Mário Pereira |
Mário Pereira é o
candidato pela CDU a Presidente da Câmara Municipal de Alpiarça cujas eleições
irão realizar-se no próximo dia 1 de Outubro.
Se vier a ganhar as
eleições será o seu último mandato porque a lei não permite mais do que três mandatos
seguidos.
Mário Pereira não
precisa de apresentações. Para além de ser o actual presidente da autarquia
continua a ser uma figura bem conhecida dos alpiarcenses.
Conhecido de tal forma
que os alpiarcenses têm lhe dado o voto de confiança nas eleições autárquicas.
Algumas vezes tem sido
acusado pelos adversários políticos como o causador do marasmo em que se
encontra Alpiarça mas a maioria dos
alpiarcenses não está de acordo com esta acusação, tanto que, tem votado no
actual presidente e a CDU ganho as eleições sempre com a maioria necessária
para “reinar” à vontade.
Agradar a “gregos e a
troianos” é difícil.
Mário Pereira pretende
acabar o seu “último mandato” como acabam os grandes vencedores, ou seja: sair
pela “porta grande” como costuma sair quem não desiste daquilo em que sempre
acreditou.
Mário Pereira acredita
que tem mais quatro anos pela sua frente para dar e fazer o melhor por
Alpiarça.
Só depois iniciará o “descanso do guerreiro” a que tem direito.
Mas irá descansará
mesmo?
Vamos é ler a longa
entrevista que concedeu ao “Noticias de Alpiarça”
Noticias de Alpiarça (NA) - Quase oito anos à frente da autarquia de
Alpiarça. Está satisfeito com o trabalho realizado?
Mário
Pereira (MP)
- Estou, em grande medida,
satisfeito. Estou satisfeito porque, por um lado, conseguimos fazer muito
trabalho e realizações num contexto muito difícil, quer quanto à crise
económica e de empobrecimento do País quer quanto quer quanto ao estado
profundamente desequilibrado em que o anterior executivo do PS deixou as
finanças do Município. A CDU na Câmara conseguiu manter um rumo de recuperação
financeira, baixando o endividamento em quase 5 milhões de euros e, ao mesmo
tempo, prestar um serviço em condições aos munícipes alpiarcenses, dinamizando
a cultura e o desporto, os tempos livres, e realizando obras importantes que
foram totalmente pagas pela Câmara, sem poder recorrer ao endividamento, como
as 2 fases da Casa-Museu dos Patudos, com a construção do novo Auditório, o
novo Centro Escolar, a nova Praça do Município, acabar e pagar a totalidade das
obras da Praça Velha, alcatroar diversas ruas da vila, Frade de Cima e de Vale
Peixe, no Frade de Baixo, recuperar o espaço de lazer junto às Piscinas, o
Parque do Carril, realizar Alpiagras e Festivais do Melão que muito projectam a
nossa actividade económica, entre outras realizações.
Por outro lado, um autarca nunca está
totalmente satisfeito porque há sempre muito trabalho a fazer pelo bem-estar da
sua população e porque também cometi erros e não consegui resolver todos os
problemas a que me tinha proposto.
NA - O que o motivou a ser candidato?
MP
-Em primeiro lugar o facto de considerar que posso continuar a contribuir, com
a minha experiência, com a minha maneira de ser e de me relacionar com as
outras pessoas e instituições, e enquanto autarca, para a tal resolução de
problemas de que falava e para traçar linhas e trabalho prático no sentido do
desenvolvimento do concelho de Alpiarça, cumprindo um rumo anteriormente definido
e que vem sendo seguido, marcado por um intervenção séria, afinando-o e
adaptando-o às novas circunstâncias com que o Poder Local irá deparar-se nos
próximos anos.
Outra das razões é exactamente o facto
de continuar a sentir a confiança dos alpiarcenses no meu trabalho e no
trabalho da equipa da CDU em Alpiarça, saber que continuo a merecer a simpatia
da nossa população, reforçando uma ligação que é já muito forte.
NA - Que balanço faz deste mandato que
está a terminar?
MP - Como referi atrás, e qualquer autarca
atesta esse facto, talvez o mandato mais difícil para os eleitos nos municípios
e freguesias deste País desde que se instituiu o Poder Local Democrático, daí
que, pelo trabalho que, ainda assim, conseguimos desenvolver tenha de o
considerar positivo e rampa de lançamento para novas oportunidades para
Alpiarça em termos de futuro, já que o principal trabalho de recuperação das
finanças municipais esteja praticamente feito e o Município caminhe para a
sustentabilidade em 2018, tal como previsto no plano de saneamento aplicado a
partir de 2011.
NA - Que obra mais emblemática lhe deu
prazer realizar ou terminar?
MP
- Podia falar-lhe desta obra de recuperação financeira e de procura de
sustentabilidade, ou do relacionamento com o movimento associativo e as diversas
entidades, ou das operações e intervenções em edifícios e espaços, ou ainda da
construção e valorização de novos equipamentos colectivos que o executivo da
CDU teve oportunidade de concretizar nos últimos anos. Mas a obra que mais
prazer me dá, não concluir porque está sempre em construção, mas sim continuar
é a relação aberta e fraterna que mantenho com a população de Alpiarça.
