Por: Rodolfo Colhe Presidente da Juventude Socialista de Alpiarça
Contradições gritantes
A cada dia que passa se torna
mais difícil para mim ficar indignado com determinadas capas de jornais de
tiragem nacional, em grande parte porque dia após dia encontram algo mais
descabido do que no dia anterior, mas principalmente porque a credibilidade dos
diferentes jornais é cada vez menor, não existindo, neste momento, um jornal a
quem a maioria dos portugueses dê credibilidade total. No último sábado dia 13
tivemos um exemplo claro de falta de credibilidade, o Semanário Expresso faz uma
chamada de capa sobre a relação da Ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, e
da Procuradora Geral da República, Joana Marques Vidal, classificando-as como
“Eternas Rivais”. Já o Semanário Sol faz uma chamada de capa sobre a mesma
relação classificando-as como amigas, falando sobre um “Acordo de Amigas”. Dois
Semanários, duas notícias absolutamente antagónicas, e é preciso referenciar
que não estamos a falar de uma opinião ou até análise de um tema, estamos a
falar da relação entre duas pessoas que ainda por cima já se cruzaram pessoalmente
em diferentes circunstâncias. Se são amigas ou rivais ou nenhuma das duas não sei,
mas é mais um momento muito infeliz do jornalismo português. Como ouvi ontem um
comentário na Comissão Nacional do PS, “Mas será que mesmo não vendendo jornais
(as vendas são baixas como se sabem) eles continuam a achar que precisam de
inventar mentiras e falar de desgraças para vender?”. A questão mesmo que
apresentada de forma irónica, é de todo pertinente e na minha opinião verdadeira,
o que nos leva para outra questão que é, para quando uma mudança de atitude?
Mas esta contra-informação não é
apenas relativa a questões nacionais, mas também locais, e o caso dos CTT de
Alpiarça é demonstrativo disso com notícias que dão conta do impasse nas negociações
e notícias de que tudo se irá arranjar. Notícias há muitas, mas as verdades
muitas vezes ficam por contar.
Os jornais bem como outros meios
de comunicação estão completamente rendidos às mentiras e
escândalos, para além de, por vezes, servirem a determinados interesses e
agendas políticas, deixando de ser confiáveis. Ainda estou crente que o
jornalismo português se possa alterar e voltar à qualidade que já teve outrora.
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