domingo, 12 de março de 2017

ARTIGO DE OPINIÃO: Em defesa da igualdade

Por:
Rodolfo Colhe
Presidente da Juventude Socialista
de
Alpiarça

Em defesa da igualdade
Muitas vezes durante a nossa vida tentamos fazer parte de algo e sentir que crescemos dentro desse algo, e não se entenda crescimento, exclusivamente, com aumento do grau de importância ou subida na hierarquia, mas também com melhoria das nossas competências, já para não falar sobre a sensação de pertencer a algo que acreditamos achar que melhora o mundo. Dentro do PS, tal como na JS, existem pessoas que não gosto, que não gosto mesmo nada e em quem não me revejo minimamente, mas a média é claramente positiva e a actual liderança nacional mais positiva é. Enquanto representante da JS marquei presença na última Comissão Nacional do PS que se realizou na cidade do Porto, e saí de lá com a convicção de que não me enganei quando preenchi a minha ficha de militante. A JS voltou mais uma vez a ter uma posição central nos trabalhos, fazendo aprovar moções em defesa da igualdade, indo ao encontro dos problemas, assumindo que eles existem e mesmo não tendo por vezes resposta para eles, chamamos pelo menos esses temas para a discussão apressando a sua resolução e não deixando nenhuma causa cair na gaveta. É essa a matriz da JS, não nos escondemos, somos incómodos e teimosos, mas se não for agora quando o seremos? Há políticos que evitam mostrar e às vezes até ter opinião sobre determinados assuntos, outros obrigatoriamente têm sempre de ter opinião, são estilos e cada um com o seu. Mas mais concretamente a JS marcou a Comissão Nacional do PS por ter apresentado e feito aprovar as suas moções, “regulamentação da prostituição”, a “limitação proporcional dos salários em Portugal”, a “legalização e regulamentação da produção e consumo das drogas leves”, bem como a necessidade de um programa para a “defesa dos jovens do interior”. Se a defesa dos jovens do interior e a limitação proporcional dos ordenados são temáticas que, pelo menos, a quem é de esquerda fazem todo o sentido, a regulamentação da prostituição e a legalização e regulamentação da produção e consumo das drogas leves são temáticas que ainda hoje fazem muitos olhar para o lado e fingir que nada se passa. A prostituição é uma das mais antigas profissões do mundo e continuamos a fazer de conta que não existe? Que não é um problema? É preciso criar condições para que essa prática seja o mais transparente e o menos perigosa possível para profissionais e clientes. E as drogas leves, cuja própria legislação tem dificuldade em enquadrar? Não será preferível controlar o seu consumo e qualidade através da liberalização? Para além de que a tributação e produção da mesma poderiam ser uma mais-valia financeira. Muitas opiniões e argumentos foram esgrimidos durante a comissão nacional, algumas trocas de argumentos chegaram, por vezes, a serem acesas mas no fim as diferenças são aceites porque é dentro dos órgãos que se discutem os assuntos, é assim que um partido deve trabalhar.
Para terminar não poderia deixar de lembrar o Dia Internacional da Mulher. Muitas pessoas, inclusive mulheres, acham que este dia não faz sentido, outras pessoas por via da onda consumista criada à conta deste dia, acham que é um dia para as mulheres serem apaparicadas, mas a realidade é outra, este dia existe porque ainda hoje existe uma diferença significativa nas oportunidades concedidas às mulheres, chegando ao ponto de em determinadas zonas do globo as mulheres serem tratadas como um bem transacionável. Mas desengane-se quem acha que as diferenças não existem na Europa e em Portugal, mais concretamente, e aqui ficam dois dados só para ajudar a pensar, em média as mulheres europeias ganham menos 16% que os homens, as mulheres portuguesas trabalham em média mais 61 dias por ano sem remuneração em relação aos homens.

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