NA - Para quem disse no início do
mandato que a Câmara estava muito endividada mas com o volume de obras levadas
a efeito, algumas ainda a decorrer, que custaram muito dinheiro, como é que as
finanças da Câmara suportaram e suportam tanta obra?
MP
- Tivemos que definir um plano de saneamento financeiro que tem vindo a ser
cumprido e, claro, cortar e muito na despesa que não era essencial às políticas
de desenvolvimento do futuro do concelho, cortando também, como todas as
autarquias em Portugal e o próprio Estado, em investimentos que não eram
fundamentais.
Neste momento já temos o novo quadro
comunitário Portugal 2020 em funcionamento e vimos algumas candidaturas
aprovadas, como é o caso da Ampliação e Requalificação do Jardim Municipal e da
Requalificação do Mercado Municipal por exemplo, que vão ser comparticipadas a
85%. Em resultado da recuperação das finanças, pudemos ainda ter alguma folga
para alcatroar várias ruas do concelho e intervir em espaços públicos, bem como
nos balneários do estádio municipal.
NA
- Quais são as principais dificuldades que se debate o concelho de Alpiarça?
MP
- Como qualquer concelho da nossa dimensão, e mesmo de outros, existem sempre
problemas consideráveis a constranger a vida das pessoas, nunca está tudo
resolvido. Para além do endividamento excessivo que limita muito a intervenção
do executivo municipal, e as respostas que podemos dar aos problemas, julgo que
será fundamental dar passos importantes na captação de investimento e na
criação de emprego no concelho. Ao contrário do que demagogicamente alguns
dizem, Alpiarça está acima da média da região e do país no que respeita ao
emprego; no entanto, é preciso continuar a desenvolver a zona industrial e as
suas acessibilidades.
NA - Acusam-no de não conseguir fazer
nada e de ser o principal responsável pelo marasmo em que Alpiarça se encontra.
Está de acordo?
MP
- Alpiarça não se encontra em nenhum marasmo.
Isso gostariam alguns dos demagogos do costume. Tem havido investimentos de
vários milhões de euros nos últimos anos em Alpiarça no tecido produtivo, quer
por parte das empresas de maior dimensão, como a Monliz, que duplicou a sua
produção e vai continuar a sua expansão nos próximos anos, ou como a Texsa,
idem, ou como diversas empresas ligadas à produção agrícola, estufas, vinhos,
etc, quer por parte da pequena indústria e comércio. Alpiarça vive uma situação
muito idêntica à de todos os outros concelhos do país, marcada pelas suas
próprias características em termos produtivos e pelo seu território; Alpiarça
foi também, e era impossível que assim não fosse, atingida pela crise económica
que atingiu todo o país, mas julgo que os impactos negativos foram menores que
em muitos outros concelhos, que sofreram mais falências e desemprego que o
nosso. E, claro, embora as autarquias locais tenham um papel importante no
desenvolvimento económico local, ele não é determinante, esse desenvolvimento é
sobretudo resultado de dinâmicas muito mais profundas e gerais. Este executivo
CDU trabalha com todos os agentes económicos do concelho e procura sempre
apoiá-los, na medida das suas possibilidades.
Agora os demagogos do costume e os que
só aparecem de 4 em 4 anos gostam dessas tiradas balofas, sobretudo para
enganar as pessoas. Muitos dos que se candidatam às eleições autárquicas em
Alpiarça pelo PS e pelo PSD/CDS são especialistas nessa conversa do marasmo e
de outras tretas dessas para levar a esquecer que são os partidos que apoiam e
em que votam e até dos quais alguns deles são dirigentes que, quando no governo
do país, empobrecem a democracia, governam contra os trabalhadores e as
pequenas e médias empresas e são os responsáveis pelas crises cíclicas e
sistemáticas e, isso sim, é que conduz ao marasmo e à regressão económica e
social. Eles é que são sinónimo de marasmo e de constantes ataques à dignidade
dos trabalhadores e do povo português. Mas acho muito bem que continuem com
esse tipo de discurso porque os alpiarcenses sabem muito bem o que valem, o que
fizeram e o que não saberão fazer na gestão de uma autarquia. Também estou
certo que muitas dessas pessoas que ora estão no PS, ora estão no PSD, ora
estão no CDS e MPT, ora são independentes, ora ainda regressam aos partidos
antigos são muito empreendedores mas é de boca, como se costuma dizer. Aliás,
isso vê-se muito bem nesta campanha em que só conseguem ter uma intervenção
destrutiva, destrutiva até da própria imagem do concelho, e não têm uma ideia,
uma única, para o progresso social do concelho.
NA
- Espera a vinda de investimentos no futuro?
