segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

ARTIGO DE OPINIÃO: O ano que ai vêm


Por: Rodolfo Colhe



O ano que ai vêm

No último dia de 2018 já só me apetece falar de 2019, um ano particularmente importante. O ano de 2019 é para mim determinante a vários níveis, profissional, académico e para o que aqui interessa político. Serão três eleições no território nacional que apesar de aos olhos dos portugueses não terem o mesmo interesse, são todas bastante importantes. As eleições europeias marcarão o panorama político durante os próximos meses, imagino eu que a apresentação do cabeça de lista do Partido Socialista vá marcar o arranque mediático da discussão, que mais do que de candidatos deveria de ser sobre a visão que cada partido tem neste momento da Europa e para a Europa, e qual é o lugar de Portugal na mesma, pois acima de tudo é isso o mais importante. Pessoalmente, não consigo ver Portugal sem estar de pés e cabeça no projeto europeu de uma forma pró-ativa dando e recebendo, lutando por aquilo a que tem direito, aceitando quando não atinge os seus objetivos desde que isso seja em favor de uma Europa melhor e não a favor de um ou dois países. A preparação das eleições legislativas já arrancou com a aprovação do Orçamento de Estado, e a luta vai ser titânica. Veremos agora como irão os diferentes partidos equilibrar na sua balança de ação o bem de Portugal e o eleitoralismo/populismo. Irão os partidos de esquerda manter uma posição de relativa tolerância e de colaboração ou irão minar as estruturas sobre as quais exercem influência para que as mesmas combatam o governo? Acho de todo normal que qualquer funcionário seja ele de que classe profissional for, queira ser aumentado, eu incluído. Agora o que deve ser tido em conta é se as reivindicações de uns não conduziriam a um futuro e rápido congelamento das progressões de todas as carreiras, inclusive a das próprios reivindicadores, é isso que queremos todos? No caso da direita não tenho neste momento esperanças que venha a querer de alguma forma contribuir positivamente, interessa-me mais perceber se as lutas internas serão mais fortes do que a própria luta eleitoral, e se o alvo do CDS será o PS ou o PSD. Na condição de homem atento á vida dos partidos tenho uma curiosidade enorme com a Aliança, principalmente pelo relativo silêncio da sua parte, o que não acredito que seja sinal de falta de trabalho mas sim do seu contrário, talvez até na expectativa de um desastre eleitoral do PSD nas europeias.
Para este ano que entra tenho duas expectativas difíceis de cumprir, a primeira é já um hábito que neste momento ganha ainda mais relevância, é claro que precisamos de uma sociedade civil participativa sem recurso ao extremismo ideológico ou do “gosto”, precisamos de uma sociedade civil que olhe Portugal como um todo, precisamos de equidade social para que o nosso país continue a ser internacionalmente reconhecido por se manter longe dos extremos e da violência social, e nada melhor que a participação da maioria na vida do país e do mundo para que isso aconteça. Não tenho por hábito ofender ninguém mas vou faze-lo agora, vamos mostrar aos idiotas que afirmam nas redes sociais “que o povo é manso”, vamos mostrar que o povo é sim educado e civilizado, mas também atento e participativo. Que em 2019 os portugueses ajudem quem precisa participando por exemplo em recolhas de alimentos ou associações do mesmo tipo. Que em 2019 deixemos as redes sociais e vamos às Reuniões de Câmara e ás Assembleias Municipais fazer uso da maior força que existe, a palavra.
A minha outra grande expectativa é a forma como os meios de comunicação legítimos vão lidar com o clima das Fake News que atingiu o nosso país nestes últimos meses uma escala nunca vista. Irão os nossos meios de comunicação na onda ou optarão pela diferença e combaterão esta epidemia social que atinge tudo e todos, e que mina as pessoas com especial enfoque nas menos atentas á forma como o mundo hoje gira.
Que este ano traga a todos aquilo que querem, que a saúde e o amor próprio e pelos outros marque as vidas de todos, e quando isso falhar que haja e força e confiança para retomar a luta, feliz 2019.

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