INAUGURATION DE LA MAISON DU PORTUGAL DE CHAMPIGNY
16 de Novembro de 2019
Discurso de Mário Fernando Pereira, Presidente da Câmara Municipal de Alpiarça
Monsieur le Maire de Champigny-sur-Marne
Senhora Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas
Monsieur le Président du Conseil Départemental du Val-de-Marne
Senhor Embaixador de Portugal
Senhores deputados
Senhor Cônsul Geral
Senhor Presidente da Assembleia Municipal e demais eleitos do Poder Local de Champigny e de Alpiarça
Senhoras e senhores dirigentes das associações portuguesas
Senhoras e senhores convidados
Uma saudação fraternal a todos vós a partir de Alpiarça e de Portugal, extensiva a todas as cidades integrantes do processo de geminação desenvolvido por Champigny. Agradeço o convite da Mairie, do Comité de Geminação e das associações portuguesas, bem como a forma calorosa como nos recebem.
É com muita honra que uma vez mais marcamos presença numa cerimónia de grande significado para esta cidade e para a sua população, independentemente da nacionalidade de origem.
Sendo esta a primeira oportunidade de vos falar formalmente, permitam-me que comece por felicitar o novo Maire de Champigny, Christian Fautré, deixando-lhe, e a todos os eleitos, os nossos votos de bom trabalho e dos maiores sucessos na gestão política desta terra de resistência à opressão, de democracia, de progresso, de desenvolvimento, uma cidade integradora e internacionalista.
Depois, permitam-me ainda uma palavra de saudade – mas também de apreço e de reconhecimento – a Dominique Adenot, anterior Maire, nosso amigo e camarada, que infelizmente nos deixou em Abril do ano passado, quando tinha muito mais ainda para dar às suas gentes e ao seu país.
Para além do valoroso trabalho realizado nos anos em que esteve à frente do Município, que por si só são merecedores do maior apreço dos seus concidadãos, Dominique Adenot foi um amigo de Portugal e dos portugueses que aqui vivem, tendo sido por tal distinguido oficialmente pelo Presidente da República portuguesa e pelo Primeiro-Ministro com a atribuição da Ordem de Mérito, a 11 de Junho de 2016; numa cerimónia na qual tivémos o privilégio de participar, durante a inauguração do monumento de homenagem da comunidade portuguesa a um outro grande Maire de Champigny, Louis Talamoni, cujo papel na integração dos emigrantes portugueses nesta região foi fundamental e até decisivo ao longo dos anos 60 e 70 do século XX.
Senhoras e senhores,
o momento é de celebração com a inauguração da Casa de Portugal em Champigny; este é um marco mais no longo processo de integração e afirmação da comunidade portuguesa em França, desde os já distantes anos 50 e 60 em que milhares de portugueses fugiram à miséria, à exploração e à guerra colonial – fugiram à ditadura fascista de Salazar e Caetano – e aqui se estabeleceram; primeiro em bairros-da-lata, depois labutando por melhores condições de vida, organizando-se em associações, integrando-se na sociedade, tornando-se parte dela. Aqui, contaram com o apoio e com a solidariedade da comunidade de Champigny, dos seus representantes políticos, orientados por ideais progressistas e marcados pela dura mas vitoriosa resistência à ocupação estrangeira, ao nazi-fascismo. Em liberdade e com democracia – liberdade e democracia apenas alcançadas em Portugal com a Revolução dos Cravos, a 25 de Abril de 1974 – os portugueses da diáspora desenvolveram comunidades fortes e actuantes, como as desta região, realizando regularmente variadas iniciativas de grande relevância, como as de hoje, prestigiando o nosso País.
O quadro em que se efectivou este processo bem sucedido de integração não é imutável nem os valores democráticos que tem como base são dados adquiridos. Bem pelo contrário, exige vigilância e acções na sua defesa. Nos tempos que correm, em diversos pontos do mundo em que vivemos, assistimos ao regresso agressivo e violento de muitas das ideias e práticas que julgávamos em vias de serem completamente ultrapassadas e deixadas num qualquer beco sujo da História; ideias e práticas que encerram enormes perigos para a democracia, para a convivência na diversidade e para o desejável avanço social e civilizacional que deveremos procurar prosseguir.
Quando a discriminação, a xenofobia e o racismo, a exploração e a dominação de povos e países estão colocados novamente como um cenário normal por muitos, nas nossas sociedades e um pouco por todo o lado, nada melhor que o acto simbólico que hoje estamos a realizar para funcionar como bandeira de afirmação democrática dos valores da cooperação e da solidariedade entre pessoas e povos. Assim, esta Casa de Portugal em Champigny será a casa de todos os portugueses que vivem nesta região e das respectivas associações, como deve ser. Será lugar de encontro e convívio. Aqui serão realizadas actividades sociais, culturais e recreativas que promoverão a afirmação dos portugueses, da língua portuguesa e das nossas manifestações culturais, reforçando uma identidade própria e, no entanto, contribuindo para aprofundar a participação na vida e na sociedade francesas. Mas, acima de tudo,a Casa de Portugal constituir-se-á certamente como casa aberta a todas as origens e nacionalidades – aberta a toda esta comunidade acolhedora, culturalmente diversa e socialmente progressista que é Champigny-sur-Marne.
As maiores felicidades para todos os frequentadores da Casa de Portugal!
Que também neste espaço renovado possa ser mantida e reforçada amizade e a cooperação entre Alpiarça e Champigny – entre Portugal e a França –, e bem das nossas populações e dos povos!
Obrigado.
«CMA»
Sem comentários:
Enviar um comentário