Por: António Centeio
(*)
Há edifícios ou algo do
género que estão totalmente desenquadrados em relação ao espaço em que estão
inseridos ou ainda ao ambiente da terra em que se situam.
Obras estas que mais
não são do que enormes aberrações mas que temos de as aceitar por via de terem
sido mandadas fazer pelo poder politico, isto é: porque quem foi eleito.
Daqui nada a fazer.
Em Alpiarça existe uma
obra que transformou a sua única ex-libris numa total “escuridão.”
Refiro-mo
concretamente à requalificação da Casa Museu dos Patudos onde construíram um
muro que nos impede de ver a 'nossa' lezíria.
Uma “lezíria” que era
os “olhos bonitos” de José Relvas já que nas manhãs quentes de Verão gostava de
olhar para lá das extremas daquilo que era seu.
Hoje temos na nossa
frente uma árvore de betão ou um mamarracho, como já lhe chamaram, que
não nos deixa ver nada.
Até a arquitetura
levada a efeito para requalificar o espaço do museu não faz sentido nenhum com
o projecto de Raúl Lino.
Ainda hoje estou por
compreender o que levou o executivo a autorizar esta aberração que não se
enquadra de maneira alguma com o espaço em que está localizada.
Ainda bem que José
Relvas já não faz parte dos vivos.
Nos últimos tempos
tenho andado a acompanhar in loco o
desenvolvimento da requalificação do “JARDIM MUNICIPAL DE ALPIARÇA”
Algo me diz que o que
foi “jardim”
será tudo menos do que um jardim para passar a ser mais um “largo” de qualquer coisa
porque “praça” já existe a “Praça
do Municipio”.
Este “largo” poderá ser ou
vir a ter tudo mas nada que nos permita dizer que é um Jardim.
Para ser um jardim é
preciso muitas mas muitas flores e flores no espaço que era um espaço lindo é
coisa não parecer vir a existir.
Estaremos cá para
ver.
Sou defensor de que: quando
o poder local pretenda fazer obras que alterem a caracterização da terra que levem
a efeito um referendo.
Se quanto à
requalificação do antigo “Jardim Municipal” a população fosse
consultada talvez não viéssemos a ter um novo “Largo Municipal”.
(*) Foto ilustrativa. Esta casa sui generis situa-se na
Chamusca
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