(*) |
O "Vale da Cigana" foi durante várias gerações o espaço onde residiu várias famílias de ciganos.
Nos fins do século dezoito, princípios do século dezanove, o vale era habitado por várias famílias ciganas.
Uma cigana era a "patriarca" e os terrenos onde habitava, mais os seus, era propriedade sua.
Deu à luz uma pequena comunidade de ciganos, dos quais, ainda hoje habitam em Alpiarça muitos dos seus descendentes.
Este vale era "passagem obrigatória" e acolhimento para outras tribos.
A "patriarca" era quem mandava nas várias clãs de ciganos que por ali habitavam ou que por ali passavam e era ela que dirigia os "poisos" nestas bandas.
No inicio do século dezanove (1920/30) as redondezas do actual "Vale da Cigana" era explorado por um grande e abastado agricultor alpiarcense: Álvaro da Silva Simões.
Por ironias do tempo e da sociedade que se vivia na altura o "Simões" conseguiu expulsar da proximidade dos terrenos que cultivava a "ciganada" que era a verdadeira "dona do terreno".
Álvaro, possuidor de uma grande fortuna que lhe dava um enorme poder e com o apoio e influência governativa da altura conseguiu expulsar dos terrenos, que nunca foram seus, quem por lá sempre viveu durante várias gerações.
(*) |
Com o apoio da desgovernação da época e com o apoio de um certo conservador e de falsas testemunhas conseguir legalizar os terrenos que se situam no 'Vale" em seu nome.
Nunca mais os ciganos puderam voltar ao que seu foi.
Resta hoje aos poucos descendentes alpiarcenses da "cigana patriarca" (família Lima) viverem condignamente na Zona Alta de Alpiarça.
Não é por acaso que o Vale, que foi dos ciganos, se chama: "Vale da Cigana".
Quem quiser e tiver paciência pode consultar os registos nos meandros da Conservatória Central
(*) Fotos obtidas na Internet.
Sem comentários:
Enviar um comentário