segunda-feira, 6 de agosto de 2018

ARTIGO DE OPINIÃO: Defesa da região

Por:
RODOLFO COLHE






Num país tão pequeno em tamanho como o nosso, é mais que natural que muitas e muitas pessoas terem uma “costela” de alentejanos e outra de transmontanos sem que nunca tenham lá vivido de facto, no entanto, existem pessoas como eu que não tenho essas ditas “costelas” ou pelo menos não as considero ter. Sou Alpiarçolho e Ribatejano apenas (o que já é muito).
Sou também forçado a admitir que há em mim um carinho muito grande por Castelo Branco e pelas suas gentes que tão bem me receberam durante três anos da minha vida e que guardo como três dos melhores que já vivi. Se tivesse uma “costela” certamente seria albicastrense. Quando durante esta semana li muitas notícias sobre o Boom Festival e as detenções que ocorreram devido ao tráfico de droga fiquei preocupado pois sei a importância do festival na zona. Para princípio de conversa como é óbvio em nada coloco em causa a acção das autoridades que fizeram o que deve ser feito, nem vou comentar sequer a forma como a comunicação social trata o evento não tendo por exemplo dado destaque à participação de Hoffmann-Axthelm, co-fundador da Campanha Internacional para a Abolição de Armas Nucleares (International Campaign to Abolish Nuclear Weapons - ICAN) que já mereceu uma das maiores distinções do mundo, o Prémio Nobel da Paz, em 2017 mas vou sim falar da defesa do evento e da zona que vi ser feita por jovens da zona nas redes sociais.
Durante a semana li vários posts e comentários em defesa do festival Boom e por parte de muitas pessoas que como eu nunca foram ao festival e provavelmente nunca irão e que em nada se identificam com ele, mas que sabem o quanto é importante para a zona, sem nunca fugirem ao facto que o festival é alternativo e que sim circulam drogas dentro do festival. Não sendo eu um festivaleiro, já fui a alguns festivais e a alguns concertos onde infelizmente o consumo de drogas é um facto concreto e estamos a falar dos mais conceituados como NOS Alive ou o Rock in Rio e os concertos no Altice Arena.
Para mim o mais importante a reter desta situação e o simples facto de que devemos defender a nossa zona e as nossas origens, devemos assumir que somos do centro que não somos naturais das grandes cidades do país e que isso nos envaidece.
Muitas vezes renegamos aquilo que se passa na nossa zona porque até nem é do nosso total agrado ou simplesmente por simples questões geracionais já não nos identificamos e não nos lembramos da importância que tem para a vida das pessoas. Nós ribatejanos nem sempre temos sido, salvo raras excepções, tão bons como devíamos a defender o que é nosso, e nós alpiarcenses ou alpiarçolhos como preferirem raramente, nos últimos tempos temos feito algo em grupo para proteger o que temos de melhor, que consigamos seguir os bons exemplos daqui para a frente. 



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