Por: Rodolfo Colhe
Alojamento
O início da permanência em
instituições de ensino varia de pessoa para pessoa, no entanto há um período
mínimo de 12 anos que são exigentes a vários níveis não só académicos como
também sociais. Muitas etapas e dificuldades são ultrapassadas com vista a
obtenção do 12º ano de escolaridade e para uma percentagem grande de jovens a
entrada no ensino superior. Apesar de discordar da forma como é feito o cálculo
de acesso ao ensino superior, é claramente o mérito que leva os alunos a
conseguirem o acesso á licenciatura que pretendem, sendo também verdade que
consoante o nível sócio-económico da família essas dificuldades são maiores ou
menores.
Se o mérito regula a entrada,
muitos outros factores de ordem bem mais económica regulam a permanência e conclusão
no ensino superior, factores esses que têm vindo em parte a ser resolvidos não
na perfeição mas com relativa evolução. No entanto um dos problemas evoluiu
bastante na negativa nos últimos anos tendo este ano em concreto atingido quase
o ponto de ruptura, e falo do alojamento para os estudantes. Se já era público
os valores e as dificuldades em encontrar quarto em Lisboa e Porto, essa
dificuldade faz-se sentir agora em todo o país, tendo eu conhecimento de jovens
que passaram 3 dias em Évora à procura de um quarto. Eu próprio senti uma
dificuldade extrema para encontrar quarto para o meu irmão e vi o sofrimento na
cara de muitos pais sempre que viam mais um quarto já estar alugado.
Este problema não se vai resolver
sozinho e é preciso atacá-lo já, para que em 2019 ele não seja tão grave. É
vital aumentar o número de quartos de residência de estudantes, sejam quartos das
instituições de ensino seja do próprio estado ou das autarquias locais, todos
têm responsabilidade e todos têm a ganhar nomeadamente as últimas que por vezes
se colocam de parte nestas questões. Honra seja feita á Câmara Municipal de
Lisboa que ainda recentemente aumentou significativamente a sua oferta de
quartos para estudantes. A minha pergunta é simples, justifica-se uma qualquer
entidade pública ter um edifício inactivo e nesse concelho faltarem quartos
para estudantes? Parece-me óbvio que não, sendo óbvio também que os custos de
alteração desses edifícios são bem menores que os dividendos positivos que os
jovens estudantes trazem.
Outra das formas de resolução do
problema passa por aumentar a oferta e qualidade da oferta formativa em outras
zonas do país, correndo o risco de estar errado diria que Lisboa, Porto,
Coimbra, Aveiro e Braga recebem a grande maioria dos estudantes do país,
enquanto que Santarém, Viseu, Bragança, Castelo Branco e Beja por exemplo ficam
com muitas vagas por preencher. Não é fácil de resolver este problema mas
parece-me que as instituições de ensino públicas mais conceituadas deviam não
só criar pólos longe da sua sede como distribuir know-how e professores a
outras instituições, por exemplo num sistema similar ao franchising.
Algo tem de ser feito pois
acredito sinceramente que alguns jovens não só não irão iniciar as suas aulas
segunda-feira por falta de casa como irão concorrer á 2º fase de candidaturas
ao ensino superior por não terem casa.
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