Por: Rodolfo Colhe |
Não ao racismo
Para princípio de conversa posso
dizer que adoro o meu país, desde a sua cultura e identidade, passando pelas
suas praias, montanhas e vales bem como pela sua gastronomia pitoresca e bons
vinhos e claro, as pessoas.
Mas há pessoas que não merecem de
todo o meu respeito ou consideração, independentementedos seus medos ou dogmas
adquiridos pelas comunicação social e redes sociais, e neste momento o grupo de
pessoas, infelizmente grande, que tem usado as redes sociais e caixas de
comentários de notícias para criticar com argumentos racistas e trogloditas o
facto de Portugal se preparar para receber um grupo de refugiados que se
encontram à vários dias no mar, não merecem de todo o meu respeito.
Olho para mim e sinto-me pateta
com as minhas preocupações de poder viajar pelo mundo e ir aos restaurantes que
me apetece com roupa das marcas que mais gosto, enquanto pessoas em alto mar
apenas pedem para não morrerem afogados enquanto dormem. Em pleno século XXI
este tipo de problemas não deveria existir, mas existe, e infelizmente o número
de racistas já deveria ser quase nulo, mas é cada vez maior e não será fácil
erradica-los, no entanto se os que têm opinião contrária demonstrarem com a
mesma força o que pensam, certamente muita gente será positivamente
influenciada.
O nosso país apesar da ditadura e
da fome porque passou nunca em toda a história moderna e contemporânea não viveu
nada que se compare com aquilo que se vive hoje por exemplo na Síria, Somália e
Sudão do Sul. Não há nada que se compare ao cenário de total desrespeito pelos
princípios básicos dos direitos do Homem, como não ter respeito, pena e vontade
de ajudar?
Felizmente, a inteligência e
capacidade de argumentação não são as principais características dos racistas,
que usam argumentos no mínimo ridículos, com base na islamofobia pregando que
“são um conjunto de terroristas” como se esses não entrassem em primeira classe
nos aeroportos e não tivessem já instalados e bem instalados nos países onde vão
praticar tais atos. Mas vou mais longe,e se em 1000 refugiados
1 for um criminoso os outros 999 não interessam? Não estamos a condenar à pena
de morte sem julgamento caso optemos por não dar assistência a estas pessoas?
Outro dos argumentos utilizados é
o facto de Portugal ter emigrantes em dificuldades em alguns locais do globo,
algo que sendo verdade não é de todo igual pois os portugueses a viver na
Venezuela por exemplo tem uma vida nesse país que não é transferível
nomeadamente bens como as suas casas ou carros (algo que a generalidade dos
refugiados já não tem), pois caso seja sua vontade abandonar o país existem
planos de contingência para isso, existem embaixadas a quem recorrer para além
do facto de o estado português fazer um “controlo apertado” da vida dos seus
emigrantes em países que se encontram em situações complicadas.
O Racismo em nada se diferencia
do radicalismo religioso ou étnico, uns alimentam os outros e tanto uns como
outros devem ser combatidos pelo poder político, mas também pelo cívico através
das demonstrações de humanismo de todos nós.
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