segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

A "DESTRUIÇÃO" DO VELHO JARDIM DE ALPIARÇA


De: Joaquim Moedas Duarte





A "destruição" do velho jardim de Alpiarça é um dos meus desgostos de vida. Não resido em Alpiarça mas ela continua a ser a minha referência de infância e juventude. Aquilo deixou de ser um jardim a partir do momento em que foi concebido no estirador de um arquitecto que terá tido um gozo enorme na concepção do espaço, perfeito no traçado mas inóspito como lugar de convívio.
Uma tristeza aquele lago de plástico azul, onde não há água!
E que dizer do belo coreto que foi "enterrado", perdendo assim a proporcionalidade do alçado, transformado em caricatura ridícula?
Dir-me-ão que o "jardim" ficará bonito quando as árvores crescerem. Não acredito. E se lá no Vale da Cigana alguns fantasmas se levantarem para virem atormentar os responsáveis por este jardim tão mal amanhado, eu até fico contente. É sinal de que a memória dos mais velhos ainda perdura.

Comparável a este desgosto só o da destruição da parte mais bonita do jardim das Portas do Sol em Santarém, onde havia um lago com cisnes. Dizem que era muita cara a manutenção. Pois... Mas não é cara a manutenção de dispendiosos Gabinetes de Comunicação, de Gabinetes de Estudos e Planeamento, de Comissões disto e daquilo...
Aquele recanto das Portas do Sol, aonde as crianças se deliciavam e os adultos as levavam com tanta alegria, é agora um deserto feio, lúgubre, sombrio e infinitamente triste.

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