domingo, 1 de janeiro de 2017

ARTIGO DE OPINIÃO: Campeões, a Geringonça e o que ai vem

Por:
Rodolfo Colhe
Presidente  da Juventude Socialista
de Alpiarça


Em 2160 todos irão saber que 2016 foi o ano em que Portugal ganhou o seu primeiro Europeu de Futebol, a sua maior vitória desportiva até hoje. Mas 2016 em Portugal é um ano para ser recordado a vários níveis, creio eu que os indicadores mostram que 2016 pode ter sido o princípio do fim da instabilidade e de vários factores tanto de índole política como social. Acredito que podemos olhar para 2016 como o princípio do fim da escola que formata alunos e o início da escola que prepara os seus alunos de igual forma. É impossível olhar para esta temática, e esquecer as manifestações “pró-escola pública” e “pró-escola privada”, em que segundo me pareceu a esmagadora maioria da população se demonstrou “pró-escola pública”, esquecendo de todo a posição dos partidos. A educação é, sem dúvida, uma das temáticas a acompanhar em 2017, tentando perceber se as mudanças continuam e se as escolas se tornam mais “iguais”. Outras das temáticas que consagram 2016, estão relacionadas com o emprego e com a segurança social. A redução da taxa de desemprego é um dos indicadores que mais me deixa feliz com 2016 apesar de o caminho para a resolução do emprego ainda está apenas no seu princípio, não só porque o emprego tem de aumentar como tem de deixar de ser tão precário, recibos verdes, estágios profissionais e por aí fora são problemas a resolver. Uma palavra também para as alterações que se irão sentir em 2017 nos indivíduos portadores de deficiência, são indiscutivelmente a prova de que agora todos os portugueses são iguais. Tirando a palavra “campeões”, a que mais andou na boca dos portugueses foi “geringonça”, começando por aparecer no dicionário da direita e da esquerda caviar como uma máquina mal montada e mal calibrada que não chegaria a lado nenhum. Para outros, na teoria seria um bom veículo mas difícil de por a andar. Para o Primeiro-Ministro António Costa, a geringonça era um Ferrari que apenas precisava de um bom piloto para o guiar pelas curvas sinuosas, fazendo Portugal sair de ruas escuras e caminhos sem saída em que se encontrava. O PS voltou a ser verdadeiramente um Partido Social Democrata, e como tal, defensor da democracia em que todas as pessoas têm o mesmo valor independentemente do grau académico, social ou família a que pertencem, mesmo que por vezes a nível local isso não aconteça. A nível nacional, cada vez mais os independentes se podem considerar parte do partido. Mas, mais uma vez, o caminho está longe do fim e 2017 será sem dúvida um dos mais importantes anos para que cheguemos a um bom caminho, relação com a Europa, reacção da economia ao novo líder dos EUA e o efeito Guterres. A uma escala muito mais local mas não menos importante na vida das pessoas, as eleições autárquicas. Se pudesse escolher um título antecipado para 2017 seria o do ano do Humanismo, o ano em que as pessoas passam a ser o essencial e a preocupar-se umas com as outras. Para isso os seus líderes têm de dar exemplo, estejamos a falar a nível mundial, nacional ou local porque o exemplo terá sempre de vir ao de cima. Talvez, o desejo para 2017 deva ser o aparecimento de novos líderes com características e carácter de líderes em detrimento de uns quantos indivíduos de pose altiva que nos fazem pensar viver ainda numa monarquia ou ditadura.

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