segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

ARTIGO DE OPINIÃO: Política fora dos actos eleitorais

Por:
Rodolfo Colhe
Presidente da Juventude Socialista
de
Alpiarça


Não tivesse a terra tremido (felizmente, sem nenhum estrago de maior) e poder-se-ia dizer que foi uma semana parada, mais calma do que aquilo que é vulgar no nosso país e calma como é vulgar em Alpiarça.

A calmaria em Alpiarça já começa a ser um hábito nos períodos não eleitorais, apesar de as redes sociais se manterem com uma actividade média/baixa, a discussão política está em baixa, em quantidade e qualidade, e a qualidade poucas vezes é elevada. Na minha óptica, é na falta de discussão política fora dos períodos eleitorais, seja ela mais ou menos ideológica, que reside parte do problema da nossa Vila. A discussão de políticas de investimento, políticas educativas, políticas desportivas e sejam elas de que tipo forem, é bastante importante para que durante os períodos eleitorais as ideias já estejam parcialmente formadas, e aí os partidos tenham a necessidade de corresponder a essas necessidades, porque sejamos honestos, mais escândalo menos escândalo, mais problema menos problema é a qualidade de vida que o emprego, a segurança, a higiene e limpeza, as actividades culturais e desportivas entre outras coisas que levam as pessoas a votar. A discussão destes temas, bem como, de outros fora do período eleitoral é de todo imprescindível, mas se a população pode ter a sua responsabilidade em não forçar os partidos, em primeira instância essa responsabilidade é dos próprios partidos que devem passar as suas ideias bem sustentadas pelas suas ideologias.
Os partidos devem-se abrir para a sociedade e não confundir isto com a colocação de independentes nos partidos (algo que não sou de todo contra, mas que tenho algumas reservas, principalmente quando essas pessoas “pregam” ideias completamente distintas das do partido que representam). Os partidos devem sim organizar fóruns de discussão e procurarem recolher a opinião/visão da população e auscultar as forças vivas da terra neste período em que ninguém tem o receio de ser associado a uma força política, coisa que acontece nos períodos eleitorais.
Basta acompanharmos as coberturas das primárias em outros países para percebermos que em nada se compara às eleições internas dos partidos em Portugal. O PS já lançou o mote ao nível nacional, mas em Alpiarça que percentagem de pessoas estava ciente ou que aguardava, com especial interesse, as eleições para a concelhia do PS? É só o único partido que, neste momento, se vislumbra como possível alternativa para a nossa terra. A verdade é que as disputas internas dos partidos são importantes porque os revitaliza, porque espicaça os militantes a participarem activamente e ao mesmo tempo envolve a população não militante através da informação que vai saindo para fora (informação essa que deve ser filtrada).
Em jeito de suma, Alpiarça precisa verdadeiramente que se pense que no futuro se discuta e se tente chegar a uma conclusão, que se siga um caminho ou até vários se for esse caso, mas que não se anda em ziguezague.

A participação cívica e política é a base de uma sociedade democrática e consciente. 

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