terça-feira, 12 de abril de 2016

ÀS VEZES PENSO QUE NÃO SOU NADA

 
Por: Filomena Frazão 



Às vezes tenho pressa e não quero esperar pelas coisas boas, às vezes espero e elas não vêm e às vezes quando estou prestes a desistir elas aparecem.
Às vezes tenho a impressão de que nada dá certo, às vezes acho que o universo conspira contra nós todos e às vezes vejo que estava errada ao pensar isso.
Às vezes me machuco de tal forma que não vejo uma cura, às vezes a cura demora e às vezes ela esteve sempre perto e a gente não notou.
Às vezes erro sem pensar, às vezes erro por vontade e às vezes acerto ao errar.
Às vezes nosso mundo desaba, às vezes parece que os destroços nunca se consertarão e às vezes percebo que esse abalo veio por uma boa causa.
Às vezes sorrio para não chorar, às vezes sorrio mesmo aos prantos e às vezes choro de tanto rir.
Às vezes penso que não sou nada, às vezes tenho dúvida se sou e às vezes não enxergo o meu próprio valor.
Às vezes brinco de fingir, fujo para esconder, magoas sem querer e luto sem vencer… Mas às vezes tudo se torna claro e menos nebuloso.
Às vezes acho que encontrei as fórmulas secretas do amor e da felicidade, para mais tarde perceber que tais fórmulas não existem, elas vivem em nós. 
Às vezes!
Às vezes faço-me perguntas sem respostas e depois entendo que estou fazendo as perguntas erradas.
Às vezes serão sempre às vezes. A certeza do sempre é a incerteza do futuro.
Às vezes simplesmente sabemos. Sabemos que “às vezes” são apenas momentos.

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