domingo, 23 de julho de 2017

ARTIGO DE OPINIÃO: Direito de serem respeitados

Por:
Rodolfo Colhe
Presidente da Juventude Socialista de
Alpiarça




Direito de serem respeitados
Muito se tem falado nas últimas semanas em racismo e em xenofobia, não só pelas declarações do Dr. Gentil Martins, como pelas declarações do Candidato do PSD/CDS-PP à Câmara Municipal de Loures, André Ventura. Se em relação ao primeiro há que dizer que ele tem todo o direito em dize-lo como todos os que o criticaram têm o direito de o fazer e é ai que está a liberdade de expressão. Pessoalmente, prefiro pensar que são já efeitos da idade. As declarações desta pessoa trouxeram para fora da toca muitas jovens mentes, já com cheiro a bafio que, infelizmente, tem espaço mediático para propagar o seu racismo, xenofobia e neste caso, homofobia. Estes problemas não estão erradicados nem lá perto diria, e há que perceber que não é por não contarmos em público anedotas que envolvam homossexuais que estamos a resolver o problema, é preciso, sim, perceber que a homossexualidade é algo normal e natural e tal como não devemos discriminar pela cor ou etnia não devemos discriminar pela opção sexual não se trata de gostar ou não gostar, trata-se de respeitar. Quanto a André Ventura, o caso é diferente e trouxe a nu pensamentos que em pleno século XXI já não deveriam existir mas a verdade é que existem e pelos vistos numa quantidade ainda muito elevada. Na minha opinião este é apenas mais um exemplo da “trumpização” da política, mais um exemplo claro de um candidato que “escolhe” uma temática sensível e que ataca o tema sem nenhum pudor, nem sensibilidade tentando usar no fundo os medos de uma franja da população para daí conseguir retirar votos. Neste caso em concreto nem os timings foram ao acaso, aliás nesta forma de fazer política os timings e a comunicação são tudo, tudo foi preparado para ter impacto tornando muito difícil que algum cidadão de Loures não tenha contacto com a informação. Mas outras análises podem ser feitas, nomeadamente, que esta foi mais uma bomba a cair no colo de Pedro Passos Coelho e mais uma vez ao jeito daqueles indivíduos menos coordenados, lá a bomba lhe saltou de uma mão para a outra até rebentar e lhe ferir ainda mais a imagem. Já o CDS muito habituado a descartar-se de responsabilidades, rapidamente, decidiu e bem retirar o apoio, mesmo que isso não pague que de facto o apoiaram e defenderam e com toda a certeza o candidato não mudou a sua génese do dia para a noite.

A minha grande preocupação com estas temáticas prende-se com o facto de pessoas que possuem espaço mediático inflamem a opinião de outros contra minorias, num estilo e consequências diferentes mas num raciocínio pouco diferente daquele que é tido por grupos terroristas que fazem enormes diferenciações sobre indivíduos. Todos diferentes, todos iguais, poderá ser um chavão mas é, sem dúvida, um chavão correcto.

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