MP
-O executivo CDU tem feito os contactos com eventuais investidores, com
empresas, com as agências nacionais na área do investimento de forma a captar
investimento para o concelho e continuará a fazê-lo num próximo mandato se for
essa a vontade dos eleitores com esperamos. As empresas de maior dimensão já
sediadas em Alpiarça e instaladas na zona industrial têm comunicado projectos
próprios de expansão produtiva que levará a vultuosos investimentos no concelho
e tudo faremos para que se concretizem a bem da criação de riqueza e de postos
de trabalho.
NA
- O que pensa que a autarquia pode fazer para atrair investimentos?
MP
- Com a recuperação das finanças municipais serão criadas melhores condições
para o necessário investimento na ampliação da zona industrial e disponibilizar
lotes apetecíveis ao investimento privado e criador de postos de trabalho.
Continuaremos a trabalhar com as entidades intervenientes nesta área para
captar esses investimento e procuraremos manter uma política fiscal municipal
que seja atractiva.
NA
- Que ideia tem de Alpiarça?
MP
- Alpiarça é a minha terra, a terra dos meus pais e avós, e é a terra dos meus
filhos. Ao contrário dos que só gostam da terra de 4 em 4 anos e passam o tempo
a denegrir a sua imagem, eu gosto de Alpiarça sempre. A ideia que tenho desta
terra é a de gente lutadora, de gente trabalhadora e empenhada, de gente que
muito se bateu pela dignidade enquanto povo, procurando construir uma sociedade
mais justa e desenvolvida e, por isso, melhor para se viver. É a prossecução
dessa ideia que guia a minha acção enquanto autarca eleito pelo PCP e pela CDU,
ou seja, a força política que historicamente mais se identifica com esta
valiosa herança, com esta ideia de Alpiarça.
NA-
Vê-se um dia a ocupar um cargo mais alto na administração pública ou no Governo
ou ser Deputado?
MP
- Compreendo a sua pergunta, mas neste momento vejo-me como Presidente da
Câmara Municipal de Alpiarça e a procurar intervir, com a minha equipa
autárquica, no sentido de criar as melhores condições colectivas de vida aos
meus conterrâneos e de garantir a sustentabilidade futura e o desenvolvimento
do concelho.
NA
-A Câmara tem também apostado no apoio e incentivo à prática desportiva e à
cultura. Estes incentivos são uma marca do seu mandato?
MP
- Sim, também são. Nunca como com a CDU se apoiou tanto
financeira e logisticamente os clubes e associações do concelho. E este facto é
ainda mais relevante e diferenciador porque decorre num período em que muitas
autarquias reduziram ou cortaram quase na totalidade os montantes de apoio ao
movimento associativo nos respectivos concelhos. Esta nossa opção foi acertada,
com bons resultados e será para continuar.
NA
- Acredita que este é o seu tempo?
MP
- Sim, acredito que este continua a ser o meu tempo como
Presidente da Câmara de Alpiarça e de gestão da CDU. De resto, nós acreditamos
que é sempre o tempo daqueles que defendem a emancipação completa dos seres
humanos e a criação de uma sociedade mais justa e progressista para todos.
NA- Preocupa-se com os seus adversários
políticos candidatos a presidente da Câmara?
MP
- Claro que me preocupo. Pessoalmente desejo-lhes as
maiores felicidades na vida. Conheço-os há muitos anos e mantemos um
relacionamento cordial e gostaria que assim continuasse. Do ponto de vista político,
estou certo que, com a natural divergência de posições, enfrentaremos com
elevação esta luta eleitoral, para lá da natural firmeza com que cada um de nós
defenderá os seus pontos de vista na discussão que envolve umas eleições tão
exigentes e desgastantes como são as autárquicas.
NA – Quer deixar alguma mensagem aos
alpiarcenses?
MP
- A minha mensagem é simples: pela forma como
enfrentámos as enormes dificuldades da gestão das autarquias de Alpiarça nos
últimos anos é de todo justo que os alpiarcenses reforcem a confiança em mim
como Presidente da Câmara e nos restantes candidatos da CDU e o demonstrem nas
eleições do próximo dia 1 de Outubro. Realizámos uma tarefa histórica de
recuperação financeira do Município, que caminha para a sustentabilidade, o que
irá proporcionar melhores condições para a intervenção municipal, para o
investimento no futuro do nosso concelho. Pelas dificuldades encontradas, umas
resultantes da acção do anterior executivo PS, outras pelos cortes impostos às
autarquias pelo poder central ou pela crise económica, propostas e ideias
nossas houve que não puderam ser concretizadas e problemas concretos da
população que não puderam ser resolvidos. Pela nossa acção, já neste momento e
sobretudo a partir de 2018 o Município de Alpiarça tem uma situação que
permitirá concretizar propostas e ideias para o desenvolvimento futuro. Não
seria justo que os que endividaram e estão na origem dos maiores
constrangimentos na acção municipal fossem premiados pelo voto. Por isso,
repito a ideia: é justo que a CDU cumpra o rumo de recuperação traçado e veja
renovada a confiança dos alpiarcenses.
«Por: António Centeio/Noticias de Alpiarça»
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