domingo, 10 de setembro de 2017

A GRANDE ENTREVISTA DE MÁRIO PEREIRA, CANDIDATO DA CDU A PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE ALPIARÇA

Mário Pereira



Mário Pereira é o candidato pela CDU a Presidente da Câmara Municipal de Alpiarça cujas eleições irão realizar-se no próximo dia 1 de Outubro.

Se vier a ganhar as eleições será o seu último mandato porque a lei não permite mais do que três mandatos seguidos.

Mário Pereira não precisa de apresentações. Para além de ser o actual presidente da autarquia continua a ser uma figura bem conhecida dos alpiarcenses.

Conhecido de tal forma que os alpiarcenses têm lhe dado o voto de confiança nas  eleições autárquicas.

Algumas vezes tem sido acusado pelos adversários políticos como o causador do marasmo em que se encontra Alpiarça mas a maioria dos alpiarcenses não está de acordo com esta acusação, tanto que, tem votado no actual presidente e a CDU ganho as eleições sempre com a maioria necessária para “reinar” à vontade.

Agradar a “gregos e a troianos” é difícil.

Mário Pereira pretende acabar o seu “último mandato” como acabam os grandes vencedores, ou seja: sair pela “porta grande” como costuma sair quem não desiste daquilo em que sempre acreditou.

Mário Pereira acredita que tem mais quatro anos pela sua frente para dar e fazer o melhor por Alpiarça.

Só depois iniciará o  “descanso do guerreiro” a que tem direito.

Mas irá descansará mesmo?

Vamos é ler a longa entrevista que concedeu ao “Noticias de Alpiarça” 



 Noticias de Alpiarça (NA)  - Quase oito anos à frente da autarquia de Alpiarça. Está satisfeito com o trabalho realizado?
Mário Pereira (MP)  -  Estou, em grande medida, satisfeito. Estou satisfeito porque, por um lado, conseguimos fazer muito trabalho e realizações num contexto muito difícil, quer quanto à crise económica e de empobrecimento do País quer quanto quer quanto ao estado profundamente desequilibrado em que o anterior executivo do PS deixou as finanças do Município. A CDU na Câmara conseguiu manter um rumo de recuperação financeira, baixando o endividamento em quase 5 milhões de euros e, ao mesmo tempo, prestar um serviço em condições aos munícipes alpiarcenses, dinamizando a cultura e o desporto, os tempos livres, e realizando obras importantes que foram totalmente pagas pela Câmara, sem poder recorrer ao endividamento, como as 2 fases da Casa-Museu dos Patudos, com a construção do novo Auditório, o novo Centro Escolar, a nova Praça do Município, acabar e pagar a totalidade das obras da Praça Velha, alcatroar diversas ruas da vila, Frade de Cima e de Vale Peixe, no Frade de Baixo, recuperar o espaço de lazer junto às Piscinas, o Parque do Carril, realizar Alpiagras e Festivais do Melão que muito projectam a nossa actividade económica, entre outras realizações.
Por outro lado, um autarca nunca está totalmente satisfeito porque há sempre muito trabalho a fazer pelo bem-estar da sua população e porque também cometi erros e não consegui resolver todos os problemas a que me tinha proposto.

NA - O que o motivou a ser candidato?
MP -Em primeiro lugar o facto de considerar que posso continuar a contribuir, com a minha experiência, com a minha maneira de ser e de me relacionar com as outras pessoas e instituições, e enquanto autarca, para a tal resolução de problemas de que falava e para traçar linhas e trabalho prático no sentido do desenvolvimento do concelho de Alpiarça, cumprindo um rumo anteriormente definido e que vem sendo seguido, marcado por um intervenção séria, afinando-o e adaptando-o às novas circunstâncias com que o Poder Local irá deparar-se nos próximos anos.
Outra das razões é exactamente o facto de continuar a sentir a confiança dos alpiarcenses no meu trabalho e no trabalho da equipa da CDU em Alpiarça, saber que continuo a merecer a simpatia da nossa população, reforçando uma ligação que é já muito forte.

NA - Que balanço faz deste mandato que está a terminar?
MP - Como referi atrás, e qualquer autarca atesta esse facto, talvez o mandato mais difícil para os eleitos nos municípios e freguesias deste País desde que se instituiu o Poder Local Democrático, daí que, pelo trabalho que, ainda assim, conseguimos desenvolver tenha de o considerar positivo e rampa de lançamento para novas oportunidades para Alpiarça em termos de futuro, já que o principal trabalho de recuperação das finanças municipais esteja praticamente feito e o Município caminhe para a sustentabilidade em 2018, tal como previsto no plano de saneamento aplicado a partir de 2011.

