Por: Rodolfo Colhe Presidente da Juventude Socialista de Alpiarça
Não
deixar apagar a história
Na passada segunda-feira assisti com muito gosto à
entrega das medalhas do Município, no auditório da Casa Museu dos Patudos, um
momento solene marcado por um infeliz incidente de saúde com uma pessoa que
assistia à cerimónia e desde já, aproveito para desejar uma boa recuperação.
Não tenho por hábito tecer grandes considerações
sobre as medalhas, uma vez que mais ou menos todas são meritórias. Embora eu
ache que em certos momentos se banaliza um pouco o acto, entregando medalhas
por méritos menores, retirando desta forma um pouco de mérito aos méritos
maiores. Admito que possa ser uma interpretação muito própria e que
possivelmente caso fizesse parte do executivo camarário iria provavelmente agir
da mesma forma. É bonito ver a felicidade e o orgulho das pessoas ao serem
homenageadas pela sua terra e pelo seu trabalho nela desenvolvida. Não posso
deixar de realçar a homenagem aos presidentes dos diferentes órgãos
autárquicos, que melhor ou pior (e isso depende da avaliação de cada um)
dedicaram anos da sua vida a servir Alpiarça. Algumas caras são ainda hoje vistas
com regularidade na vida pública do nosso concelho, outras nem por isso e foi
nessas outras que residiram mais tempo os olhos do público. Não querendo estar
a personalizar em demasia há uma presença que não posso deixar de salientar, a
Dr.ª Vanda Nunes, é sabido, penso eu, que tenho por ela amizade e consideração
e não me custa admitir que por vezes me aconselho com ela na minha vida política.
E aproveito para abordar outra temática na política de Alpiarça onde há muito para
dizer e fazer, a igualdade de género. Salvo erro, apenas tivemos quatro
mulheres na frente dos destinos dos órgãos autárquicos, uma na Câmara
Municipal, uma na Assembleia Municipal e duas na Presidência da Junta de
Freguesia. Em relação às Presidentes de Junta nunca acompanhei muito
pessoalmente as suas carreiras nem as conheço bem pessoalmente, no entanto
tenho de admitir que as duas realizaram e realizam os seus mandatos de forma
prática e descomplicada. Quanto à Dr.ª. Vanda Nunes mais não há a dizer, a não
ser que deixou saudades, mas também não posso deixar de realçar a Eng.ª. Vera
Noronha, uma das pessoas mais frontais que conheci, mas também uma pessoa
extremamente amiga do seu amigo. Algumas situações de todo desnecessárias se
passaram à volta desta bela homenagem, por desconhecimento parcial da situação
não vou comentar, mas espero vir a conhecer verdadeiramente o caso e poderei, aí sim, opinar sobre ele, pois algo de muito grave esteve
perto de acontecer.
O momento da entrega das medalhas deve na minha óptica
ser 70% emocional e 30% político (não podemos ser ingénuos ao ponto de achar
que se perde uma oportunidade de fazer política em público), e não mais do que
isso pois tanto os homenageados e famílias como os cidadãos que se deslocaram
para apreciar o momento não procuram política, mas sim bons sentimentos. Em
sentido contrário ao que me parece correcto, o Presidente da Câmara Municipal
de Alpiarça foi pouco feliz na sua intervenção, tendo passado mais tempo a
criticar a transferência de competências do que a demonstrar o valor de
Alpiarça. O Professor Mário Pereira, mais uma vez, demonstrou ser um presidente
de uma linha muito dura com alguma aversão à mudança, mas pensando bem na
equipa que escolheu, talvez os seus receios tenham fundamentos. Mais importante
que tudo, PARABÉNS ALPIARÇA.
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