segunda-feira, 28 de outubro de 2019

ARTIGO DE OPINIÃO: Equipa que ganha mexe-se mas pouco

Por:
Rodolfo Colhe

Equipa que ganha mexe-se mas pouco

Quando é apresentado um novo governo, independentemente de qual é o partido ou os partidos a formar governo, as críticas sucedem-se bem como a tentativa de atacar elos que possam ser à partida mais fracos, isso é da vida, escusava era de ser feito de forma ridícula.
Quem está na vida política e ainda um governante estão sempre sujeitos à crítica e na minha ótica não só não se devem esconder como devem refutar sempre que possível, nem todos os políticos podem ou devem ser kamikazes como o João Galamba mas deve-se louvar a sua capacidade de não deixar pontas soltas e a coragem de combater programas de pseudojornalismo de investigação.
A primeira crítica a este governo foi para o facto de não ser novo e de não existirem muitas mexidas, como se não tivesse sido com este elenco que o PS se tivesse tornado o partido mais votado e suficientemente votado para que seja impossível a qualquer outro partido governar, logo o argumento é ridículo. Olhar para a composição de um governo como quem olha para um onze de futebol onde a saída de um médio e a entrada de um avançado pode mudar drasticamente a qualidade da equipa é pura falta de inteligência ou decência. Por muito que alguns membros possam ter terminado a legislatura passada numa situação mais difícil, é preciso olhar para os programas, projetos e/ou reformulações em curso e que preferencialmente devem ser lideradas por quem conhece “timtim por timtim” o que está em curso desde a sua génese. Não olhemos por favor para a política como mera gestão das expectativas da opinião pública.
Depois e com uma velocidade assustadora apareceram os tais ataques aos elos que pareciam mais fracos, uma série de capas e notícias descontextualizadas sobre a nova Ministra da Agricultura, Maria do Céu Albuquerque, que inundaram as capas dos jornais e as redes sociais. Pessoalmente, fiquei muito feliz com a sua nomeação, não me assusta a sua aparente menor ligação à pasta, assustar-me-ia sim se não tivesse certezas sobre as suas competências políticas e humanas.
Depois e com a apresentação dos Secretários de Estado, o ridículo é ultrapassado por notícias que só podem ser a brincar. Como declaração de princípios eu não compro o Correio da Manhã mas leio a sua capa como a de todos os jornais diariamente e na passada quarta-feira tive de procurar ler no café um conjunto de duas notícias (é que estas grandes “obras jornalísticas” agora são artigos pagos para leitura on-line), a primeira “informa” de forma tendenciosa que o “Estado domina” e que “só três das ‘contratações’ para o Governo vêm do setor privado”, no entanto a “notícia” imediatamente abaixo destaca o facto do Secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Média, Nuno Artur Silva, ter feito vários contratos com o Estado quando era acionista da empresa que segundo o jornal Expresso “da qual saíram projetos televisivos como “Contra-Informação”, “Herman Enciclopédia”, “Gato Fedorento” ou “O Eixo do Mal” “. Só consigo tirar uma conclusão deste seguimento de notícias, os Secretários de Estado devem preferencialmente vir do privado desde que não tenham tido sucesso.
A cereja no topo do bolo das críticas ridículas vai para o maior governo de sempre que passou de 17 para 19 ministros e de 43 para 50 secretários de Estado, uma subida que não só é insignificante em termos de orçamento no que diz respeito ao vencimento dos mesmos e dos que os acompanham, como é de todo justificada pela futura presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, pelo processo de transferência de competências para os municípios e claro pela necessidade de abordar de forma acutilante o quadro comunitário que se avizinha e onde se farão sentir os efeitos do Brexit.
Deixem os homens trabalhar e depois avaliem o seu trabalho.

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