NA - Que obra mais emblemática lhe deu prazer realizar ou terminar?
MP - Podia falar-lhe desta obra de recuperação financeira e de procura de sustentabilidade, ou do relacionamento com o movimento associativo e as diversas entidades, ou das operações e intervenções em edifícios e espaços, ou ainda da construção e valorização de novos equipamentos colectivos que o executivo da CDU teve oportunidade de concretizar nos últimos anos. Mas a obra que mais prazer me dá, não concluir porque está sempre em construção, mas sim continuar é a relação aberta e fraterna que mantenho com a população de Alpiarça.

NA - Para quem disse no início do mandato que a Câmara estava muito endividada mas com o volume de obras levadas a efeito, algumas ainda a decorrer, que custaram muito dinheiro, como é que as finanças da Câmara suportaram e suportam tanta obra?
MP - Tivemos que definir um plano de saneamento financeiro que tem vindo a ser cumprido e, claro, cortar e muito na despesa que não era essencial às políticas de desenvolvimento do futuro do concelho, cortando também, como todas as autarquias em Portugal e o próprio Estado, em investimentos que não eram fundamentais.
Neste momento já temos o novo quadro comunitário Portugal 2020 em funcionamento e vimos algumas candidaturas aprovadas, como é o caso da Ampliação e Requalificação do Jardim Municipal e da Requalificação do Mercado Municipal por exemplo, que vão ser comparticipadas a 85%. Em resultado da recuperação das finanças, pudemos ainda ter alguma folga para alcatroar várias ruas do concelho e intervir em espaços públicos, bem como nos balneários do estádio municipal.

NA - Quais são as principais dificuldades que se debate o concelho de Alpiarça?
MP - Como qualquer concelho da nossa dimensão, e mesmo de outros, existem sempre problemas consideráveis a constranger a vida das pessoas, nunca está tudo resolvido. Para além do endividamento excessivo que limita muito a intervenção do executivo municipal, e as respostas que podemos dar aos problemas, julgo que será fundamental dar passos importantes na captação de investimento e na criação de emprego no concelho. Ao contrário do que demagogicamente alguns dizem, Alpiarça está acima da média da região e do país no que respeita ao emprego; no entanto, é preciso continuar a desenvolver a zona industrial e as suas acessibilidades.

NA - Acusam-no de não conseguir fazer nada e de ser o principal responsável pelo marasmo em que Alpiarça se encontra. Está de acordo?
MP - Alpiarça não se encontra em nenhum marasmo. Isso gostariam alguns dos demagogos do costume. Tem havido investimentos de vários milhões de euros nos últimos anos em Alpiarça no tecido produtivo, quer por parte das empresas de maior dimensão, como a Monliz, que duplicou a sua produção e vai continuar a sua expansão nos próximos anos, ou como a Texsa, idem, ou como diversas empresas ligadas à produção agrícola, estufas, vinhos, etc, quer por parte da pequena indústria e comércio. Alpiarça vive uma situação muito idêntica à de todos os outros concelhos do país, marcada pelas suas próprias características em termos produtivos e pelo seu território; Alpiarça foi também, e era impossível que assim não fosse, atingida pela crise económica que atingiu todo o país, mas julgo que os impactos negativos foram menores que em muitos outros concelhos, que sofreram mais falências e desemprego que o nosso. E, claro, embora as autarquias locais tenham um papel importante no desenvolvimento económico local, ele não é determinante, esse desenvolvimento é sobretudo resultado de dinâmicas muito mais profundas e gerais. Este executivo CDU trabalha com todos os agentes económicos do concelho e procura sempre apoiá-los, na medida das suas possibilidades.
Agora os demagogos do costume e os que só aparecem de 4 em 4 anos gostam dessas tiradas balofas, sobretudo para enganar as pessoas. Muitos dos que se candidatam às eleições autárquicas em Alpiarça pelo PS e pelo PSD/CDS são especialistas nessa conversa do marasmo e de outras tretas dessas para levar a esquecer que são os partidos que apoiam e em que votam e até dos quais alguns deles são dirigentes que, quando no governo do país, empobrecem a democracia, governam contra os trabalhadores e as pequenas e médias empresas e são os responsáveis pelas crises cíclicas e sistemáticas e, isso sim, é que conduz ao marasmo e à regressão económica e social. Eles é que são sinónimo de marasmo e de constantes ataques à dignidade dos trabalhadores e do povo português. Mas acho muito bem que continuem com esse tipo de discurso porque os alpiarcenses sabem muito bem o que valem, o que fizeram e o que não saberão fazer na gestão de uma autarquia. Também estou certo que muitas dessas pessoas que ora estão no PS, ora estão no PSD, ora estão no CDS e MPT, ora são independentes, ora ainda regressam aos partidos antigos são muito empreendedores mas é de boca, como se costuma dizer. Aliás, isso vê-se muito bem nesta campanha em que só conseguem ter uma intervenção destrutiva, destrutiva até da própria imagem do concelho, e não têm uma ideia, uma única, para o progresso social do concelho.

