domingo, 11 de março de 2018

ARTIGO DE OPINIÃO: A todas as mulheres

Por:
Rodolfo Colhe
Presidente da Juventude Socialista
de
Alpiarça

A todas as mulheres

No dia 8 de março comemorou-se o Dia Internacional da Mulher, um dia que mais do que uma comemoração tem como objectivo lembrar o caminho que falta percorrer.
Em pleno seculo XXI é comum ouvirmos algumas mulheres, pelo menos, as portuguesas dizerem que o Dia da Mulher não faz sentido, confesso que eu próprio durante a minha infância e princípio de juventude achava o mesmo mas hoje sei que não é assim. Muitas mulheres pensam que este dia não faz sentido porque pensam na mulher ocidental que é o exemplo delas próprias e em parte também porque ou já estão em cima ou preferem não olhar para cima como parte da população. Peguemos no exemplo da política nacional para constatarmos que em 308 municipios apenas 32 têm mulheres como presidentes. Passemos para o mundo laboral e chegamos à conclusão que os homens ganham em média mais 166€ que as mulheres e passemos agora ás empresas cotadas em bolsa para perceber que nos Conselhos de Administração das empresas do PSI20, a presença de mulheres é de apenas 14%. Os exemplos que dei foram retirados da campanha nacional da Juventude Socialista, mas, infelizmente, encontrar exemplos é facil, e estamos a falar no mundo ocidental, porque se nos reportarmos a outras culturas onde em 2018 as mulheres atingem o feito de poder conduzir, ou de poder votar e até de poder entrar em estádios de futebol o caso é outro, mas o pior é que muitas e muitas ainda não o podem fazer. É certo e sabido que o mundo tem várias velocidades devido à capacidade económica, militar, tecnológica, social, etc. mas um mundo com diferentes velocidades provocado pelo género, é algo que deveria hoje ser impensável tal como o deveria ser em relação às opções sexuais ou as raças, pois não compreendo como podemos viver num mundo de tamanhas desigualdades.
Mas há futuro como sempre houve e acredito que sempre existirá, se o passado nos deu mulheres como Maria Barroso ou Maria Lamas o presente dá-nos muitas mulheres com as mesmas capacidades humanas e políticas que reivindicam o lugar que é seu por direito não porque são mulheres mas porque são capazes. E se muitas vezes as redes sociais são um bom exemplo de maus exemplos, no dia 8 assisti a um coro de críticas por parte de um conjunto de jovens, algumas bem mais jovens do que eu (até porque em alguns círculos já não sou assim tão jovem) com um discurso bastante bem construido e desmontando aquilo que estavam a tornar o Dia internacional da Mulher, neste caso por parte de uma autarquia, que não vou revelar qual mas que não é da nossa zona e que como grande acção de comemoração deste dia organizou um workshop de maquilhagem. Eu, tal como a grande maioria dos homens gosta de mulheres belas e femininas, mas a sua essência vai bem para lá de pinturas faciais. 
Este dia e os que se seguem devem ser na minha opinião usados para celebrar a mulher, mas também para colocar as mulheres e não só a discutir sobre como vamos diminuir e depois irradicar as desigualdades. 

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