segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

ARTIGO DE OPINIÃO: O que aí vem

Por:
 Rodolfo Colhe

O que aí vem
Parte I


O ano de 2020 será na minha ótica muito importante na definição do que serão os próximos anos na política portuguesa. A importância deste ano poderia ser medida pelo simples facto de que teremos 2 orçamentos de estado para aprovar e assumo com esta declaração que acho que o primeiro irá ser aprovado, mas há muito mais do que isso.
Os resultados das eleições internas no PSD e CDS serão importantíssimos para os próximos anos e ninguém pode negar isso. No caso do CDS, talvez mais do que o vencedor que pode significar o afirmar de uma das vertentes ideológicas do partido, será importante perceber até que ponto ficaram “esfrangalhados” e até que ponto existirá migração de quadros derrotados para outros partidos.
No caso do PSD a música é outra, caso Rui Rio seja o vencedor reforça e muito a sua posição independentemente se ganha por goleada ou por 1-0. Para o delfim de Pedro Passos Coelho, Luís Montenegro, é um tudo ou nada pois ser duas vezes derrotado poderá mesmo ser o fim das suas ambições, pelo menos num futuro próximo. Não nego que Luís Montenegro iria trazer um tipo de discurso diferente, mais aguerrido e mais politizado mas não estou certo até que ponto a aura de Passos Coelho que faz questão de não perder não seria um inimigo de futuro, principalmente quando estivesse em causa apelar ao eleitorado de centro e até nas maiorias negativas tão tentadas pelo PSD na última legislatura.
Miguel Pinto Luz parte atrás mas parte forte e a mostrar que conhece a máquina, não tendo eu uma opinião formada creio que a declaração “Não coloco linhas vermelhas a alianças, nem com o Chega” deixou algumas sirenes a apitar mas veremos como o eleitorado lida com isso. Tem menos tempo debaixo dos holofotes que os restantes candidatos e isso iria dar-lhe hipóteses de se “transformar” no líder que entendesse que o partido necessitava.
No PCP também não é certa a manutenção de Jerónimo de Sousa na liderança do Partido, e aí tendo em conta a durabilidade dos lideres o futuro do PCP estaria em jogo (não que o PCP corra o risco de desaparecer) visto que o PCP tem obrigatoriamente de mudar nem que seja a sua forma de comunicar e de se relacionar com a população. Acho que quando mudarem de líder será certamente uma das grandes lutas a travar dentro do partido, se não quiserem perder ainda mais preponderância.
No Bloco de Esquerda são noticiadas vozes críticas à liderança atual, um pouco como no PCP e é difícil perceber como funciona o partido e como se move internamente. Nenhum partido é um livro totalmente aberto, mas nem todos estão fechados a sete chaves. Apesar de tudo a leitura neste caso não deve fugir muito de Catarina Martins querer estar no poder e os seus opositores internos querem um BE de oposição com muitas linhas vermelhas. Continuo a achar que o BE ainda pode crescer mas não me parece que o afastamento do poder seja o caminho.


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