domingo, 18 de setembro de 2016

ARTIGO DE OPINIÃO: "Alpiarça é, neste momento, dos concelhos com menor participação jovem na vida activa e cívica"

Por: Rodolfo Colhe
Actualmente, a política é vista por uma grande percentagem dos jovens como um bicho papão, do qual se devem afastar e evitar ter opinião sobre o assunto levando até à existência de medo em ser associado a algum partido. Essa falta de interesse demonstra-se também na falta de vontade de participar na vida cívica, estando activamente ligados a clubes e associações com o simples interesse de fazer bem ao outros e de ser activo na vida da sua localidade. Na minha análise, Alpiarça é, neste momento, dos concelhos com menor participação jovem na vida activa e cívica. Quantos jovens Alpiarcenses são activos em Juventudes Políticas? Quantos jovens Alpiarcenses são activos em clubes ou associações? Na minha opinião, em qualquer um dos casos a quantidade é pequena principalmente tendo em conta a quantidade e qualidade dos jovens da nossa terra.Mas desengane-se quem pensa que a falta de participação desta geração, na qual me incluo, se deve totalmente à falta de vontade ou muito menos a uma questão de incapacidade dos nossos jovens. Há vários factores responsáveis por aquilo que vos falo, uma das principais deve-se ao facto de muitos jovens não sentirem Alpiarça, mas o que tem tido Alpiarça para lhes oferecer? Outro dos factores está relacionado com o baixo número de jovens a trabalhar em Alpiarça, mas o que tem sido feito para mudar isso? Para mim, mais do que tudo isso, existe uma grande responsabilidade por parte da sociedade e do poder autárquico por não apoiar de forma alguma a entrada desses jovens. Comecemos por olhar a situação dos clubes e associações, que apesar de terem cada vez mais dificuldades para preencherem os seus corpos directivos, contam com muito poucos jovens. Pergunto-me eu, se os jovens Alpiarcenses recusam ocupar cargos ou se simplesmente nem sequer são convidados? E porque não convidar alguns jovens que até têm formação a condizente com o cargo, por exemplo num concelho fiscal. Terão os clubes e associações de ser sempre dos mesmos? Não vejo razão para tal acontecer, aliás tenho a certeza que esses mesmos clubes e associações teriam muito a ganhar com a entrada de sangue novo e de novas ideias com uma mentalidade virada para o profissionalismo no desempenho de funções, como é hábito dos jovens a quem é dado oportunidades. Um dos casos mais gritantes de impedimento da entrada dos jovens na vida cívica e politica prende-se com a não implementação dos Concelhos Municipais de Juventude (CMJ) que são obrigatórios e passo a citar a Lei n.º 8/2009, de 18 de Fevereiro, Artigo 27.º “ Os municípios que à data de entrada em vigor da presente lei não se encontrem dotados de um conselho municipal de juventude devem proceder à sua instituição, nos termos da presente lei, no prazo máximo de seis meses.” Bem, não passaram seis meses mas sim, mais de sete anos e CMJ nem vê-lo. Os CMJ são uma excelente forma de promover a participação dos jovens na vida do município por via da obrigatoriedade de serem ouvidos em variadíssimas matérias, como é exemplo o caso das “Linhas de orientação geral da política municipal para a juventude, constantes do plano anual de actividades” e  “Orçamento municipal, no que respeita às dotações afectas às políticas de juventude e às políticas sectoriais com aquela conexas”. Estamos a falar do que diz a lei ou será que a lei nada vale em Alpiarça? Com toda a certeza, e mau seria se assim não o fosse, os jovens iriam pressionar o Município, iriam marcar a sua posição e tentariam fazer parte da solução que Alpiarça necessita. Seriamos apressados é um facto, já dizia o saudoso Almeida Santos “um militante da JS é um militante do PS só que mais apressado” e o mesmo serve para a generalidade dos jovens. Será isso qua assusta os actuais lideres? Terão por ventura, medo da vontade de mudar e de colocar Alpiarça no lugar em que os jovens a colocariam? Eu penso que sim.

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