terça-feira, 19 de novembro de 2019

INAUGURATION DE LA MAISON DU PORTUGAL DE CHAMPIGNY


INAUGURATION DE LA MAISON DU PORTUGAL DE CHAMPIGNY

16 de Novembro de 2019
Discurso de Mário Fernando Pereira, Presidente da Câmara Municipal de Alpiarça


Monsieur le Maire de Champigny-sur-Marne

Senhora Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas
Monsieur le Président du Conseil Départemental du Val-de-Marne
Senhor Embaixador de Portugal
Senhores deputados
Senhor Cônsul Geral
Senhor Presidente da Assembleia Municipal e demais eleitos do Poder Local de Champigny e de Alpiarça
Senhoras e senhores dirigentes das associações portuguesas
Senhoras e senhores convidados

Uma saudação fraternal a todos vós a partir de Alpiarça e de Portugal, extensiva a todas as cidades integrantes do processo de geminação desenvolvido por Champigny. Agradeço o convite da Mairie, do Comité de Geminação e das associações portuguesas, bem como a forma calorosa como nos recebem.

É com muita honra que uma vez mais marcamos presença numa cerimónia de grande significado para esta cidade e para a sua população, independentemente da nacionalidade de origem.

Sendo esta a primeira oportunidade de vos falar formalmente, permitam-me que comece por felicitar o novo Maire de Champigny, Christian Fautré, deixando-lhe, e a todos os eleitos, os nossos votos de bom trabalho e dos maiores sucessos na gestão política desta terra de resistência à opressão, de democracia, de progresso, de desenvolvimento, uma cidade integradora e internacionalista.

Depois, permitam-me ainda uma palavra de saudade – mas também de apreço e de reconhecimento – a Dominique Adenot, anterior Maire, nosso amigo e camarada, que infelizmente nos deixou em Abril do ano passado, quando tinha muito mais ainda para dar às suas gentes e ao seu país.
Para além do valoroso trabalho realizado nos anos em que esteve à frente do Município, que por si só são merecedores do maior apreço dos seus concidadãos, Dominique Adenot foi um amigo de Portugal e dos portugueses que aqui vivem, tendo sido por tal distinguido oficialmente pelo Presidente da República portuguesa e pelo Primeiro-Ministro com a atribuição da Ordem de Mérito, a 11 de Junho de 2016; numa cerimónia na qual tivémos o privilégio de participar, durante a inauguração do monumento de homenagem da comunidade portuguesa a um outro grande Maire de Champigny, Louis Talamoni, cujo papel na integração dos emigrantes portugueses nesta região foi fundamental e até decisivo ao longo dos anos 60 e 70 do século XX.



Senhoras e senhores,

o momento é de celebração com a inauguração da Casa de Portugal em Champigny; este é um marco mais no longo processo de integração e afirmação da comunidade portuguesa em França, desde os já distantes anos 50 e 60 em que milhares de portugueses fugiram à miséria, à exploração e à guerra colonial – fugiram à ditadura fascista de Salazar e Caetano – e aqui se estabeleceram; primeiro em bairros-da-lata, depois labutando por melhores condições de vida, organizando-se em associações, integrando-se na sociedade, tornando-se parte dela. Aqui, contaram com o apoio e com a solidariedade da comunidade de Champigny, dos seus representantes políticos, orientados por ideais progressistas e marcados pela dura mas vitoriosa resistência à ocupação estrangeira, ao nazi-fascismo. Em liberdade e com democracia – liberdade e democracia apenas alcançadas em Portugal com a Revolução dos Cravos, a 25 de Abril de 1974 – os portugueses da diáspora desenvolveram comunidades fortes e actuantes, como as desta região, realizando regularmente variadas iniciativas de grande relevância, como as de hoje, prestigiando o nosso País.

O quadro em que se efectivou este processo bem sucedido de integração não é imutável nem os valores democráticos que tem como base são dados adquiridos. Bem pelo contrário, exige vigilância e acções na sua defesa. Nos tempos que correm, em diversos pontos do mundo em que vivemos, assistimos ao regresso agressivo e violento de muitas das ideias e práticas que julgávamos em vias de serem completamente ultrapassadas e deixadas num qualquer beco sujo da História; ideias e práticas que encerram enormes perigos para a democracia, para a convivência na diversidade e para o desejável avanço social e civilizacional que deveremos procurar prosseguir.

Quando a discriminação, a xenofobia e o racismo, a exploração e a dominação de povos e países estão colocados novamente como um cenário normal por muitos, nas nossas sociedades e um pouco por todo o lado, nada melhor que o acto simbólico que hoje estamos a realizar para funcionar como bandeira de afirmação democrática dos valores da cooperação e da solidariedade entre pessoas e povos. Assim, esta Casa de Portugal em Champigny será a casa de todos os portugueses que vivem nesta região e das respectivas associações, como deve ser. Será lugar de encontro e convívio. Aqui serão realizadas actividades sociais, culturais e recreativas que promoverão a afirmação dos portugueses, da língua portuguesa e das nossas manifestações culturais, reforçando uma identidade própria e, no entanto, contribuindo para aprofundar a participação na vida e na sociedade francesas. Mas, acima de tudo,a Casa de Portugal constituir-se-á certamente como casa aberta a todas as origens e nacionalidades – aberta a toda esta comunidade acolhedora, culturalmente diversa e socialmente progressista que é Champigny-sur-Marne.

As maiores felicidades para todos os frequentadores da Casa de Portugal!

Que também neste espaço renovado possa ser mantida e reforçada amizade e a cooperação entre Alpiarça e Champigny – entre Portugal e a França –, e bem das nossas populações e dos povos!

Obrigado.

«CMA»

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