Por: Rodolfo Colhe Presidente da Juventude Socialista de Alpiarça |
Há que valorizar aquilo que tem
real valor, independentemente de quem são os organizadores ou intervenientes e
sem sombra de dúvida é de valorizar o I Encontro
“Promoção e Protecção dos Direitos das Crianças/Jovens”. Uma sessão muito
agradável, com intervenientes de elevada qualidade e experiência, que a mim
pessoalmente me enriqueceram. Apenas há a lamentar o facto de a Senhora Secretária
de Estado não ter podido estar presente, e mais uma vez a sociedade civil não
ter aderido em grande número, algo que admito que possa ter sido propositado
visto o espaço estar bastante composto com professores e técnicos ligados à
Segurança Social.
Mas virando a página e voltando a
falar daquilo que é a vida em Alpiarça e do muito que há a fazer para devolver Alpiarça
ao seu lugar natural. Tal como o enigma de quem nasceu primeiro, a galinha ou o
ovo, podemos também questionar-nos se é a Vila que dinamiza o comércio ou se é
o comércio que dinamiza a Vila. Não existirá com toda a certeza uma resposta
100% verdadeira, sendo que na minha opinião à resposta seria um pouco das duas
opções, ou melhor existe uma relação em que um puxa pelo outro, em que ou
crescem os dois ou os dois se mantêm em baixo. E em Alpiarça a situação não é
diferente de outros tantos locais mas no nosso caso desce e o comércio vai
descendo com a Vila. Sendo o Mercado Municipal um dos bons exemplos disso,
caminha a passos largos para se tornar uma superfície amorfa no centro de
Alpiarça. É certo que existe no nosso concelho casos de
sucesso como são o caso das lojas de ferragem ou de produtos de apoio à
agricultura e a pecuária que conseguem manter um volume de vendas que lhes
permite subsistir sendo também verdade que uma das lojas de maior venda se
encontra fora da zona urbana da Vila o que não contribui da mesma forma para a
dinâmica diária de Alpiarça (não se trata de uma crítica mas de uma constatação
de facto). Infelizmente, em outros níveis de comércio, há uma enorme
dificuldade dos comerciantes em manterem a sua actividade, sendo ainda pior o
facto de faltarem muitas lojas para o nível de procura que poderia ser elevado
tendo em conta que a nossa população é muito envelhecida e poderia fazer a
generalidade das suas compras no nosso concelho. Na minha opinião Alpiarça tem
potencial para ter mais lojas do que aquelas que tem neste momento abertas, mas
mais importante do que isso seria dar uma dinâmica ao comércio já existente.
Sendo um facto que neste momento nenhum dos certames organizados em Alpiarça
contribui para a promoção do nosso comércio e existem variadíssimas actividades
que poderiam ajudar nessa promoção. Em primeiro lugar, seria benéfico a CMA de
Alpiarça contratar os serviços prestados pelos comerciantes da terra quando
organiza Almoços/Jantares e outras tantas actividades que necessitam de aquisição
de bens. Uma dessas actividades seria sem dúvida a organização e divulgação
extensiva de um concurso de montras na época natalícia que permitisse uma
divulgação on-line das diferentes lojas e levasse as pessoas a deslocarem-se
para ver as montras decoradas para o efeito, em seguida seguir-se-ia a votação
on-line de onde sairia um vencedor. Outra das formas de promoção passaria pela
organização de actividades que poderiam ser tanto de âmbito desportivo como
cultural em que os vencedores receberiam vouchers para gastar no comércio de
Alpiarça (existiria claro, uma lista de espaços aderentes ao evento). Seria
também benéfico, a criação e divulgação de um guia do comércio local com os
comerciantes e as diferentes ofertas que eles têm. Para que não fique em
esquecimento, há que relembrar que foi um vereador eleito pelo PS que propôs o
nome dos comerciantes que receberam as medalhas de mérito da nossa Vila.
Tal como tantos outros sectores,
o comércio de Alpiarça precisa de muito apoio, de muita boa vontade, mas parece
que a preguiça é muita e a vontade é de manter as coisas como estão, tornando os
habitantes de Alpiarça em habitantes do 3º Mundo.
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