Por: Rodolfo Colhe Presidente da Juventude Socialista de Alpiarça |
Não tivesse a terra tremido (felizmente, sem nenhum
estrago de maior) e poder-se-ia dizer que foi uma semana parada, mais calma do
que aquilo que é vulgar no nosso país e calma como é vulgar em Alpiarça.
A calmaria em Alpiarça já começa a ser um hábito nos
períodos não eleitorais, apesar de as redes sociais se manterem com uma actividade
média/baixa, a discussão política está em baixa, em quantidade e qualidade, e a
qualidade poucas vezes é elevada. Na minha óptica, é na falta de discussão política
fora dos períodos eleitorais, seja ela mais ou menos ideológica, que reside
parte do problema da nossa Vila. A discussão de políticas de investimento, políticas
educativas, políticas desportivas e sejam elas de que tipo forem, é bastante
importante para que durante os períodos eleitorais as ideias já estejam
parcialmente formadas, e aí os partidos tenham a necessidade de corresponder a
essas necessidades, porque sejamos honestos, mais escândalo menos escândalo,
mais problema menos problema é a qualidade de vida que o emprego, a segurança,
a higiene e limpeza, as actividades culturais e desportivas entre outras coisas
que levam as pessoas a votar. A discussão destes temas, bem como, de outros
fora do período eleitoral é de todo imprescindível, mas se a população pode ter
a sua responsabilidade em não forçar os partidos, em primeira instância essa
responsabilidade é dos próprios partidos que devem passar as suas ideias bem
sustentadas pelas suas ideologias.
Os partidos devem-se abrir para a sociedade e não
confundir isto com a colocação de independentes nos partidos (algo que não sou
de todo contra, mas que tenho algumas reservas, principalmente quando essas
pessoas “pregam” ideias completamente distintas das do partido que representam).
Os partidos devem sim organizar fóruns de discussão e procurarem recolher a
opinião/visão da população e auscultar as forças vivas da terra neste período
em que ninguém tem o receio de ser associado a uma força política, coisa que
acontece nos períodos eleitorais.
Basta acompanharmos as coberturas das primárias em
outros países para percebermos que em nada se compara às eleições internas dos
partidos em Portugal. O PS já lançou o mote ao nível nacional, mas em Alpiarça
que percentagem de pessoas estava ciente ou que aguardava, com especial
interesse, as eleições para a concelhia do PS? É só o único partido que, neste
momento, se vislumbra como possível alternativa para a nossa terra. A verdade é
que as disputas internas dos partidos são importantes porque os revitaliza,
porque espicaça os militantes a participarem activamente e ao mesmo tempo
envolve a população não militante através da informação que vai saindo para
fora (informação essa que deve ser filtrada).
Em jeito de suma, Alpiarça precisa verdadeiramente
que se pense que no futuro se discuta e se tente chegar a uma conclusão, que se
siga um caminho ou até vários se for esse caso, mas que não se anda em
ziguezague.
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