Por: Rodolfo Colhe
Comboios
De medicina, desporto e política
todos acham saber um pouco, mas nos últimos tempos uma nova temática passou a
ter um elevado número de especialistas, refiro-me a situação da ferrovia e
particularmente da CP. O mais interessante nesta nova vaga de especialistas é
que provavelmente grande parte deles provavelmente não são utilizadores
regulares nem nunca foram da CP, pelo menos pelos comentários que leio.
Felizmente o Ministro do
Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, veio durante esta semana informar
que o governo vai viabilizar a compra de 22 unidades circulantes, o que é ótimo
mesmo que apenas cheguem 2023.
Há que renovar, melhorar,
aumentar os transportes de pessoas e cargas através de comboio, mas também há
que melhorar a gestão do que há, nomeadamente no que diz respeito à manutenção
das composições. Mas muitos outros problemas estão associados ao transporte de
pessoas por parte da CP, problemas esses que talvez tenham soluções mais
rápidas do que a vinda das 22 unidades. Qual é a razão real de tantos atrasos?
Será humanamente e materialmente possível cumprir os horários estipulados? Se
não, não será melhor reorganizar os horários? Mas quem usa regularmente o
comboio está certamente farto das paragens para outros comboios passarem,
nomeadamente paragens em estações de baixa entrada e saída de passageiros. Não
pode esta situação ser reduzida? Duvido que não o possa ser. As filas
intermináveis para comprar bilhetes principalmente nas grandes cidades, são um problema que
facilmente se resolveria, bastando que a bilheteira comum não fosse usada para
entrega de documentos para novos passes, bastava que dotassem as pessoas que
trabalham nas bilheteiras de ferramentas para lidarem com cidadãos estrangeiros
ou mesmo criando bilheteiras para os mesmos pois um indivíduo que só fala chinês
tem todo o direito a tirar um bilhete no entanto o processo de compra desse
bilhete e demais explicações demora muitas vezes 15 minutos, tempo mais que
suficiente para o realizar o mesmo processo a 5 indivíduos que falem português.
A “picagem” de bilhetes também é um processo que não decorre da melhor forma sendo
por vezes difícil de perceber o porquê de tanta dificuldade.
A resolução dos problemas da CP é
uma obrigação do estado, mas terá que partir da administração da empresa a
minimização dos problemas nem que isso obrigue a mudanças profundas no
funcionamento da empresa e não encareça um serviço que sendo de uso regular não
é barato.
Se uns tem responsabilidades na resolução
dos problemas outros têm a responsabilidade de através de uma forma credível
dar a conhecer os problemas e apresentar propostas, essa responsabilidade está
também nas autarquias locais. Todos os dias apanho ás 7h31 o comboio
Inter-regional na Estação de Santarém, como bem mais de uma centena de pessoas,
pessoas essas vindas de vários cidades, vilas e aldeias da zona, deve caber
apenas a Câmara Municipal de Santarém a
defesa destes utentes (por falta de conhecimento não avalio a sua prestação
nessa defesa)? Não me parece que assim deva ser, era importante que concertação
de horários, períodos do dia onde se justifica o aumento do número de
carruagens ou até de comboios, mas também o seu contrário caso existam comboios
menos necessários ou que circulem com mais carruagens do que as necessárias, e
as autarquias devem ter um papel nesta discussão.
Tenho a total certeza de que o
atual governo e o futuro governo PS com ou sem maioria absoluta irá certamente
tentar resolver os problemas da ferrovia em Portugal, mas todos os responsáveis
políticos têm de fazer a sua parte.
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