segunda-feira, 8 de outubro de 2018

ARTIGO DE OPINIÃO: Um ano depois

Por:
Rodolfo Colhe

Um ano depois

É difícil definir em uma medida de peso, quantidade ou comprimento, a relevância de uma unidade, é necessário enquadrar, 1 kg numa bicicleta de competição é bastante relevante, já num barco transoceânico não o será de todo. Um ano na história da humanidade é, sem dúvida, uma gota no oceano, no entanto alguns anos foram sem dúvida muito relevantes enquanto que outros tem pouco para contar.

Durante a semana que passou fez um ano que as autarquias foram a eleições e certamente para algumas este ano que passou foi muito relevante para outras nem por isso. Para Alpiarça não sei se considere apenas mais um ano do marasmo que se iniciou em 2009 ou se algo mais. Se nada aconteceu de relevante, e isso é claramente muito mau, diria que se algo porventura mudou foi para pior, se a confiança dos eleitores mesmo que reduzida em relação 2013 poderia ter dado ao executivo da CDU a capacidade de dar a volta á situação, principalmente, porque o Presidente Mário Pereira está no último mandato e não tem de estar preocupado com questões eleitoralistas e os vereadores não têm á partida condições para assumirem a presidência devendo portanto estar também em fim de ciclo.

Na minha opinião, o que de mais grave se passou durante este ano foi o aparente aumento do desinteresse e a diminuição da propagação de informações sobre a Vila, na qual eu próprio sou culpado como é fácil de perceber pelas semanas seguidas em que não abordei sequer Alpiarça nas minhas crónicas semanais. É fácil perceber que os temas que tanta tinta fizeram correr (muitas vezes de forma pouco elegante) hoje mantêm-se sem que ninguém fale neles, como são exemplos as questões da qualidade da água da barragem e da morte de peixes que não está de todo resolvido e as questões relacionadas com a recolha de resíduos urbanos são um outro exemplo concreto que se mantem mas simplesmente deixou de ser tema.

E o turismo, e a atração de investimento, e a criação de emprego e as grandes obras públicas que Alpiarça necessita? Mas afinal onde vai isto parar? Nós que somos oposição temos a obrigação de os pressionar a fazer mais sendo claro que a organização interna de quem está na oposição é bastante mais difícil do que a de quem está no poder e tem portanto profissionais da política, mas o eleitorado da CDU também se deve revoltar e exigir mais, pois não são as questões ideológicas que estão em causa. Não falamos, para mim, das ridículas posições sobre  a União Europeia ou a Nato, nem do apoio á Coreia do Norte ou á Venezuela, falamos na nossa Vila que a cada dia que passa oferece menos condições para aqui morar, eu trabalho e estudo em Lisboa e é principalmente a parte emocional que me faz regressar todos os dias a Alpiarça. O potencial não chega, Alpiarça tem tudo para ser grande, mas sejamos sinceros, de quantos anos precisaremos para voltar a colocar Alpiarça no mapa do desenvolvimento? E de quantos anos precisaremos para recuperar o tempo perdido? Não será certamente do dia para noite e claramente a cada ano que passa as desigualdades irão aumentar, e ainda nos faltam 3 anos para novas eleições.

P.S- Os meus parabéns á organização do 1º Grande Trail de Alpiarça. Infelizmente, a minha vida profissional não me permitiu estar presente mas deve-se valorizar quem faz algo a favor do bem comum e acredito que esse bem comum foi o maior dividendo que os organizadores retiraram do evento. Espero que tudo tenha corrido da melhor forma e que tenham a possibilidade de organizar uma 2º edição.

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