Por: Rodolfo Colhe |
Clima
Se há temática que está hoje na ordem do dia é o ambiente e a crise climática, e isso é bom mas não resolve tudo.
Existem vários problemas graves associados que não me sinto de todo preparado para abordar visto que carecem de conhecimentos técnicos, mas há várias questões que são hoje do senso comum e que têm de ser alteradas.
A questão da reciclagem é de todo uma das mais relevantes, e nesse ponto há que chegar à conclusão, os programas até hoje aplicados não foram suficientemente eficazes. Eu próprio que cresci a ouvir falar da reciclagem, só nos últimos tempos me dediquei concretamente a separar o lixo. Os programas escolares devem ser mais incisivos, hoje já é tarde para esperar que seja a próxima geração a dedicar-se fortemente a esta prática, tem de ser já. No entanto porque ainda a maioria dos portugueses não separa o lixo? Pessoalmente, acho que para além das questões associadas a consciencialização e à necessidade de tornar esta prática em um dever cívico (votar também o é) há que rever a recolha destes resíduos, ou o processo se torna prático ou então será de todo difícil atingir as metas pretendidas. Qual é a percentagem de portugueses que se desvia do seu trajeto para deixar o seu lixo separado? Ou que se desloca mais que 200 metros do contentor onde deposita os seus resíduos indiferenciados para colocar os seus resíduos separados? A resolução deste problema da recolha acredito que aumentará substancialmente a quantidade de pessoas que separa os seus resíduos.
Para não ter que falar sobre mobilidade que é tema suficientemente abrangente para dar origem a vários artigos de opinião, vou falar um pouco sobre a necessidade de substituir os plásticos. Alguns artigos que já li levam-me a duvidar se estamos a “combater os plásticos certos”, falamos muito em sacos de plástico, mas pouco dos plásticos dos detergentes por exemplo ou de outros associados à indústria alimentar. Neste campo há muito a fazer apesar dos bons exemplos, como a Câmara Municipal de Lisboa que proibiu a venda de bebidas em copos de plástico descartáveis, tendo dado no entanto tempo aos empresários para se adaptarem. Bom exemplo também é o do grupo Mercadona que oferece várias opções de sacos mais concretamente saco de papel, o saco de plástico reciclado em 50-70% e o saco de ráfia. Nesta questão dos plásticos na minha opinião a questão financeira é fulcral e é aqui que há que trabalhar e possivelmente legislar a nível fiscal. Se olharmos para um produto de uso diário como uma escova de dentes vemos que a diferença de preços entre a escova convencional em plástico e a opção “ecológica” em bambu é de duas vezes o valor da primeira para além de que a primeira está em qualquer supermercado ou farmácia e a outra opção não, já não falando de questões de qualidade e durabilidade que desconheço. Os produtos em plástico são mais baratos e por isso são a primeira opção para o público comum, há que encontrar forma de combater esta tendência. Coerência acima de tudo, quem vive com o dinheiro contado todos os meses vai abdicar na alimentação ou nos pequenos “luxos” que pode ter para não usar produtos de plástico? A resposta é óbvia.
Os bons exemplos não farão tudo mas farão uma parte importante. Os órgãos de administração direta e indireta do Estado bem como as autarquias devem cada vez mais ser verdes e abdicar das más práticas, no entanto o populismo não se pode apoderar desta batalha e os decisores políticos nunca devem cair em exageros
Ainda podemos mudar, mas por pouco tempo.
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