segunda-feira, 30 de outubro de 2017

ARTIGO DE OPINIÃO: As mesas da discórdia

Por:
Rodolfo Colhe
Presidente da Juventude Socialista
de
Alpiarça

As mesas da discórdia

Por vezes devemos analisar determinadas situações e acontecimentos de diferentes pontos e perspectivas, colocando de lado aquilo que é a nossa vontade e inclusivamente colocando-nos na posição em que os outros estão. Tivemos há poucos dias em Alpiarça uma situação que merece esse tipo de análise, e refiro-me à eleição da candidata pelo Muda ou PSD-CDS-PMT ou como preferirem, Domingas Mendoça como Presidente da Assembleia de Freguesia. Desde já desejo que tenha um mandato bem conseguido e valorizador da vida política alpiarcense. Há duas formas bastante concretas de olhar para esta situação, uma puramente ideológica e outra mais política entre muitas outras, inclusivamente, de valores como já por aí li, mas como não me considero ninguém para avaliar o carácter de outros, vou-me resumir à minha leitura dos factos.
Do ponto de vista ideológico, são gritantes as diferenças entre a CDU e o CDS, muito mais gritantes do que seriam as diferenças entre o MUDA e o PS e entre o PS e a CDU por exemplo. Se olharmos para o facto de o MUDA nascer das cinzas do Movimento TPA (que não se candidatando, repartiu uma parte considerável dos seus candidatos pelo PS e MUDA) que durante o mandato passado combateu de forma tão agressiva a CDU, então aí ainda percebemos o quanto são diferentes as formas de pensar de uma e de outra forças políticas.
Do ponto de vista político e mais objectivo daquilo que foram os objectivos deste acordo, para mim, sinceramente, parecia-me óbvio que isto ia acontecer, pelo menos era óbvio que o MUDA ia querer transformar o seu mau resultado numa vitória e procurar demonstrar que estão aptos a estar no “poder”, para além de que foi cavalo de batalha do MUDA a indisponibilidade do PS para se coligar, o que tornava difícil o acordo pós-eleitoral entre os dois, menos óbvio era a CDU aceitar. É certo que este acordo (ou devo chamar-lhe coligação) lhes é favorável do ponto de vista governativo e ainda por cima não é a primeira vez que acontece à CDU ligar-se à direita no nosso distrito, mas tendo em conta o panorama nacional, a aceitação deste acordo não era certa, pode até vir a revelar-se negativa para as ambições dos membros da CDU que têm o objectivo de dar o salto para outras paranças fora de Alpiarça. Outro dos objectivos concretos deste acordo foi, sem dúvida, infligir mais uma derrota ao PS nestas eleições tornando-o no único partido que não obteve uma única vitória, mas principalmente tentar evitar que o ex-presidente de Câmara e candidato à Assembleia Municipal pudesse vir a presidir a mesma. E, é talvez neste estigma anti-PS por parte da nossa oposição que aqueles como eu que querem ver o PS novamente no poder em Alpiarça se devem debruçar tentando perceber se estamos apenas a falar de ódio ideológico, de puro medo de quem está agarrado a lugares ou de quem vê no PS a impossibilidade de chegar a determinados lugares ou se efectivamente e neste momento o PS em Alpiarça não está no caminho certo ou não está com o discurso certo. Não é fácil chegar a uma conclusão concreta neste momento e talvez seja preciso mais umas semanas para que essa reflexão seja feita. Para mim concreto é que Alpiarça precisa dos valores do PS executados por pessoas que gostam de Alpiarça, para nos afirmarmos, definitivamente, como a mais bela vila de Portugal.


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