domingo, 18 de agosto de 2019

ARTIGO DE OPINIÃO: Greves e tiros nos pés

Por:
Rodolfo Colhe


Semana de pré-campanha, de “pré greve” e de silly season para Rui Rio.
A pré-campanha está em marcha e por muito que os meio de comunicação não acompanhem os partidos ainda sem assento parlamentar estão na rua e os restantes multiplicam-se em encontros e reuniões um período, infelizmente, ainda muito fechado. Em relação aos partidos sem assento parlamentar, aconselho todos a seguir membros desses partidos nas redes sociais, e não falo só da Aliança, da Iniciativa Liberal, do Basta ou do Livre mas por exemplo do RIR, o partido fundado pelo carismático Tino de Rans. É um exercício interessante para perceber quem vota em partidos que podem não conseguir eleger nenhum deputado mas também quem são os seus candidatos e apoiantes e há conclusões interessantes a tirar.
A preparação para a greve dos motoristas marcou a semana com a corrida aos postos de abastecimento de combustível, em parte por necessidade, em parte por falta de civismo. Da parte do Governo esta semana reforça a noção de Estado dos seus membros. O direito à greve nunca deve ser colocado em causa e já disse que me preocupa que a opinião pública sobre as greves no geral não seja nada positiva e verdade seja dita que muito por obra de um mau uso desse direito. Mais uma vez o Governo esteve bem e colocou os portugueses à frente, defendendo os seus direitos e as suas necessidades. O país não pode parar por uma greve que convenhamos é um pouco estranha tendo em conta que há uma negociação a decorrer e há acordo para aumentos. A realidade é que os prejuízos poderiam ser enormes e não só para a economia mas também para a saúde dos portugueses porque a capacidade de resposta da Proteção Civil estaria em causa. No fundo as causas (por muito respeito que mereçam) são amplamente superadas pelos efeitos e digo isto especialmente porque não está em causa a perda de nenhum direito ou regalia.
Quanto a Rui Rio e a sua necessidade de “adiar a greve para pós-eleições e, até lá, tentar um acordo”. Alguém devia explicar ao líder do PSD que a data desta greve foi escolhida exatamente para causar danos e forçar o Governo a agir, exatamente porque estão eleições próximas. Confesso que olho com estranheza para os erros de comunicação da direita, ultimamente “é cada tiro cada melro”, nem os artigos de opinião e peças jornalísticas tentando fazer crer que a greve está a ser gerida com vista a reforçar as hipóteses do PS chegar à maioria absoluta, mascaram esta péssima comunicação.

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