NA - Espera a vinda de investimentos no futuro?
MP -O executivo CDU tem feito os contactos com eventuais investidores, com empresas, com as agências nacionais na área do investimento de forma a captar investimento para o concelho e continuará a fazê-lo num próximo mandato se for essa a vontade dos eleitores com esperamos. As empresas de maior dimensão já sediadas em Alpiarça e instaladas na zona industrial têm comunicado projectos próprios de expansão produtiva que levará a vultuosos investimentos no concelho e tudo faremos para que se concretizem a bem da criação de riqueza e de postos de trabalho.

NA - O que pensa que a autarquia pode fazer para atrair investimentos? 
MP - Com a recuperação das finanças municipais serão criadas melhores condições para o necessário investimento na ampliação da zona industrial e disponibilizar lotes apetecíveis ao investimento privado e criador de postos de trabalho. Continuaremos a trabalhar com as entidades intervenientes nesta área para captar esses investimento e procuraremos manter uma política fiscal municipal que seja atractiva.

NA - Que ideia tem de Alpiarça?
MP - Alpiarça é a minha terra, a terra dos meus pais e avós, e é a terra dos meus filhos. Ao contrário dos que só gostam da terra de 4 em 4 anos e passam o tempo a denegrir a sua imagem, eu gosto de Alpiarça sempre. A ideia que tenho desta terra é a de gente lutadora, de gente trabalhadora e empenhada, de gente que muito se bateu pela dignidade enquanto povo, procurando construir uma sociedade mais justa e desenvolvida e, por isso, melhor para se viver. É a prossecução dessa ideia que guia a minha acção enquanto autarca eleito pelo PCP e pela CDU, ou seja, a força política que historicamente mais se identifica com esta valiosa herança, com esta ideia de Alpiarça.

NA- Vê-se um dia a ocupar um cargo mais alto na administração pública ou no Governo ou ser Deputado?
MP - Compreendo a sua pergunta, mas neste momento vejo-me como Presidente da Câmara Municipal de Alpiarça e a procurar intervir, com a minha equipa autárquica, no sentido de criar as melhores condições colectivas de vida aos meus conterrâneos e de garantir a sustentabilidade futura e o desenvolvimento do concelho.

NA -A Câmara tem também apostado no apoio e incentivo à prática desportiva e à cultura. Estes incentivos são uma marca do seu mandato?
MP - Sim, também são. Nunca como com a CDU se apoiou tanto financeira e logisticamente os clubes e associações do concelho. E este facto é ainda mais relevante e diferenciador porque decorre num período em que muitas autarquias reduziram ou cortaram quase na totalidade os montantes de apoio ao movimento associativo nos respectivos concelhos. Esta nossa opção foi acertada, com bons resultados e será para continuar.

NA - Acredita que este é o seu tempo?
MP - Sim, acredito que este continua a ser o meu tempo como Presidente da Câmara de Alpiarça e de gestão da CDU. De resto, nós acreditamos que é sempre o tempo daqueles que defendem a emancipação completa dos seres humanos e a criação de uma sociedade mais justa e progressista para todos.

NA- Preocupa-se com os seus adversários políticos candidatos a presidente da Câmara?
MP - Claro que me preocupo. Pessoalmente desejo-lhes as maiores felicidades na vida. Conheço-os há muitos anos e mantemos um relacionamento cordial e gostaria que assim continuasse. Do ponto de vista político, estou certo que, com a natural divergência de posições, enfrentaremos com elevação esta luta eleitoral, para lá da natural firmeza com que cada um de nós defenderá os seus pontos de vista na discussão que envolve umas eleições tão exigentes e desgastantes como são as autárquicas.

 NA – Quer deixar alguma mensagem aos alpiarcenses?
MP - A minha mensagem é simples: pela forma como enfrentámos as enormes dificuldades da gestão das autarquias de Alpiarça nos últimos anos é de todo justo que os alpiarcenses reforcem a confiança em mim como Presidente da Câmara e nos restantes candidatos da CDU e o demonstrem nas eleições do próximo dia 1 de Outubro. Realizámos uma tarefa histórica de recuperação financeira do Município, que caminha para a sustentabilidade, o que irá proporcionar melhores condições para a intervenção municipal, para o investimento no futuro do nosso concelho. Pelas dificuldades encontradas, umas resultantes da acção do anterior executivo PS, outras pelos cortes impostos às autarquias pelo poder central ou pela crise económica, propostas e ideias nossas houve que não puderam ser concretizadas e problemas concretos da população que não puderam ser resolvidos. Pela nossa acção, já neste momento e sobretudo a partir de 2018 o Município de Alpiarça tem uma situação que permitirá concretizar propostas e ideias para o desenvolvimento futuro. Não seria justo que os que endividaram e estão na origem dos maiores constrangimentos na acção municipal fossem premiados pelo voto. Por isso, repito a ideia: é justo que a CDU cumpra o rumo de recuperação traçado e veja renovada a confiança dos alpiarcenses.

«Por: António Centeio/Noticias de Alpiarça»

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