terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

ARTIGO DE OPINIÃO: ORÇAMENTO DE ESTADO

Por:
Rodolfo Colhe

A definição ideológica é imprescindível para o funcionamento da democracia, sem ela não sabemos exatamente quem é quem e quem quer o quê. Quem não acreditar em ideologia facilmente rebaterá os meus argumentos, mas aqui vai, as coligações negativas são no geral a prova de até onde se consegue ir na caça ao voto, e as últimas coligações negativas no parlamento são também a prova da falta de responsabilidade que caracteriza muitas das forças políticas portuguesas. Não acho anormal que partidos com posições geralmente contrárias se encontrem em questões muito concretas, acho estranho que se encontrem em questões que custam 800 milhões por ano ao Estado português, ou que delapidem a nossa economia como foi o caso da coligação negativa que levou à suspensão das obras do metro de Lisboa.
Por muito que colemos os cacos depois do prato cair ao chão dificilmente ele voltará a ter a mesma utilidade e isto é exatamente o estado do PSD. Eles bem colam os cacos do partido, mas não conseguem que tenha a funcionalidade de outros tempos. Um partido que agora é favorável e logo se abstém, que agora fala ao centro e logo pisca o olha à direita (mesmo aquela com tiques reacionários), quer voltar a ser poder? O PSD sempre foi importante na nossa democracia e era importante que voltasse a ser esse partido.
A discussão na generalidade do orçamento de estado foi a demonstração do que poderão ser os próximos anos de governação, com o PS a ter de combater o populismo e o oportunismo. Não tenho dúvidas que todas as matérias merecedoras de tempo de antena serão debatidas ao máximo sem que com isso se procure o bem de Portugal e dos portugueses, mas cativar votantes e apoios.
Para que não fiquem dúvidas é claro que o IVA da eletricidade é alto e é obvio que o ideal seria baixa-lo, mas em política tomam-se opções e estou convicto que a opção de não descer o IVA é neste momento a única possível sem colocar em causa a sustentabilidade do país.

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