Por: Rodolfo Colhe Presidente da Juventude Socialista de Alpiarça
Comemorar para não esquecer
A última semana foi rica em
comemorações mundiais, Dia Mundial da Poesia, Dia Mundial da Agua, Dia Mundial
da Floresta, Dia Nacional do Estudante e já se iniciaram as comemorações do Dia
Mundial do Teatro, a comemorar no próximo dia 27 de março. Várias comemorações
de características diferentes, que muito dizem a uns e pouco a outros, mas que
tem todos a sua importância. No caso do Dia Mundial da Poesia serve para
relembrar ao grande público que esta bela arte está viva. No caso do Dia
Mundial do Teatro, uma arte que me parece ter neste momento e, ainda bem, uma enorme
aceitação por parte do público ainda que principalmente nas grandes cidades
serve particularmente para que as autarquias e demais entidades levem o teatro
aos centros mais pequenos onde, infelizmente, a oferta é baixa em quantidade e
pouco regular.
Mas se a arte tem uma enorme
importância para a qualidade de vida e visão do mundo, a água e a floresta tem
uma grande importância para a nossa sobrevivência. Centrando-me
na água, este recurso que é o suporte de toda a vida, a sua comemoração é de
todo importante, mas a sua gestão é de todo bem mais importante, gestão essa
que deve ser feita por todos, mas como sempre os exemplos devem vir de cima. Se
ao nível do governo a preocupação tem sido enorme tendo sido colocadas na rua
campanhas de sensibilização para a poupança da água, da parte das autarquias no
geral estando a de Alpiarça também incluída nesse lote, a preocupação não só
não é grande como não são visíveis medidas que visem modificar os graves
problemas de gestão de recursos hídricos que as autarquias têm. Se determinadas
questões só poderiam ser solucionadas com medidas relativamente caras apesar de
recuperáveis a médio-longo prazo, como seriam a colocação de torneiras de baixo
consumo de água ou medidas similares, outras medidas partem em grande parte da
vontade e consciência, como é o caso das regas. O caso específico das regas é
de todo intolerável na minha óptica, com especial ênfase nos jardins a serem
regados em dias de chuva e nas rotundas com água a correr para a via pública. Estes
dois casos são gravosos de diferentes formas pois não só gasta água de forma
estúpida como se está a danificar os jardins e possivelmente a criar problemas
rodoviários e como é óbvio está-se a dar um mau exemplo. Como infelizmente em
muitos casos isto não vai lá só com palavras, mas actos e denúncias por parte
da população, mas também de multas e de ações do estado sobre as autarquias
consideradas más gestoras da água. Em 2017 sentimos fortemente os efeitos da seca,
mas se não fizermos nada para mudar essa seca será o estado de normalidade e a
vida como a conhecemos pode ser significativamente alterada.
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