
Apesar de me parecer que a nível
nacional as campanhas não têm tido uma grande intensidade, exceptuando alguns
concelhos onde a intensidade está a um nível, de todo exagerada, onde muitas
vezes a ferocidade se sobrepõe à qualidade ficando alguém a rir-se. Geralmente,
esse alguém ou é quem está no poder ou são aqueles que optam por tácticas
bastante distintas. Para não ser mal interpretado explico que nem tudo é mau e
que, pessoalmente, tenho gostado de acompanhar algumas campanhas, não só pela
forma séria como têm sido conduzidas, como também tenho apreciado os designs
escolhidos por muitas candidaturas. Mas como indivíduo prático que sou, o mais
importante para mim são as ideias, o conteúdo e a aplicabilidade, e é aqui que
começa o problema das campanhas porque no papel é muito fácil, explicar directamente
à população é bem mais difícil mas pôr em prática ainda mais. Como para colocar
em prática é preciso ganhar, resta explicar directamente à população e é aqui
que entram os debates. Correndo o risco de estar errado, parece-me que nestas
eleições, comparativamente às de 2013, o número de debates aumentou
significativamente e que principalmente e por via das redes sociais, o número
de pessoas a quem chegam esses mesmos debates é bastante superior. Confesso que
adoro a ideia de debates e que gosto muito de os ver, principalmente, os
disputados apenas entre dois candidatos. Mas para que um debate aconteça é
necessário ultrapassar uma série de pressupostos tais como, alguém pedir esse
debate, sejam os próprios partidos ou a comunicação social (na minha óptica era
isso que deveria acontecer). É necessária vontade dos partidos em sujeitar-se a
esse escrutínio e é depois preciso entendimento sobre a forma como esse ou
esses debates se iriam realizar. Com a aproximação da data das eleições e intensificar
das campanhas e do número de debates, tem sido
questionada a não existência de debates autárquicos em Alpiarça. Se os
pressupostos que apresentei estiverem certos, resta perceber qual deles não foi
cumprido, ninguém propôs o debate? As forças não têm vontade de ir a debate? Ou
simplesmente faltou acordo na forma de realização do debate? Se ninguém propôs
é bastante estranho e demonstra pouca vontade, se alguém recusou deve vir a público
quem o fez, e está claro que se o problema foi falta de acordo também deveria
ser público quem impediu o barco de chegar a bom porto. Seria de todo
interessante perceber pelo menos, nas áreas estruturantes do poder autárquico o
que cada um dos candidatos tem para dizer, também seria interessante saber por
exemplo em questões como as da barragem qual é a posição que cada um tem em
relação ao tema, turismo, acção social, captação de investimento e emprego
entre muitos outros temas teriam de ser debatidos. Provavelmente, já estamos
muito em cima da data para que seja marcado um debate, mas ainda estamos a
tempo de perceber o porquê de ele não se realizar. Alpiarça é a Vila onde nasci
e onde escolhi morar, mas é preciso muito, mas muito mais para voltarmos a
estar ao nível onde devemos estar.
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