Por:
Rodolfo Colhe
Presidente da Juventude Socialista
de
Alpiarça
25 de Abril sempre
Graduar a importância seja do que
for é um processo cujo resultado nunca será consensual e que com toda a certeza
criará crispação junto dos outros, o que na minha óptica é perfeitamente
normal. Outro exercício completamente diferente é avaliar dentro de um conjunto
de coisas que nos dizem mais, mesmo que as características sejam distintas.
Em relação às datas festivas do
nosso país, não retirando valor às comemorações como o Natal por exemplo, que
muito me dizem ou a Páscoa que para parte da minha família é de todo relevante,
para mim o 25 de Abril é a minha data preferida.
Neste dia comemora-se tudo o que
prezo e tudo aquilo que não quero perder, se hoje escrevo livremente criticando
e sendo criticado, foi o 25 de abril que o permitiu, e se passamos os dias a
ser atingidos por verborreia maldosa, mas livre foi porque bravos homens e
mulheres, vivendo na clandestinidade, fizeram uso das suas convicções e coragem
para demonstrar ao povo português aquilo que poderia ter, e dos homens sedentos
por serem livres que arriscaram as suas vidas naquele belo dia
de 74. Nunca nos devemos arrepender daquilo que atingimos nem nos devemos
esquecer que temos todos de colaborar para a manter.
O 25 de abril é um dia que deve
condignamente ser comemorado hoje e daqui por 100 anos, pois quando deixarmos
de comemorar a liberdade comemoraremos o quê? Nada, digo eu. Como poderíamos
comemorar seja o que for sem liberdade para abordar o tema?
Como é meu hábito sempre que a
minha vida pessoal permite, acompanho a Assembleia Municipal comemorativa do 25
de Abril, e este ano mais uma vez estive presente com o mesmo gosto do costume.
Pessoalmente, não achei que o espaço fosse o indicado pois a acústica não
ajudava nada, mas foi essa a opção e não vejo nenhum mal nisso, no entanto não
é de bom tom que a Assembleia Municipal comemorativa do 25 de Abril se inicie
com cerca de 1h de atraso. Nem é nada valorizador encontrarem-se apenas cerca
de 50 pessoas na sala aquando do início da AM, sendo verdade que o número,
possivelmente, mais do que duplicou aquando do início da actuação da banda
responsável pela animação pós AM. Quero crer que não é a data que deixou de
interessar aos Alpiarcenses, parece-me mais óbvio pensar que não estamos a
conseguir chegar até eles, afinal nem a maioria dos eleitos para os diferentes
órgãos municipais se encontravam presentes. De uma vez por todas se deve
perceber onde é interrompida a cadeia de comunicação com as pessoas porque é
obvio que a mensagem não chega e que o desinteresse é cada vez maior e não me
digam que é apenas reflexo dos tempos que eu não acredito. Há que avaliar se
este é o melhor modelo para a comemoração, possivelmente, faz hoje mais sentido
um evento mais festivo e menos formal ou porventura mais baseado em iniciativas
de âmbito cultural. Como está com toda a certeza não está bem. Não fica bem
analisar exaustivamente as intervenções feitas na AM uma vez que no geral não
tiveram índole político, com principal excepção da intervenção do Presidente da
Câmara Municipal de Alpiarça que mais uma vez sentiu a necessidade de abordar a
transferência de competências numa tentativa de começar já a desculpar-se por
futuros erros que possa vir a cometer, mas se não concorda com a Descentralização
de Competências, o Professor Mário Pereira deve fazer-se ouvir nos locais
próprios e não em todas as intervenções públicas que faz em comemorações que
tanto dizem a todos os Alpiarcenses.
VIVA O 25 DE ABRIL, VIVA A
LIBERDADE.
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