segunda-feira, 15 de abril de 2019

ARTIGO DE OPINIÃO: Europeias ou antecâmara das legislativas?

Por:
Rodolfo Colhe

Europeias ou antecâmara das legislativas?

Se há coisa que se exige a um candidato é respeito pelos eleitores, apresentando propostas, falando daquilo a que vai e demonstrando os seus objetivos caso seja eleito.

Só deve ser candidato seja ao que for quem se sentir movido e qualificado para um cargo e nunca estando centrado em outros combates e disputas, porque se assim for qual é a razão de votar nesse candidato?

Claramente falo do candidato do PSD às Eleições Europeias, a campanha de Paulo Rangel centra-se em exclusivo no ataque ao governo e zero nas suas ideias ou no seu trabalho, porque será? Será por o seu trabalho não ser de relevo ou simplesmente porque o populismo já está tão enraizado neste PSD que é difícil deixar essa retórica? Diria que um pouco dos dois juntamente com a possibilidade de uma derrota histórica nas legislativas aterroriza o PSD que sabe os problemas que podem vir daí.

Diria que as legislativas estão a marcar demais as Europeias, diria até que nenhum partido está a conseguir isolar na perfeição as eleições europeias, sendo óbvio que esse isolamento não é pretendido por todos, afinal por que razão apresentou o CDS os seu candidatos às legislativas se não para antecipar a campanha das legislativas e debater o menos possível a europa?

Num momento em que o projeto europeu está a sofrer transformações que tornam difícil prever o seu futuro com o crescimento dos movimentos de extrema-direita e com processos tão sensíveis como o Brexit em mãos é inadmissível que se olhe para as eleições europeias como uma mera antecâmara das legislativas. Portugal tem a responsabilidade de estar na Europa de forma afirmativa e participativa e deve assumir em todos os momentos que o nosso lugar é lá.

Acho que em relação às Europeias se vão passar cenários interessantes com a Aliança e com André Ventura, e não é por acaso que me refiro a um projeto pelo nome e a outro pelo seu cabeça de lista. Na minha opinião a Aliança quer ser mais que o partido de Pedro Santa Lopes e está a tentar criar uma equipa para isso, já o Chega ou Basta mais não são do que o nome do projeto de um só protagonista. Se a Aliança ainda arrumar a casa pode não conseguir mostrar o que vale, a ligação de André Ventura com o Partido Popular Monárquico, o Partido Cidadania e Democracia Cristã e o Democracia 21 pode ser interessante de analisar mesmo não elegendo nenhum Eurodeputado, principalmente porque acho que há mais monárquicos do que os que votam geralmente no PPM e porque infelizmente também acho que á boleia da desinformação cresceu significativamente o número de pessoas com dificuldade em lidar com as minorias. 

Espero sinceramente que este mês e meio que falta sirva para esclarecer os eleitores e para valorizar o espírito do projeto europeu.

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